sábado, 18 de agosto de 2018

A MÃO DA MEDIOCRIDADE


O retrato aí de cima, da “cola” escrita na mão de Jair Bolsonaro, na foto de Diego Pardgurshi, 
da Folhapress, é o melhor retrato do grau de indigência dos candidatos à Presidência no debate 
da Rede TV.
POR FERNANDO BRITO

Indigência intelectual, indigência política, indigência moral e ética.
Dizer o quê de um candidato dito “favorito” que precisa rabiscar na mão, a caneta, como um 
ginasiano apavorado, sobre o que deveria falar, olhando a toda hora o que havia garranchado .
Sua resposta à questão da educação, dizendo que vai “militarizá-la” colocando gente do exército para 
dirigir escolas é de chorar.
Mas não foi o único indigente e nem é preciso falar das invocações de Jesus do Cabo Daciolo.
Marina Silva quer fazer o desenvolvimento à base de “turismo sustentável”. Mesmo que não fosse 
um quinquilharia para o quinto maior país do mundo, qualquer um sabe que não há atividade mais 
predatória ao meio-ambiente que o turismo.
Álvaro Dias posava de “dono da Lava Jato”, ridículo, disputando-o com Marina.
Henrique Meireles era de dar dó, porque era impossível dizer se eram mais trôpegos seus pés do que 
trôpega a sua língua. De qualquer forma, nada era mais reumático que seu discurso de autoelogios 
vazios. Até “bancário” quis dizer-se.
Geraldo Alckmin não é nada, transpira falsidade, frieza, é daqueles caras que ninguém chamaria para 
tomar uma cerveja e conversar. Não envolve, não cativa, não convence e apresenta um “programa” 
que caberia a um candidato a síndico de prédio, nada mais que isso.
Ciro Gomes, lamentavelmente, mostrou ter um comportamento ético tão burro quanto deplorável. 
Suas três invocações gratuitas e agressivas contra Dilma Rousseff o levaram ao nível de Dias e 
Marina, mesmo tendo condições intelectuais visivelmente maiores que as deles.
Mais grave fazer isso, portanto, porque não se bate em quem não pode se defender.
Escrevam o que digo: Ciro não irá além dos 3% no final destas eleições. Não porque não merecesse 
mais, mas porque infelizmente escolheu ser um Cristovam Buarque 2 ponto zero.
Um pouco melhor, porque seus diagnósticos são, basicamente, corretos, mas ele escolheu parecer 
“bonzinho” e “educado” nos debates à custa de agredir aqueles que foram seus companheiros ao 
longo de mais de dez anos.

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