segunda-feira, 30 de abril de 2018

BOMBA!! SE DELATAR LULA, PULHOCCI SAI MILIONÁRIO DA CADEIA !!


Reportagem do jornalista Joaquim de Carvalho no Diário do Centro do Mundo revela, com 
base em uma fonte na Polícia Federal, que o ex-ministro Antonio Palocci terá R$ 30 milhões 
desbloqueados, além da liberdade, caso Sergio Moro homologue a delação premiada, 
anunciada pela Globo, em que incriminará o ex-presidente Lula; pela legislação brasileira, os 
acordos de delação devem ser feitos de forma espontânea


Dois aspectos chamam a atenção na notícia vazada pela Polícia Federal de que o ex-ministro 
Antônio Palocci fechou acordo de delação premiada.
Uma delas é a data em que a informação foi vazada, imediatamente após a decisão da segunda turma 
do Supremo Tribunal Federal de tirar de Moro a delação da Odebrecht referente a Lula.
Cheira à contra-ataque, retaliação à decisão da corte em Brasília.
Outro aspecto que chama a atenção é que o acordo de delação premida está sendo costurado pela 
Polícia Federal, não pelo Ministério Público Federal.
Até então, a força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol era a responsável por todos os acordos de 
delação premiada homologados pelo juiz Sergio Moro em Curitiba.
“Coincidência ou não… não me lembro de nenhum delator fechando acordo em Curitiba depois da 
minha entrevista ao jornal El Pais em julho do ano passado”, anotou Rodrigo Tacla Durán através do 
Twitter.
Tacla Durán é o advogado que denunciou à imprensa e à CPI da JBS um amigo de Sergio Moro, 
Carlos Zucolotto Júnior, também advogado, como intermediário numa negociação para vender 
facilidades em um acordo de delação premiada.
Pagando 5 milhões de dólares por fora, Tacla teria expressiva redução da pena e ficaria com 5 
milhões de dólares de uma conta dele em Cingapura, bloqueada por Moro.
Tacla Durán não aceitou e, refugiado na Espanha, onde tem cidadania, resistiu ao pedido de prisão de 
Moro, e a justiça do reino espanhol negou a extradição.
Tacla Durán vive livremente na Espanha, onde tem empresa e de onde costuma publicar tuítes que 
minam a credibilidade da outrora chamada República de Curitiba.
O último deles é sobre a delação premiada de Palocci. Por que a Polícia Federal está à frente desse 
acordo?
Tacla Durán suspeita que é em razão das denúncias que fez, que tornou o MPF de Curitiba suspeito.
“Coincidência que agora é só por esse caminho (Polícia Federal) que delator fecha acordo em 
Curitiba?”, provocou o ex-advogado da Odebrecht, também através do Twitter.
Na denuncia sobre a indústria da delação premiada, feita em 2017, Tacla Durán juntou cópia 
periciada da conversa que teve com Carlos Zucolotto Júnior, em 2016, por aplicativo de celular. Vale 
a pena recordar a conversa:
Zucolotto: Amigo, tem como melhorar esta primeira… Não muito, mas sim um pouco.
Rodrigo Durán: Não entendo.
Zucolotto: Há uma forma de melhorar esta primeira proposta… Não muito. Está interessado?
Rodrigo Durán: Como seria?
Zucolotto: Meu amigo consegue que DD entre na negociação.
Rodrigo Durán: Correto. E o que que se pode melhorar?
Zucolotto: Vou pedir para mudar a prisão para prisão domiciliar e diminuir a multa, ok?
Rodrigo Durán: Para quanto?
Zucolotto: A ideia é diminuir para um terço do que foi pedido. E você pagaria um terço para poder 
resolver.
Rodrigo Durán: Ok. Pago a você os honorários?
Zucolotto: Sim, mas por fora, porque tenho que cuidar das pessoas que ajudaram com isso. Fazemos 
como sempre. A maior parte você me paga por fora.
Rodrigo Durán: Ok.
O que reforçou a denuncia de Tacla Durán à época é a cópia de um e-mail do Ministério Público 
Federal, enviada depois da conversa com Zucolotto, em que os termos acordados pelos dois 
aparecem na minuta do acordo.
Depois da denúncia do ex-advogado da Odebrecht, nenhum outro acordo costurado pelo Ministério 
Público Federal foi divulgado, mas a delação premiada continuou na berlinda.
Em depoimento em março deste ano, prestado na Vara de Moro, o ex-executivo da Odebrecht 
Rogério Araújo, delator da Lava Jato, foi confrontado com a pergunta se ainda recebia valores da 
empresa.
Um advogado pergunta:
“O senhor ainda recebe esses valores?”
O ex-executivo confirma que recebe valores mensalmente, embora tenha saído da empresa em junho 
de 2015.
O advogado quer saber a título de que ainda recebe dinheiro da empresa.
Moro interfere:
“Foi rescisão contratual, doutor”.
Rogério repete:
“Foi rescisão contratual”.
Outro advogado tenta buscar esclarecimento:
“O senhor falou duas coisas. O senhor falou que tinha recebido a título de rescisão contratual e de 
que também existiria um programa…”
O procurador da república corta:
“Doutor, ele falou que esse programa aí foi no contexto da rescisão”.
O advogado insiste com o depoimento:
“O senhor pode esclarecer?”
O procurador, embora não estivesse com a palavra, corta mais uma vez:
“Ele já falou, doutor”.
O depoimento se tornou importante porque revela o vínculo que delatores ainda mantém com a 
Odebrecht. Era essa a resposta que os advogados buscavam de Rogério Azevedo e, ao que parece, 
era essa resposta que o procurador e Moro queriam evitar que Rogério Azevedo desse.
Por que tanta preocupação da Lava Jato?
Porque a lei que incorporou o instrumento da colaboração ao direito brasileiro determina que as 
delações só valem se forem espontâneas.
Quando um delator recebe vantagem para colaborar com a justiça, essa colaboração deixa de ser 
espontânea.
E o executivo questionado, Rogério, faz parte de um grupo de 78 executivos da empresa que 
fecharam o acordo de delação premiada ao mesmo tempo.
Não é crível que todos tenham tomado a decisão ao mesmo tempo.
Que todos tenham tomado essa decisão espontaneamente.
E não foi mesmo espontâneo, conforme ouvi de Rodrigo Tacla Durán:
“A verdade é que a Odebrecht decidiu colaborar conjuntamente com a Justiça para tentar livrar 
Marcelo Odebrecht da cadeia e salvar a empresa, e houve várias reuniões que definiram essa 
estratégia. Eu estava presente em uma delas. Foi no Hotel Intercontinental, em Madri”, recordou 
Rodrigo Tacla Durán.
A empresa ofereceu bônus e salário durante quinze anos para quem prestasse depoimento à Justiça 
na condição de colaborador.
Não houve, portanto, espontaneidade e o depoimento passou a ser interessante financeiramente, não 
só como instrumento para reduzir pena.
Em uma situação assim, o delator diz tudo o que seus interrogadores querem ouvir.
E é nesse ponto que se volta para a delação de Palocci.
A estratégia de que a delação pode ser, acima de tudo, um bom negócio está presente também nas 
negociações com Antonio Palocci.
A diferença é que, na negociação, saíram os procuradores da república (um tanto queimados) como 
negociadores e entraram os policiais federais.
Em comum, permaneceu Moro, que sempre dá a última palavra com a homologação.
E que Palocci vai ganhar?
A liberdade certamente, mas não só.
Palocci teve mais de R$ 60 milhões bloqueados por decisão de Moro. E, nos bastidores da Justiça 
Federal em Curitiba, garante-se que Palocci terá R$ 30 milhões desbloqueados por Moro, caso a 
colaboração do ex-ministro seja aceita.
Os termos do acordo de delação premiada de Palocci permanecem sob sigilo, só será revelado se e 
quando a delação for homologada.
Mas esta é a informação que recebi de uma pessoa com fonte na Polícia Federal. Repetindo: Palocci 
terá R$ 30 milhões desbloqueados caso sua delação seja aceita.
Como acontece nesses casos, parte desses R$ 30 milhões irá para seu advogado, Adriano Bretas, mas 
Palocci manterá uma bolada com ele.
Irá para casa, mas, para isso, terá que continuar dizendo o que os investigadores querem — Lula, 
claro, no centro de tudo.
Palocci viverá sem honra, mas com muito dinheiro no banco.

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