domingo, 27 de maio de 2018

GOVERNO DOS CANALHAS TRANSFORMA EDUCAÇÃO EM INDUCASSÃO

Professores lançam manifesto em conferência em BH

Na Carta Capital: Em conferência, entidades alertam para desmonte da educação pública

Diversas entidades de profissionais da educação preparam um manifesto, a ser divulgado nos 
próximos dias, em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade para todos os brasileiros. A 
“Carta de Belo Horizonte”, como a iniciativa foi batizada, é o resultado de três dias de intensos 
debates travados na primeira edição da Conferência Nacional Popular de Educação (Conape), 
realizada de 24 a 26 de maio na capital mineira. Com o documento, a categoria pretende influenciar 
o debate eleitoral deste ano.
Os educadores buscam formas de resistir ao desmonte promovido pelo governo de Michel Temer, 
após sucessivos cortes orçamentários e a aprovação da Emenda 95, que congelou os gastos públicos 
por 20 anos, incluídos os investimentos em educação, saúde e assistência social. “Não por acaso, 
passamos a chamar esse encontro de ‘conferência da resistência’”, comenta o professor Heleno 
Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE).
O cenário é realmente desalentador. O orçamento do Ministério da Educação (MEC) para 2018 
possui praticamente o mesmo valor do reservado no ano anterior: 107,5 bilhões de reais. O 
Congresso Nacional chegou a aprovar um recurso adicional de 1,5 bilhão de reais ao Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação 
(Fundeb), mas esse foi único item vetado por Temer ao sancionar a Lei Anual Orçamentária (LOA) 
no início do ano.
O congelamento inviabiliza o cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Educação 
(PNE), aprovado em 2014, como o compromisso de universalizar o atendimento de crianças e 
adolescentes em idade escolar. Na contramão do que se pretendia, as matrículas do ensino médio 
tiveram queda de 2,5% no ano passado, embora existam cerca de 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 
anos fora da escola, segundo o Censo da Educação Básica de 2017, divulgado pelo MEC no fim de 
janeiro. (...)
A Conape iniciou-se com uma marcha até a Praça da Estação, palco tradicional de manifestações em 
Belo Horizonte. Nos dois dias que se seguiram, mesas de discussão encheram o pavilhão de 
exposições do Parque da Gameleira, com mais de 4,3 mil inscritos. Na próxima semana, os 
resultados da conferência serão sintetizados em um documento denominado “Plano de Luta”, com 14 
tópicos que dominaram os debates. Além disso, também será divulgada a “Carta de Belo Horizonte”, 
com a qual os educadores pretendem alertar a população nas eleições de 2018.

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