quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

POR QUE O POVO NÃO VAI À LUTA?



Do Facebook de Breno Altman: Por que o povo não vai à luta?

Porque o PT e a esquerda brasileira ensinaram, com sucesso, nos últimos 15 anos, que o centro da 
luta de classes é eleitoral. A poucos meses da sucessão presidencial, o povo guarda suas fichas para 
essa disputa, na qual Lula aparece como a alternativa popular contra o governo usurpador e sua 
agenda.
Porque ainda não cicatrizou a ruptura da confiança popular provocada pelo giro à direita no segundo 
mandato da presidente Dilma Rousseff, aproveitado pelas forças conservadoras para disseminar a 
ideia de estelionato eleitoral e fragilizar a influência do PT junto às massas.
Porque a politica de mudança pelo alto, sem recurso predominante à mobilização social, estimulou 
os fatores de burocratização do movimento sindical e popular, dos quais apenas lentamente a 
vanguarda da classe trabalhadora vai conseguindo se livrar.
Porque o PT e todos os demais partidos de esquerda com representação parlamentar se 
transformaram em máquinas eleitorais, grandes ou pequenas, com baixa intensidade de atuação na 
educação, mobilização e organização do povo.
Porque os ataques à democracia, vertebrados por setores do MPF, da PF e do Poder Judiciário, sob o 
comando da mídia monopolista, em curso desde 2005, sem resposta à altura dos governos petistas e 
do campo popular, desgastaram profundamente o universo da política, especialmente o da política de 
esquerda, reforçando a cultura da passividade que sempre predominou em nosso país.
Porque a crise econômica e o desemprego, ao mesmo tempo em que são razões de ódio ao governo 
usurpador, também são indutores de insegurança e temor entre as massas, que não percebem a 
existência de um comando político sob o qual valha a pena colocar tudo em risco para se entregar à 
luta e à rebelião.
Porque a orientação conduzida pelo PT e a maioria da esquerda, desde 2002, na qual era desprezada 
a preparação do povo para o inevitável confronto contra as classes dominantes e seus partidos, 
deixou as massas desarvoradas diante do golpe, com baixa compreensão de seu significado e 
confusas sobre o que fazer, um estado de animo que somente de forma paulatina e vagarosa vai 
sendo superado.
Porque um setor da esquerda, supostamente à esquerda do PT, fincou estacas em uma política 
marcadamente antipetista, auxiliando o trabalho de sapa da direita e dividindo o campo popular tanto 
antes quanto depois do golpe.
Esses são alguns dos porquês, mas outros devem existir...
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