terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Suíça e Estados Unidos lideram ranking de países com menor transparência fiscal do mundo, aponta relatório


Sigilo impulsiona práticas como lavagem de dinheiro, corrupção e evasão fiscal

Segundo o Índice de Sigilo Bancário (Financial Secrecy Index), publicado nesta terça-feira (30/01), a 
Suíça e os Estados Unidos lideram o ranking dos países com menor transparência fiscal do mundo. 
relatório foi elaborado pela Tax Justice Network, rede internacional independente, que desde 2003 
avalia o nível de sigilo bancário dos países.
Segundo o documento, os suíços mantêm a posição desde 2015, seguidos dos Estados Unidos, Ilhas 
Cayman e Hong Kong. Bahrein e Líbano saíram do top 10, tendo seus lugares ocupados por 
Guernsey, e por Taiwan, que assumiu a 8ª colocação. O Brasil está atualmente em 73º.
O sigilo bancário facilita delitos financeiros e fluxos ilícitos, o que inclui práticas como a lavagem de 
dinheiro, corrupção e evasão fiscal, além de impulsionar o mercado financeiro offshore, que consiste 
na abertura de contas ou empresas em países com menor tributação e que ocultam os fluxos 
financeiros, funcionando como paraísos fiscais.
Estas empresas são entidades situadas fora do país de domicílio de seus proprietários - portanto, não
são sujeitas às regras fiscais vigentes em seu país de origem. Desta forma, elas usam contas em
países com pouca transparência fiscal para evitar a tributação de impostos, assim como para manter
contas e transações em sigilo.
O índice aponta que os países que encabeçam a lista são os que mais têm resistido às políticas de
intercâmbio automático de informações entre autoridades fiscais. A Suíça, por exemplo, tem
postergado a implementação de medidas que tornem seus fluxos financeiros mais transparentes.
“A publicação de 2018 confirma a imagem de que os países mais ricos e poderosos continuam
representando os maiores riscos globais, com Suíça e Estados Unidos estabelecidos como os
principais facilitadores de fluxos financeiros ilícitos”, afirma o CEO da Tax Justice Network, Alex
Cobham.
Para ele, “se queremos por fim à evasão fiscal, corrupção, fraude e à lavagem de dinheiro, os
principais centros financeiros do mundo devem limpar seus atos. E como não estão dispostos a fazê-
lo voluntariamente, a ONU deveria criar uma convenção global para por fim ao sigilo bancário de
uma vez por todas”.
Estados Unidos
Os EUA ocupavam em 2013 o 6º lugar no ranking, tendo pulado para 3º em 2015, e atingindo agora
a 2ª colocação. Segundo o relatório, esta “é uma tendência preocupante”, pois é a segunda vez que o
país subiu em sua posição no índice.
O documento aponta que isso se deve ao grande aumento de participação norte-americana no
mercado financeiro de serviços offshore. Ao mesmo tempo, o país tem se negado a participar de
iniciativas internacionais de intercâmbio de informações tributárias com outros países. “Agora existe
uma preocupação real pelo dano que esta promoção de fluxos financeiros ilícitos está causando à
economia mundial”, afirma o relatório.
Além dos EUA, o documento destaca a subida de Taiwan para a posição 8 do ranking. Nos anos
anteriores, a região não figurava entre os 10 países menos transparentes. De acordo com o relatório,
este é o resultado das dificuldades políticas para realizar negócios com a vizinha China. Taiwan criou
um sistema financeiro offshore, intitulado Unidade de Banca Offshore.
Veja os países que estão no top 10, segundo o índice:

1. Suíça
2. Estados Unidos
3. Ilhas Cayman
4. Hong Kong
5. Singapura
6. Luxemburgo
7. Alemanha
8. Taiwan
9. Emirados Árabes Unidos
10. Guernsey

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