sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Garimpeiros são resgatados em regime de trabalho escravo no Pará


Trinta e oito trabalhadores, incluindo oito cozinheiras, foram encontrados em condições 
consideradas desumanas em garimpo ilegal para a extração de ouro.

Uma ação de fiscalização no Pará encontrou 38 homens e mulheres em condições análogas à de 
escravos em um garimpo instalado para extração ilegal de ouro na Floresta Nacional do Amana, em 
Itaituba, no oeste do estado. Segundo os responsáveis pela operação, os 30 garimpeiros e as oito 
cozinheiras obedeciam, em condições desumanas, uma série de regras impostas pela proprietária do 
garimpo, Raimunda Oliveira Nunes.
O procurador do Ministério Público do Trabalho do Pará (MPT-PA) Allan Bruno explicou ao Seu 
Jornal, da TVT, que os trabalhadores, encontrados na quinta-feira (16), estavam alojados de forma 
inadequada em barracões de lona sem estruturas sanitárias, cumpriam longas jornadas e trabalhavam 
para pagar as dívidas da cantina de suprimentos, chefiada por Raimunda. "A água era fornecida 
através de uma cacimba, que é um buraco cavado no chão até que surge água. Ela era utilizada tanto 
para o consumo humano como a lavagem de roupas e até para a utilização de alguns animais", 
descreve.
À ONG Repórter Brasil, o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo 
(do Ministério do Trabalho), Maurício Krepsky, afirmou que os auditores fiscais autuaram a 
proprietária, fixando verbas salariais e rescisórias a serem pagas aos trabalhadores resgatados, no 
valor de R$ 366.812, já previsto no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Segundo o procurador, 
se a proprietária não aceitar a proposta, o MPT entrará com ação civil pública.

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