Fadi - A foto foi extraída do perfil de Alex Kane no Twitter.
POR TIAGO BARBOSA
Esse homem da foto tem duas pernas amputadas, está sobre uma cadeira de rodas e usa um
Esse homem da foto tem duas pernas amputadas, está sobre uma cadeira de rodas e usa um
instrumento rudimentar para atirar pedras. Para as tropas israelenses, é um terrorista.
Fadi Abul Selmi, de 30 anos, é um dos mais de 60 palestinos massacrados por protestar na Grande
Fadi Abul Selmi, de 30 anos, é um dos mais de 60 palestinos massacrados por protestar na Grande
Marcha do Retorno contra a instalação da embaixada norte-americana em Jerusalém.
Foi abatido por um sniper – atirador especializado em tiros de longa distância – de um exército
abastecido pelos EUA com mais de 3 bilhões de dólares anualmente.
O palestino havia perdido as pernas em 2008, justamente em decorrência de um bombardeio
O palestino havia perdido as pernas em 2008, justamente em decorrência de um bombardeio
israelense na Faixa de Gaza.
O corte dos membros inferiores, indicaram os médicos, se tornou única saída para a sobrevivência.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e a Casa Branca repetiram o mantra de sempre para
O corte dos membros inferiores, indicaram os médicos, se tornou única saída para a sobrevivência.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e a Casa Branca repetiram o mantra de sempre para
encobrir a força desproporcional e o uso de armas letais contra civis e culparam, novamente, a
insurgência palestina pela carnificina.
Enquanto isso, a mudança da sede da embaixada satisfez o capricho eleitoral de Donald Trump, à
Enquanto isso, a mudança da sede da embaixada satisfez o capricho eleitoral de Donald Trump, à
revelia da comunidade internacional.
Vídeos na internet colocaram, lado a lado, imagens da atrocidade dos ataques aos palestinos e a
Vídeos na internet colocaram, lado a lado, imagens da atrocidade dos ataques aos palestinos e a
pompa da indiferença na solenidade realizada no aniversário de 70 anos da criação do estado
israelense.
Barbárie escancarada.
É até aviltante falar em violência do outro lado do mundo quando a gente descarta, todos os dias,
É até aviltante falar em violência do outro lado do mundo quando a gente descarta, todos os dias,
milhares de vidas jovens, negras e pobres sob o céu de um Brasil maculado por desigualdade e
criminalidade.
Mas a morte desse palestino é simbólica por representar em tudo o desprezo absoluto dos poderosos
pela vida dos flagelados: tanques contra cadeira de rodas, bombas contra pedras, militares contra
gente.
É o expediente de qualquer estado covarde para calar, à força, a voz dos oprimidos.
O horror, de fato, não faz distinção geográfica.
É o expediente de qualquer estado covarde para calar, à força, a voz dos oprimidos.
O horror, de fato, não faz distinção geográfica.
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