sexta-feira, 1 de junho de 2018

VIRA LATA PARENTE CAIU FORA


Greve dos petroleiros foi vitoriosa!

247 - O presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão na manhã desta sexta-feira (1º), dois 
anos depois de tomar posse como presidente da Petrobras.
Imediatamente após a notícia, as ações da estatal entraram em leilão na B3. De acordo com 
comunicado da estatal, a nomeação de um CEO interino será examinada ao longo do dia pelo 
Conselho de Administração.
Ainda de acordo com o comunicado, a diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer 
alteração.
Às 11h20, logo após o anúncio da demissão de Parente, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou 
queda. Em aviso de fato relevante, a estatal informou que as negociações das ações PETR-N2 foram 
suspensas das 11h22 às 11h42, mas as operações já foram retomadas.
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O fim da aventura pós-soviética de Pedro Parente 
Encontrei pela ultima vez Pedro Parente meses atrás, em uma padaria dos Jardins. 
Aparentava ar cansado e estava a caminho do hospital. Nos cumprimentamos formalmente.
Conheci-o, e bem, no governo Fernando Henrique Cardoso, substituindo Clóvis Carvalho na
Casa Civil. Era, de longe, o técnico mais preparado. É injusto taxá-lo de “pai do apagão”. Na
verdade, coube a ele coordenar a Câmara que tentou resolver o imbróglioinfernal criado
por FHC, com a desregulamentação do setor elétrico, que promoveu um choque tarifário
similar ao que Parente tentou reeditar com o petróleo agora.
Historicamente, grandes funcionários públicos se tornaram executivos de grandes grupos
econômicos. Nenhum mal nisso. Durante muito tempo, Banco do Brasil e Itamarati tiveram
os melhores quadros técnicos da República. Muitos deles passaram a servir o setor privado
sem perder a perspectiva de país.
Não foi o caso de Parente.
Sua atuação na Petrobras teve um mérito inegável: serviu para expor as vísceras de um
modelo de corrupção público-privado que, nos tempos modernos, só encontra paralelo no
que aconteceu na ex-União Soviética – e, antes disso, com o setor elétrico brasileiro.
Por aqui, a descontratação da energia das hidrelétricas significou uma explosão nas tarifas,
tirando completamente a competitividade de setores relevantes da economia. Depois, a
privatização para um bando de aventureiros internacionais, que abriam empresas em
paraísos fiscais e tomavam financiamentos amplos do BNDES, dando como única garantia
as ações das empresas privatizadas. Aliás, esse saque consumou-se no caso Celmar,
adquirido pela Equatorial - do grupo Lehman – já no governo Lula.
O resultado foi a crise de 1999, obrigando o país, como um todo, a pagar pela corrupção
instalada no governo FHC.
Na Petrobras, a ação de Parente foi mais escandalosa. Elevou os preços dos derivados para
viabilizar a importação e criar uma capacidade ociosa nas refinarias, de maneira a
comprometer seus resultados e facilitar a venda.
Para uma empresa sem problemas de crédito no mercado, passou a queimar ativos usando
o falso argumento de que a Petrobras estaria quebrada. Teve participação ativa na
mudança da legislação do petróleo, ajudando a enterrar todos os investimentos feitos na
indústria naval.
A estratégia de desmonte da Petrobras, no entanto, mostrou suas limitações. Era o
gerentão, capaz e fazer andar um projeto desde que o CEO lhe desse as referências.
Quando coube a ele montar a estratégia, o resultado foi o desastre, que não apenas
desmascarou a corrupção soviética instalada no país, como acabou de vez com a farsa de
Michel Temer.
E ainda deixou rastros que, em algum momento, deflagrarão investigações do Ministério
Público. E sem poder recorrer à vara de Curitiba, de seu amigo Sérgio Moro.

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