terça-feira, 5 de junho de 2018

DEFESA DE LULA FOI CERCEADA, DIZ TACLA DURAN


Rodrigo Tacla Duran compara Lava Jato com a Alemanha nazista, onde se definia crime ou 
criminoso conforme a conveniência.

“Amordaçar testemunhas é um sinal claro que não está se fazendo justiça”, disse hoje o advogado
Rodrigo Tacla Durán, em texto que leu antes de depor à Comissão de Direitos Humanos da Câmara 
dos Deputados.
Tacla Durán já tinha sido ouvido anteriormente, na CPMI da JBS, em 30 de novembro de 2017.
Autoridades da Justiça brasileira já se negaram cinco vezes a aceitar o depoimento de Tacla Durán, 
requisitado pela defesa do ex-presidente Lula.
Durán trabalhou como advogado para a Odebrecht entre 2011 e 2016.
No Brasil, responde a acusações de lavar dinheiro para a empresa no âmbito da Operação Lava Jato, 
mas não reconhece a jurisdição brasileira por viver em Madri, na Espanha.
A Justiça espanhola negou a extradição do advogado.
Tacla Durán configura a maior ameaça à Lava Jato e, especialmente, ao acordo de delação de 77 
executivos da Odebrecht, que sustenta a abertura de dezenas de inquéritos contra políticos, inclusive 
Michel Temer e o ex-presidente Lula.
Durán contou aos deputados que já respondeu a três oitivas do Equador, uma de Andorra, uma da 
Suiça, uma de Antigua e Barbuda, uma do México, uma do Peru, uma da Argentina e uma do Brasil.
No caso da oitiva solicitada pelo Ministério Público Federal, marcada para 4 de dezembro de 2017, 
na presença de um juiz e de um procurador espanhóis, Tacla Durán compareceu mas os procuradores 
brasileiros simplesmente não foram — dentre eles, Roberson Henrique Pozzobon e Orlando Martello 
Jr.
O MPF não explicou o motivo da desistência.
Àquela altura, Tacla Durán já havia feito as denúncias de corrupção na Lava Jato à CPMI da JBS.
Uma delas é de que o advogado Carlos Zucolotto Junior, compadre do juiz Sérgio Moro, queria tirar 
vantagem financeira de sua delação, que Zucolotto ajudava a negociar.
Como prova, além da troca de mensagens com Zucolotto, Durán mostrou à CPMI minuta do acordo 
que negociava com o MPF na qual a multa a ser paga por ele seria diminuída. Em troca, Zucolotto 
embolsaria R$ 5 milhões.
Tanto Moro quanto a esposa dele, Rosângela, que já trabalhou no escritório de Zucolotto, sairam 
publicamente em defesa do amigo.
FURA BOLHA
Tacla Durán denuncia que a delação premiada da Odebrecht foi organizada de forma a preservar a 
empresa, executivos da empresa e eventualmente autoridades que foram corrompidas pela 
empreiteira.
Os 77 delatores receberam a garantia de que vão receber salários pelos próximos 15 anos.
Segundo Tacla Durán, o sistema Drousys, de comunicação interna da Odebrecht — troca de e-mails, 
chat e voip — foi adulterado antes e depois de sua apreensão por autoridades.
O Drousys estava abrigado em servidores da Suiça e posteriormente foi transferido para a Suécia.
Da mesma forma, de acordo com Durán, houve manipulação do sistema MyWebDay, que registrava 
as transações financeiras da Odebrecht.
Um dos objetivos teria sido o de apagar registros de que executivos da própria Odebrecht desviavam 
dinheiro da empresa.
De acordo com Tacla Durán, isso aconteceu no Meinl Bank, de Antigua, que funcionava como uma 
espécie de caixa dois da empreiteira.
O advogado denuncia vantagens concedidas pelo MPF aos executivos Luiz Augusto França, Marco 
Bilinski e Vinicius Borin: apesar de movimentaram U$ 2,6 bilhões em esquemas de lavagem de 
dinheiro no Meiln Bank, eles se livraram das acusações mais graves, receberam pena máxima 
combinada de 8 anos em regime fechado e pagaram multa que somou apenas R$ 3,4 milhões.
Além disso, foram autorizados a fazer até seis viagens internacionais durante o cumprimento da 
pena, desde que com autorização judicial.
Durán sugere que, nas viagens, os executivos teriam a oportunidade de apagar rastros e fazer outras 
operações em defesa de interesses pessoais ou até da Odebrecht.
CHANTAGEM E PROSTITUTAS
No depoimento, Tacla Durán confirmou que a Odebrecht utilizava garotas de programa, em viagens 
fora do Brasil, para permitir que beneficiários do dinheiro da empreiteira fossem chantageados.
Segundo ele, um dos operadores deste esquema era Fernando Migliaccio, ex-executivo da empresa.
Durán esclareceu a anotação “efeito Bisol”, encontrada no celular do dono da empreiteira, Marcelo 
Odebrecht.
Segundo ele, o termo diz respeito a chantagem que teria sido feita contra o ex-senador petista José 
Paulo Bisol, quando da criação da CPI das Empreiteiras, em 1994.
A CPI foi criada mas, misteriosamente, nunca foi instalada.
PANELA DE CURITIBA
Tacla Durán também reafirmou suas denúncias contra a chamada “panela de Curitiba”, que 
envolveria escritórios de advocacia e procuradores da Lava Jato em acordos informais.
Seria a “indústria da delação premiada”, oferecendo vantagens em troca de denúncias específicas ou 
mesmo arquivando delações.
Durán deu como exemplos o doleiro Dario
Messer e seus associados.
Embora delatados e alvos da Operação Câmbio,
Desligo, da Polícia Federal, o chamado “doleiro
dos doleiros” e seus sócios não são alvo de
processos na Justiça Federal do Paraná.
Messer está foragido.
Como lembrou o colunista Jeferson Miola, o
“sumiço” de Messer é suspeito:
A fuga e o desaparecimento de Dario Messer
adquire ainda maior relevância e valor
investigativo depois da denúncia feita por doleiros acerca da existência de esquema mafioso
mediante o qual o advogado Antônio Figueiredo Basto recebia US$ 50 mil dólares mensais como
“taxa de proteção” para garantir que “eles [doleiros] seriam poupados nas delações decorrentes do
caso Banestado, que correu na jurisdição de Sergio Moro”.
Em seu depoimento, Tacla Durán fez uma conta: considerando que Messer e quatro de seus 
associados teriam sido protegidos desde 1996 por Figueiredo Basto, o esquema poderia ter rendido 
ao advogado U$ 25 milhões.
Para Durán, a inexistência de ações contra Messer sugere que o suposto esquema do advogado 
Figueiredo Basto, originário do escândalo do Banestado, de fato funcionou.
Basto é um dos acusados por Durán de fazer parte da “panela de Curitiba”, de advogados que teriam 
‘facilidades’ junto a integrantes da Lava Jato.
Tacla Durán também estranhou que, apesar de delações feitas pelos executivos Benedito Jr. e 
Henrique Valadares, da Odebrecht, não houve investigação sobre o jornalista Diogo Mainardi — que 
teria testemunhado um ato de corrupção — nem das empresas PVR Marketing e Propaganda e
Empiricus, que teriam sido beneficiárias de dinheiro da empreiteira.

ENQUANTO TACLA DURAN CONTRIBUI PARA DESMONTAR A CORRUPÇÃO EM 
SETE PAÍSES , MORO SE RECUSA ACEITAR SEU DEPOIMENTO.
Rede Brasil Atual 
O advogado Rodrigo Tacla Duran, que atuou como consultor da Odebrecht e teve seu depoimento à Operação Lava Jato, como testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bloqueado pelo juiz Sérgio Moro, depõe em audiência pública nesta-terça-feira (5), às 10h, pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da Câmara dos Deputados. O advogado, que vive na Espanha, falará por meio de videoconferência. A TVT transmite a audiência, que poderá ser vista também na RBA.
A expectativa do depoimento é que o advogado apresente informações sobre os bastidores da operação Lava Jato, inclusive relacionadas a esquemas de pagamento de propina em troca de “melhorias” em delações premiadas negociadas em Curitiba.
“Ele possui diversas informações relevantes sobre a Lava Jato e, por isso, deve ser ouvido nas instâncias adequadas e responsáveis pelo processo. Porém, por causa de diversas negativas injustificadas, teve violado o direito ao devido processo legal, além da garantia ao contraditório e da ampla defesa”, disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), autor do requerimento para a Comissão ouvir o advogado em audiência pública.
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou que Duran prestasse depoimento no âmbito do incidente de falsidade de documentos por parte da Odebrecht, no contexto da Lava Jato. Para o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), trata-se de mais um absurdo autoritarismo de Moro contra Lula. “É um processo extremamente importante para o país, pois envolve um ex-presidente da República que lidera todas as pesquisas eleitorais e foi condenado como preso político, pois não há nenhuma prova nos processos que justifiquem sua condenação”.
Histórico
Em dois depoimentos, um à CPI da JBS e outro à defesa do ex-presidente Lula, Rodrigo Tacla Duran mostrou documentos que não conferem com os que teriam sido obtidos no sistema eletrônico de contabilidade da Odebrecht. Portanto, colocou em xeque a veracidade de provas apresentadas pela Odebrecht a partir dos sistemas Drousys e MyWebDay – largamente utilizados pela Lava Jato.
Essa diferença pode indicar que houve alteração nos documentos. Tacla Duran submeteu esses documentos a uma perícia na Espanha, onde mora, e a autenticidade foi atestada. Mas uma perícia não foi feita pela Polícia Federal no Brasil. Há evidências de que Moro não quer ouvir Duran, porque o advogado denunciou à imprensa um suposto esquema de pagamento de propina em troca de melhorias em delações premiadas, negociadas em Curitiba.
Padrinho de Moro
Duran afirmou que um amigo e padrinho de casamento do juiz, o advogado Carlos Zucolotto (ex-sócio de Rosângela Wolff Moro, esposa de Moro) teria cobrado mais de US$ 5 milhões “por fora” para “melhorar” o acordo de delação de Duran com os procuradores da Lava Jato, liderados por Deltan Dallagnol. Duran detalha uma série de irregularidades que envolvem procedimentos adotados por procuradores, juízes, empresas e delatores na Lava Jato.
Em novembro de 2016, Duran teve a prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, foi preso na Espanha, mas libertado porque tem dupla cidadania, o que impediu a extradição.
Há seis meses, os deputados Paulo Pimenta, Wadih Damous e Paulo Teixeira (PT-SP) cobraram da Procuradoria-Geral da República (PGR) investigação das denúncias feitas por Tacla Duran. As denúncias são baseadas em farta documentação, que coloca em xeque não apenas a totalidade das delações dos executivos da Odebrecht no âmbito da operação, mas também de todas as denúncias construídas a partir dessas delações e de outros dados coletados a partir de sistemas de informações da empreiteira. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, prometeu tomar providências, mas até agora nenhuma explicação foi dada.

Um comentário:

GUSTAVO HORTA disse...

MUITA TRISTEZA, MUITA RAIVA, MUITO ÓDIO PELO QUE FIZERAM COM MEU PAÍS E COM A NOSSA NAÇÃO EM APENAS 2 ANOS
> https://gustavohorta.wordpress.com/2018/06/05/muita-tristeza-muita-raiva-muito-odio-pelo-que-fizeram-com-meu-pais-e-com-a-nossa-nacao-em-apenas-2-anos/

MUITA TRISTEZA, MUITA RAIVA, MUITO ÓDIO PELO QUE FIZERAM COM MEU PAÍS E COM A NOSSA NAÇÃO EM APENAS 2 ANOS.

E VOCÊ AÍ, TEM ALGO A DIZER? TEM ALGO A FAZER?

QUER FAZER ALGO?
TEM ALGO A DIZER?

RETROCEDEMOS ALGO COMO 40 ANOS EM APENAS DOIS ANOS…

VOCÊ TEM ALGO A DIZER E A FAZER?

#LULALIVRE


gustavohorta.wordpress.com


#LULALIVRE