quinta-feira, 21 de junho de 2018

O MINISTRO NARCISO ADVOGADO DA GLOBO


Virada crítica
Por Janio de Freitas 

O ambiente de hostilidades no Supremo Tribunal Federal agravou-se. Atinge agora até ministros que
jamais contribuíram para injetá-lo onde o país decaído precisava encontrar o seu esteio de ética e 

sobriedade.
QUEM SÃO OS CLIENTES DE SEU 
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA?

A divergência eleva-se a um nível perigoso,
já no plano institucional, ao comprometer
na opinião pública o conceito de quase
metade dos ministros.
A atitude agravante veio de quem foi autor
da mais explosiva crítica, no próprio
plenário do Supremo e diante das câmeras,
aos desregramentos pessoais —então
centrados no ministro Gilmar Mendes—
que vinham perturbando a ação e a imagem
do tribunal. 
Seria impensável, ainda há pouco, haver
qualquer agravamento a partir do ministro
Luís Roberto Barroso. Tanto mais que, há t
tão poucos dias, ficou acertado que os
ministros discutam seus votos e
divergências antes de irem para o plenário,
assim evitando exibições televisivas
inconvenientes. 
Prejuízo para os cidadãos, que perderam as
argumentações autênticas e didáticas.
Habituado, com razão, a críticas elogiosas,
também elas com razão, Luís Roberto
Barroso mostrou receber muito mal as
primeiras críticas negativas. Foram por sua
posição a favor de prisões após a
confirmação condenatória em segunda
instância, e não após esgotados em vão
todos os recursos de defesa —o determinado na legislação.
Barroso era visto como minucioso valorizador dos sentidos das leis e do direito, na relação com um
regime constitucional e democrático. A posição inesperada por certo lhe rendeu aplausos, mas as
críticas negativas não foram em menor número.
Logo em seguida, e desde então, Barroso mostrou-se, como ministro, irritadiço e com insinuações 
sucessivas; como pessoa, esvaziado do humor e da simpatia, suplantados por certa arrogância. 
Ainda assim, e por mais que a derrota o aborreça, não é cabível o seu comentário público sobre a 
recente derrubada da condução coercitiva à la Moro, por 6 a 5: “Acho que [a derrubada] foi mais 
uma manifestação simbólica daqueles que são contra o aprofundamento das investigações”.
Primeiro, nada faz verdadeiro o que Barroso diz. Não sendo verdadeiro, é injusto. Sendo injusto, não 
devia ser dito por um magistrado. 
Votaram pela derrubada, que acompanhou a legislação já existente, Rosa Weber, Dias Toffoli, Marco 
Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello. 
Despejar sobre todos a acusação de serem “contra o aprofundamento das investigações” escamoteia 
muitos fatos passados e presentes. E os compromete com a opinião mobilizada contra a corrupção. E 
isso é inverdadeiro e injusto.
Apoio?
Na disputa eleitoral não pode haver maior rasteira do que o apoio de Michel Temer: “Henrique 
Meirelles é a continuidade”.
De 82% de rejeição.

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