segunda-feira, 30 de abril de 2018

"DEBI & LOIDE" O DESASTRE: EMPREGO COM CARTEIRA? SÓ ATÉ DOIS SALÁRIOS


O desastre econômico produzido pelo golpe de 2016 e a reforma trabalhista de Michel Temer e 
Henrique Meirelles precarizaram o mercado de trabalho no País; segundo estudo feito a partir 
de dados do Caged, as únicas vagas formais em um mercado de trabalho cada vez mais crítico 
têm remuneração de até 2 salários mínimos (R$ 1.908); o dado estatístico do Caged (Cadastro 
Geral de Empregados e Desempregados) é: as contratações foram maiores que as demissões 
apenas no segmento de salário mais baixo; no espectro salarial mais elevado, foram fechadas 
vagas em todas as faixas; Norte e nordeste têm situação mais dramática: lá, a magra abertura 
de empregos teve o teto de apenas um salário mínimo (R$ 954).

247 - As únicas vagas formais em um mercado de trabalho cada vez mais crítico têm remuneração de 
até 2 salários mínimos (R$ 1.908). O dado estatístico do Caged (Cadastro Geral de Empregados e 
Desempregados) é: as contratações foram maiores que as demissões apenas no segmento de salário 
mais baixo. No espectro salarial mais elevado, foram fechadas vagas em todas as faixas. Norte e 
nordeste têm situação mais dramática: lá, a magra abertura de empregos teve o teto de apenas um 
salário mínimo (R$ 954).
A comparação com anos do período democrático só faz piorar o cenário atual: em 2008, eram 
geradas vagas de até quatro salários mínimos e também de sete a dez.
A fragilidade dos dados sobre o emprego fez o Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação 
Getúlio Vargas) revisar a projeção de 800 mil vagas para 2018: retificou o número para 630 mil.
Em 2017, no day after da aprovação da reforma trabalhista, o governo afirmou que seriam abertas 
duas milhões de vagas em dois anos. Sobre os atuais números e a nova projeção do Instituto da FGV 
o ministério do trabalho não quis comentar.

EM SP, UM ANO PARA  ACHAR EMPREGO!



Há um ano e quatro meses, André Juvêncio, de 43 anos, espera o dia em que terá a carteira de trabalho assinada de novo. Ele tenta voltar para a indústria de cosméticos, onde atuou por seis anos como coordenador de desenvolvimento de embalagens, e, desde então, passou a engrossar a fila dos brasileiros que deixaram o mercado formal.
“A gente sempre acha que não vai ficar desempregado por muito tempo. Aproveitei esse intervalo para fazer intercâmbio e estudar inglês e pensava que o mercado estaria melhor na volta também, mas nada. As vagas que abriram são muito mais disputadas e oferecem um salário menor. Estou fazendo ‘bico’ de motorista, mas não deixo de mandar currículo.”
No mês passado, um trabalhador da Grande São Paulo levava, em média, 47 semanas – pouco menos de um ano – procurando qualquer oportunidade de emprego, formal ou informal, segundo levantamento da fundação Seade, em parceria com o Dieese. Esse é o dobro do tempo que se levava para voltar ao mercado quatro anos antes, em março de 2014, quando a crise ainda não tinha chegado.
“A vida mudou muito rápido. Tudo parecia bem, a gente estava morando de aluguel, mas já pensando na casa própria. A geladeira, o carro, toda conquista era comemorada”, lembra o operador de empilhadeira William Rosa, 35 anos – há quatro meses procurando trabalho.
A empresa em que ele trabalhava, uma fabricante de vidros, demitiu 200 pessoas nos anos de crise e não tem previsão para voltar a contratar. “É difícil confiar no nosso País, a felicidade aqui parece que já vem com prazo de validade.”
Pela série histórica da pesquisa Seade/Dieese, que começa em 1988, é possível perceber o quanto as idas e vindas do País podem prolongar, e muito, a busca pelo emprego. A procura registrou um pico, de 57 semanas, no início dos anos 2000.
(...)

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