Ricardo Stuckert, Lula Marques/Agência PT e Imprensa/JFPR e TRF-4
O site do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) publicou nessa quinta-feira (18/07): o
desembargador Thompson Flores, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), fez
uma “visita de cortesia” à juíza federal substituta da 12ª Vara Federal, Carolina Lebbos. Estava
acompanhado do diretor do Foro, juiz federal Marcelo Malucelli.
O TRF-4 postou também estas duas fotos do encontro, que
também contou com a presença da diretora-geral do TRF4, Magda Cidade, da assessora de gabinete
da diretoria-geral do TRF4, Sylvane Paiva dos Santos, da diretora administrativa da JFPR, Marina
Constantino Max e da diretora de secretaria da 12ª VF, Celine Salles Migdalski.
Thompson Flores, vale relembrar, em agosto de 2017, disse em entrevista ao Estadão que a sentença
do juiz Sérgio Moro que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “vai entrar para a
história do Brasil”: “é tecnicamente irrepreensível, fez exame minucioso e irretocável da prova dos
autos”.
Ele comparou a decisão de Moro à do juiz Márcio Moraes no caso do jornalista Vladimir Herzog,
Ele comparou a decisão de Moro à do juiz Márcio Moraes no caso do jornalista Vladimir Herzog,
assassinado em outubro de 1975 pela ditadura militar no DOI-CODI, em São Paulo. Em outubro de
1978, o juiz Márcio Moraes condenou a União pela prisão, tortura e morte do jornalista.
Em 8 de julho de 2018, Thompson Flores avisou o juiz Moro, que estava de férias em Portugal, do
Em 8 de julho de 2018, Thompson Flores avisou o juiz Moro, que estava de férias em Portugal, do
habeas corpus concedido pelo desembargador Rogério Favreto no plantão judiciário, que colocava
em liberdade Lula.
Depois, alegando um inexistente conflito positivo de jurisdição, agiu em sintonia com Moro.
Decretou que quem deveria julgar o HC de Lula era o desembargador Gebran Neto, que nem estava
no plantão judiciário.
Ao final, ele mesmo determinou que Lula deveria continuar preso.
Carolina Lebbos é a juíza responsável pela execução provisória da pena do ex-presidente.
Ela costuma dizer não a tudo o que Lula tem direito.
Disse não à participação de Lula na convenção nacional que lançará sua candidatura à Presidência,
em 15 de agosto, mesmo que fosse por vídeo conferência.
Disse disse não às entrevistas solicitadas por vários veículos de imprensa, entre os quais SBT, Folha
e UOL,
Na sexta-feira, 13/07, Lebbos negou pedido do fotógrafo Ricardo Henrique Stuckert para que o ex-
presidente Lula participe de entrevistas.
Stuckert havia recorrido da decisão da magistrada, que, em 11 de julho, barrou Lula em debates e
Stuckert havia recorrido da decisão da magistrada, que, em 11 de julho, barrou Lula em debates e
também vetou a saída do ex-presidente para ‘participação presencial’ na Convenção Partidária
Nacional do PT.
A juíza Lebbos argumentou:
“o fato de terem sido eventualmente realizadas entrevistas com outros presos em regime fechado,
“o fato de terem sido eventualmente realizadas entrevistas com outros presos em regime fechado,
pontualmente citados pelo agravante, de modo algum poderia significar autorização genérica ou
precedente vinculativo”
Curiosamente, a “ visita de cortesia” – é assim mesmo que está no portal do TRF-4 –Thompson
Flores ocorreu cinco dias após Lebbos negar mais uma vez entrevista e gravação com ex-presidente.
Como não basta à mulher de César ser honesta, ela tem que parecer honesta, essa visita,
forçosamente, nos leva a fazer várias perguntas:
Cortesia, a troco de quê?
Seria por dizer não a todos os pleitos de Lula?
Se a juíza agisse como o desembargador Rogério Favreto, Thompson Flores faria também essa
cortesia?
“Thompson Flores não parece preocupado em disfarçar parcialidade”, atenta Tânia Mandarino, do
Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia.
“Ao contrário.Faz questão de exibi-la”, observa.
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