Por Jose Arbex Junior
Os desenvolvimentos mais recentes da conjuntura permitem delinear um quadro de um golpe dentro
do golpe. Isso aí se daria em cinco ou seis movimentos.
O primeiro é a greve dos caminhoneiros que fez com que fosse gerada uma crise de abastecimento.
A impopularidade do Temer foi levada para um grau insuportável, assumindo contornos de
enfrentamento com a população que já não suporta mais esse governo golpista.
Em um segundo movimento, a Comissão de Justiça do Senado acaba de aprovar uma nova lei que
regulamenta como se dá o processo de eleição indireta no Congresso Nacional para caso de vacância
da presidência e da vice-presidência. Isso foi aprovado agora no dia 23 de maio.
Depois disso, aparentemente, temos uma situação em que o governo Temer é levado a renunciar por
sua absoluta incompetência e incapacidade de gerir os destinos do país. E isso pressupõe a realização
de uma eleição indireta como foi aprovado agora pela Comissão do Senado e que deve ser aprovado
pelo Congresso Nacional.
Com isso a gente teria a eleição de um governo biônico dentro do golpe e o adiamento das eleições
para um futuro incerto. Isso, claro, porque eles não conseguiram coesionar suas forças em torno de
nenhum candidato, nem conseguiram desmoralizar o Lula, nem o movimento dos trabalhadores. E
por isso precisam de uma solução qualquer que permita uma saída pro desastre que se aproxima para
eles com as eleições marcadas para 2018.
A coisa está meio se delineando nesse sentido.
Muitos perguntam: “bom, e como fica o exército, os militares nisso?” O exército fica como
A coisa está meio se delineando nesse sentido.
Muitos perguntam: “bom, e como fica o exército, os militares nisso?” O exército fica como
garantidor da ordem. Acho que nesse processo nem interessa pros militares tomarem diretamente o
poder, porque isso contribuiria para tirar a máscara de que foi um processo democrático, civil,
controlado pela sociedade etc.
Portanto, acho que a cartada do exército será na preservação da ordem, na repressão aos
movimentos.
Na garantia de que vai ser respeitada essa farsa judicial. Mas, é claro também que ninguém pode
garantir que tudo isso funcione, porque o que nós estamos assistindo é uma guerra de máfias dentro
do Congresso, quadrilhas se degladiando, ninguém tem um projeto muito claro.
E tudo isso pode escapar do controle. Mas dentro do possível, do que dá pra perceber nos últimos
desenvolvimentos da conjuntura, é esse quadro em seu conjunto.
Eu espero estar completamente enganado, tomara que não seja nada disso.
Mas acho que o que se delineia é um golpe dentro do golpe.
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