quarta-feira, 4 de julho de 2018

MEIRELLES E O SONHO DE COMPRAR A PRESIDÊNCIA


Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente do MDB, Romero Jucá (o CAJU da 
Odebrecht), disse que Henrique Meirelles (O LOIDE) , presidenciável do Planalto, não pode 
ter vergonha de Michel Temer (o DEBI), e que a pauta da eleição não será o julgamento do 
presidente, mas sim as ações de seu governo DEBI&LOIDE, como se uma coisa fosse diferente 
da outra.

POR FERNANDO BRITO  

A notícia, no UOL, é clara: o (P)MDB decidiu que a candidatura presidencial de Henrique Meirelles 
não terá recursos do Fundo Eleitoral e terá de ser bancada com a fortuna pessoal do ambicioso ex-
ministro da Fazenda.
“Nós vamos discutir com ele a forma de disputar a eleição com recursos próprios que ele dispõe. 
Felizmente ele tem essa condição, o que desafoga o aperto dos partidos”, disse Romero Jucá, 
afirmando que isso será “um desafogo” para deputados e senadores que, assim, vão poder dividir 
quase sozinhos (há uma cota obrigatória para mulheres – os R$ 234 milhões que cabem ao partido no 
Fundo.
Não leia a informação somente pelo lado absurdo de que, numa eleição onde as doações empresariais 
(já tardiamente) estão proibidas, o candidato pessoalmente mais rico terá todas as vantagens ao 
disputar com os que, na vida pública, acumularam – como deveria ser a regra – modesto patrimônio 
pessoal.
É a sagração de um novo tipo de “democracia censitária”. Na antiga, no Império, só quem tinha 
dinheiro acima de certo valor poderia votar; agora, na novíssima república da “meritocracia”, 
privilegia-se quem pode tirar de suas burras o dinheiro para ser candidato.
Claro que há os energúmenos que acham isso ótimo, porque não se vai gastar dinheiro público, 
esquecido que os ricos não ficaram ricos aplicando dinheiro no que não vai lhes dar muito mais. Ou, 
também, os que crêem que, como nos tempos imperiais, isso vai deixar a política reservada aos 
“homens bons”, que a fariam por puro espírito público, como as mutucas gordas não continuassem 
picando.
Mas há um outro componente, e dos mais sórdidos, nesta decisão do inefável Romero Jucá. É que 
assim elimina-se o risco de que Roberto Requião possa representar algum perigo para o domínio do 
temerismo na convenção do partido.
Como boa parte dos convencionais é formada por deputados e senadores – que querem dividir o 
menos possível a “bufunfa” do Fundo Eleitoral, vai aderir, quase todos, ao “dinheiro só pra gente, 
Meirelles presidente”.
Dificilmente, porém, mesmo com tudo isso, o delírio presidencial de Henrique Meirelles se 
sustentará.
Mesmo com sua caneca rica, seguirá sentado na sarjeta de seus 1% de votos, isso se Geraldo 
Alckmin não conseguir forças para levá-lo de volta ao ninho.

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