Virada crítica
Por Janio de Freitas
O ambiente de hostilidades no Supremo Tribunal Federal agravou-se. Atinge agora até ministros que
jamais contribuíram para injetá-lo onde o país decaído precisava encontrar o seu esteio de ética e
sobriedade.
QUEM SÃO OS CLIENTES DE SEU
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA?
A divergência eleva-se a um nível perigoso,
já no plano institucional, ao comprometer
na opinião pública o conceito de quase
metade dos ministros.
QUEM SÃO OS CLIENTES DE SEU
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA?
A divergência eleva-se a um nível perigoso,
já no plano institucional, ao comprometer
na opinião pública o conceito de quase
metade dos ministros.
A atitude agravante veio de quem foi autor
da mais explosiva crítica, no próprio
plenário do Supremo e diante das câmeras,
aos desregramentos pessoais —então
centrados no ministro Gilmar Mendes—
que vinham perturbando a ação e a imagem
do tribunal.
da mais explosiva crítica, no próprio
plenário do Supremo e diante das câmeras,
aos desregramentos pessoais —então
centrados no ministro Gilmar Mendes—
que vinham perturbando a ação e a imagem
do tribunal.
Seria impensável, ainda há pouco, haver
qualquer agravamento a partir do ministro
Luís Roberto Barroso. Tanto mais que, há t
tão poucos dias, ficou acertado que os
ministros discutam seus votos e
divergências antes de irem para o plenário,
assim evitando exibições televisivas
inconvenientes.
qualquer agravamento a partir do ministro
Luís Roberto Barroso. Tanto mais que, há t
tão poucos dias, ficou acertado que os
ministros discutam seus votos e
divergências antes de irem para o plenário,
assim evitando exibições televisivas
inconvenientes.
Prejuízo para os cidadãos, que perderam as
argumentações autênticas e didáticas.
argumentações autênticas e didáticas.
Habituado, com razão, a críticas elogiosas,
também elas com razão, Luís Roberto
Barroso mostrou receber muito mal as
primeiras críticas negativas. Foram por sua
posição a favor de prisões após a
confirmação condenatória em segunda
instância, e não após esgotados em vão
todos os recursos de defesa —o determinado na legislação.
também elas com razão, Luís Roberto
Barroso mostrou receber muito mal as
primeiras críticas negativas. Foram por sua
posição a favor de prisões após a
confirmação condenatória em segunda
instância, e não após esgotados em vão
todos os recursos de defesa —o determinado na legislação.
Barroso era visto como minucioso valorizador dos sentidos das leis e do direito, na relação com um
regime constitucional e democrático. A posição inesperada por certo lhe rendeu aplausos, mas as
críticas negativas não foram em menor número.
regime constitucional e democrático. A posição inesperada por certo lhe rendeu aplausos, mas as
críticas negativas não foram em menor número.
Logo em seguida, e desde então, Barroso mostrou-se, como ministro, irritadiço e com insinuações
sucessivas; como pessoa, esvaziado do humor e da simpatia, suplantados por certa arrogância.
Ainda assim, e por mais que a derrota o aborreça, não é cabível o seu comentário público sobre a
recente derrubada da condução coercitiva à la Moro, por 6 a 5: “Acho que [a derrubada] foi mais
uma manifestação simbólica daqueles que são contra o aprofundamento das investigações”.
Primeiro, nada faz verdadeiro o que Barroso diz. Não sendo verdadeiro, é injusto. Sendo injusto, não
devia ser dito por um magistrado.
Votaram pela derrubada, que acompanhou a legislação já existente, Rosa Weber, Dias Toffoli, Marco
Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello.
Despejar sobre todos a acusação de serem “contra o aprofundamento das investigações” escamoteia
muitos fatos passados e presentes. E os compromete com a opinião mobilizada contra a corrupção. E
isso é inverdadeiro e injusto.
Apoio?
Na disputa eleitoral não pode haver maior rasteira do que o apoio de Michel Temer: “Henrique
Meirelles é a continuidade”.
De 82% de rejeição.
De 82% de rejeição.
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