terça-feira, 31 de julho de 2018

GRUPO DE ADVOGADOS DA DIREITA TENTA TIRAR TOFFOLI DO STF ANTES DE ELE ASSUMIR A PRESIDÊNCIA


Há uma ofensiva de grupos de advogados e procuradores de direita para tentar remover o 
ministro Dias Toffoli do STF às vésperas de ele assumir a presidência da corte, em setembro; já 
são pelo menos três pedidos de impeachment contra ele apresentados no Senado; ao mesmo 
tempo, a imprensa conservadora faz um cerco a Toffoli para impedi-lo de colocar na pauta do 
Supremo o julgamento sobre a constitucionalidade da prisão depois de condenação em segunda 
instância.
O jornal Valor informa nesta terça (31) que um grupo de advogados tenta acelerar o 
processo de impeachment de Dias Toffoli às vésperas de o ministro assumir a presidência 
do Supremo Tribunal Federal. Toffoli já é alvo de dois pedidos de afastamento da Corte e, de 
acordo com a publicação, um deles foi aditado para inserir um suposto escândalo de 
lavagem de dinheiro envolvendo o banco Mercantil.
 O Valor explicou que o grupo de advogados usou uma reportagem da revista Crusoé para 
atualizar o pedido de impeachment de Toffoli. Na matéria, conta que Toffoli supostamente 
recebe uma "mesada de R$ 100 mil" em uma conta do banco Mercantil, transferidos pela 
sua esposa, a advogada Roberta Rangel, e que o banco teria identificado "indícios de 
labagem de dinheiro nas transações".
Contudo, nenhum órgão do governo foi acionado para investigar o caso. O Ministério da 
Fazenda não quis se manifestar sobre a veracidade dessa reportagem, anotou o Valor.
O pedido de impeachment diz que Toffoli troca favores com o banco Mercantil porque, além 
dessa questão da suposta mesada, ele teria beneficiada a instituição num julgamento no 
STF, após ter obtido desconto nos juros de um empréstimo de R$ 1,4 milhão. O ministro 
nega e diz que respeita as regras de suspeição da Corte.
No mesmo pedido de impeachment, o grupo também argumenta que Toffoli, por causa de 
suas relações passadas com o PT, deveria declarar-se impedido para processar ações 
envolvendo José Dirceu. Ao contrário disso, ele votou pelo habeas corpus do ex-ministro da 
Casa Civil. 
No STF, o grupo de advogados também pede que o Senado seja obrigado a analisar o 
pedido contra Toffoli. Segundo o Valor, o documento é precário em fundamento e tende a 
ser rejeitado na Casa. 
O outro pedido de afastamento de Toffoli versa sobre a votação do habeas corpus de Lula, 
da qual o petista saiu derrotado.

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