O MST inaugurou, neste sábado, um campo de futebol chamado Sócrates. Foi uma festa linda, que
você pode acompanhar, em parte, pelo vídeo abaixo (aconselho a adiantar o vídeo para os trechos
mais “emocionantes”). Contou com a presença de Mano Brown, Chico Buarque, Lula, João Pedro
Stédile, muitos parlamentares de esquerda. Ao todo, foram mais de 1.500 pessoas.
A imprensa golpista não pode entrar, mas a imprensa alternativa, sim, o que foi uma decisão sábia,
porque, sobretudo depois do golpe, não se pode mais confiar numa imprensa sem compromisso
nenhum com o regime democrático.
Mais que uma simples festa, a inauguração foi também a celebração de uma nova etapa da
resistência, marcada pelo crescimento muito forte da pré-candidatura de Lula, e do questionamento,
cada vez mais consciente, aos arbítrios da Lava Jato, de um lado, e do governo Temer, de outro.
Os números, de todas as pesquisas, mostram uma virada democrática!
Parcela importante da população já percebeu que o impeachment foi um golpe odioso, e que foi
articulado por três forças: Globo, Lava Jato (setores autoritários e desonestos dos órgãos de
repressão) e a direita corrupta.
O discurso anticorrupção da direita autoritária, cujos principais representantes são a “panelinha” de
Curitiba, nunca foi tão hipócrita e falso: com uma desonestidade impressionante, violando uma
quantidade infinita de leis e garantias individuais, eles ajudaram a levar ao poder o mais pernicioso,
antipovo e corrupto grupo político da nossa história.
Mas o jogo está virando.
Sergio Moro hoje está com 53% de rejeição.
O dia 24 de janeiro promete uma manifestação monstruosa em Porto Alegre.
O Cafezinho vai estar lá!
Assistam ao vídeo e leiam a crônica de Renato Rovai, da Fórum.
E viva o MST!
O dia em que o doutor Sócrates ficou mais feliz do que na hora
de um gol
blog do Rovai
De um lado, Lula, Chico Buarque, o ator Chico Dias, Haddad, Reinaldo, ex-centroavante do
Atlético, Afonsinho, que também foi jogador e médico como o doutor, e outros craques de todas as
artes.
Do outro lado, o time dos amigos do MST, onde os destaques eram João Pedro Stédile e João Paulo.
O juiz, Juca Kfouri. Aquele que com humor e ironia vem há décadas denunciando as mazelas do
futebol brasileiro. E ao mesmo tempo reverenciando com seu texto fino alguns craques da bola.
Juca foi amigo de Sócrates como poucos. E na inauguração do campo de futebol que leva o nome do
Magrão, estava lá não só para apitar a partida, mas para após a benção de Frei Beto, dar o seu recado.
“Sócrates não ficaria tão feliz se o Maracanã mudasse de nome, se o Pacaembu mudasse de nome, se
a Arena Corinthians mudasse de nome para homenageá-lo. Nada o deixaria tão feliz de dar seu nome
a um campo numa escola chamada Florestan Fernandes e administrada pelo MST.”
E foi uma tarde de felicidade. Eram quase mil pessoas para celebrar aquele momento. Onde uma
parte da esquerda brasileira não referenciava apenas um ícone da bola, mas o movimento social mais
relevante das últimas décadas, o músico mais fantástico que a MPB conheceu e um craque da
política que está sendo perseguido da forma mais abjeta.
O jogo, segundo a querida Maria Frô, parecia uma disputa de grávidos. Maldade pura. A despeito da
saliência abdominal, alguns se destacaram. Chico Dias, por exemplo, fez um partidão, e cruzou uma
bola na medida para que o craque Reinaldo, ao seu melhor estilo, inaugurasse o placar.
O time do MST apertava, mas Haddad, um tanto quanto desajeitado, dava conta na zaga. No meio
campo, Chico lembrava Sócrates. Esperava a bola chegar e clareava o jogo, com um toque sutil.
E de repente, num lançamento, Stédile vai com a perna como uma foice e derruba Reinaldo. Pênalti,
apita o juiz.
Juca Kfouri é muito claro com a goleira: se ela se mexesse, ele mandava repetir. E Lula coloca a mão
na cintura, dá três passos, e chuta… Fraco, tão fraco que a goleira nem precisou se mexer.
Mas quem disse que isso era um problema. Kfouri, inspirado em Moro, viu irregularidade no lance e
o pênalti teve de ser cobrado de novo.
E na segunda vez foi mais claro com a goleira se ela se mexesse ou não, mas a bola não entrasse, ele
voltava o lance de novo. E e a bola foi parar nas redes. Gol do Lula para alegria da torcida.
O craque tirou a camisa e foi comemorar com a galera. Era o que faltava para ser expulso. Mas
quando ia saindo o coro de volta Lula foi mais forte e o companheiro ainda voltou para jogar mais
um pouco.
Mano Brown, Trajano, Dexter, Genoino, Carol Proner, vários deputados e senadores, estavam do
lado de fora. Assistindo e sendo assistidos por muitos que queriam uma selfie.
Foi um dia de festa que Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira mais do que
merecia viver. Mas que mesmo não estando por aqui, por esses cantos da terra, fez outros viverem.
O campo do MST foi inaugurado numa véspera de Natal há 31 dias de distância do julgamento de
Lula. Foi um encontro de resistência, mas também de afeto. Foi um sábado memorável, diria o
cronista de futebol.
Parabéns MST! Sócrates vive!
As fotos a seguir são de Ricardo Stuckert:
As duas fotos a seguir são de Julia Dolce, do jornal Brasil de Fato:
A foto a seguir é de Adriana Delorenzo, da revista Forum:
blog do Rovai
De um lado, Lula, Chico Buarque, o ator Chico Dias, Haddad, Reinaldo, ex-centroavante do
Atlético, Afonsinho, que também foi jogador e médico como o doutor, e outros craques de todas as
artes.
Do outro lado, o time dos amigos do MST, onde os destaques eram João Pedro Stédile e João Paulo.
O juiz, Juca Kfouri. Aquele que com humor e ironia vem há décadas denunciando as mazelas do
futebol brasileiro. E ao mesmo tempo reverenciando com seu texto fino alguns craques da bola.
Juca foi amigo de Sócrates como poucos. E na inauguração do campo de futebol que leva o nome do
Magrão, estava lá não só para apitar a partida, mas para após a benção de Frei Beto, dar o seu recado.
“Sócrates não ficaria tão feliz se o Maracanã mudasse de nome, se o Pacaembu mudasse de nome, se
a Arena Corinthians mudasse de nome para homenageá-lo. Nada o deixaria tão feliz de dar seu nome
a um campo numa escola chamada Florestan Fernandes e administrada pelo MST.”
E foi uma tarde de felicidade. Eram quase mil pessoas para celebrar aquele momento. Onde uma
parte da esquerda brasileira não referenciava apenas um ícone da bola, mas o movimento social mais
relevante das últimas décadas, o músico mais fantástico que a MPB conheceu e um craque da
política que está sendo perseguido da forma mais abjeta.
O jogo, segundo a querida Maria Frô, parecia uma disputa de grávidos. Maldade pura. A despeito da
saliência abdominal, alguns se destacaram. Chico Dias, por exemplo, fez um partidão, e cruzou uma
bola na medida para que o craque Reinaldo, ao seu melhor estilo, inaugurasse o placar.
O time do MST apertava, mas Haddad, um tanto quanto desajeitado, dava conta na zaga. No meio
campo, Chico lembrava Sócrates. Esperava a bola chegar e clareava o jogo, com um toque sutil.
E de repente, num lançamento, Stédile vai com a perna como uma foice e derruba Reinaldo. Pênalti,
apita o juiz.
Juca Kfouri é muito claro com a goleira: se ela se mexesse, ele mandava repetir. E Lula coloca a mão
na cintura, dá três passos, e chuta… Fraco, tão fraco que a goleira nem precisou se mexer.
Mas quem disse que isso era um problema. Kfouri, inspirado em Moro, viu irregularidade no lance e
o pênalti teve de ser cobrado de novo.
E na segunda vez foi mais claro com a goleira se ela se mexesse ou não, mas a bola não entrasse, ele
voltava o lance de novo. E e a bola foi parar nas redes. Gol do Lula para alegria da torcida.
O craque tirou a camisa e foi comemorar com a galera. Era o que faltava para ser expulso. Mas
quando ia saindo o coro de volta Lula foi mais forte e o companheiro ainda voltou para jogar mais
um pouco.
Mano Brown, Trajano, Dexter, Genoino, Carol Proner, vários deputados e senadores, estavam do
lado de fora. Assistindo e sendo assistidos por muitos que queriam uma selfie.
Foi um dia de festa que Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira mais do que
merecia viver. Mas que mesmo não estando por aqui, por esses cantos da terra, fez outros viverem.
O campo do MST foi inaugurado numa véspera de Natal há 31 dias de distância do julgamento de
Lula. Foi um encontro de resistência, mas também de afeto. Foi um sábado memorável, diria o
cronista de futebol.
Parabéns MST! Sócrates vive!
As fotos a seguir são de Ricardo Stuckert:
As duas fotos a seguir são de Julia Dolce, do jornal Brasil de Fato:
A foto a seguir é de Adriana Delorenzo, da revista Forum:
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