quarta-feira, 21 de março de 2018

VOVO ADAMS PROTAGONIZOU OS MOMENTOS MAIS RIDÍCULOS DA HISTÓRIA DO STF


"Quem achava que já tinha visto tudo no 
mundo jurídico brasileiro, não sabia da 
fenomenal capacidade de superação da 
Ministra Carmen Lúcia em protagonizar o 
ridículo. Sua fuga da responsabilidade de 
colocar em julgamento a questão da prisão após 
condenação em segunda instância, insere-se, 
com honra, na galeria dos mais ridículos 
episódios da história do Supremo Tribunal 
Federal (STF)"

Luis Nassif

Quem achava que já tinha visto tudo no 
mundo jurídico brasileiro, não sabia da 
fenomenal capacidade de superação da 
Ministra Carmen Lúcia em protagonizar o 
ridículo. Sua fuga da responsabilidade de 
colocar em julgamento a questão da prisão 
após condenação em segunda instância, 
insere-se, com honra, na galeria dos mais 
ridículos episódios da história do Supremo 
Tribunal Federal (STF).
Em São Paulo, indagada sobre como se 
comportava ante as pressões (para colocar o tema em julgamento) declarou que 
simplesmente não aceitava as pressões. As pressões, no caso, advinham de sua 
responsabilidade de presidente da Corte, de cumprir o regimento e dar prioridade para 
votação de habeas corpus, conforme tradição ancestral dos tribunais.
 Seu rompante equivaleria a de um médico, em pronto socorro, que se recusaria a acudir 
um acidentado, sob o argumento de que não aceita ser pressionado. Ou de um soldado no 
campo de batalha, andando celeremente de costas, para disfarçar a fuga da batalha
Primeiro, jogou para o igualmente valente Luiz Edson Fachin a iniciativa de disponibilizar o 
HC para julgamento. Fachin disponibilizou a Carmen Lúcia não incluiu na pauta do mês de 
abril. Mais ainda: divulgou antecipadamente a pauta para deixar claro para a Globo que ela 
não estava fugindo do combinado. De não pautar o HC.
Em uma atitude inédita na história do STF, recusou-se a colocar o HC em votação, 
produzindo enorme incômodo em todos os colegas. O decano Celso de Mello procurou-a 
então para que marcasse uma reunião com os demais Ministros para discutir a matéria, 
uma maneira de acordá-la do torpor pânico que a imobilizou. Carmen topou. Mas, logo em 
seguida, em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, fez questão de esclarecer que a 
reunião fora proposta por Celso de Mello, não por ela, na melhor expressão do “afasta de 
mim este cálice”.
Na reunião marcada, para hoje, a Ministra simplesmente não transmitiu o convite aos 
colegas, sustentando que a responsabilidade por tal seria do decano. Fantástico! Um 
Ministro, ainda que decano, sem exercer a presidência do Supremo, se incumbindo da 
convocação de todos os Ministros para uma discussão – atribuição que só caberia à 
presidente.
Os advogados costumam desculpar as fraquezas dos juízes sob o argumento genérico de 
que “eles também são humanos”. Mas Carmen Lúcia extrapolou tudo o que se imaginava 
sobre a covardia, o medo pânico de assumir responsabilidades, o pavor de afrontar a 
opinião pública.
Dia desses, a Folha publicou uma extensa reportagem sobre os órgãos que fazem lobby no 
Supremo, de OABs a associações. Não incluiu a maior fonte de pressão: as Organizações 
Globo. E a Globo, como sempre, não avaliou corretamente o pavor que infunde, levando a 
pobre Carmen Lúcia a protagonizar a pior cena de medo explícito da história da instituição.
___________________________________________

Nenhum comentário: