Os governadores do Nordeste divulgaram uma carta pública, nesta quarta-feira, em que
condenam a chantagem de Carlos Marun, indicado por Eduardo Cunha, da prisão, para ser o
articulador político do Michel Temer; Marun afirmou que só terão empréstimos da Caixa os
governadores que conseguirem votos pela reforma da Previdência; "Se eu fosse presidente,
demitiria esse ministro hoje mesmo", disse Camilo Santana, governador do Ceará; confira o
vídeo
247 - O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), anunciou nesta quarta-feira (27) uma carta de
governadores do Nordeste contra o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB). "Se
eu fosse presidente, demitiria esse ministro hoje mesmo", disse Camilo à rádio Tribuna Band News
FM, sobre a pressão do governo Temer para aprovar a reforma da Previdência.
Marun afirmou ontem que governadores interessados em receber recursos federais ou
financiamentos junto a bancos públicos terão de ajudar o governo Temer a aprovar a reforma na
Previdência.
"Isso é uma vergonha. Resumindo: 'só libero teus empréstimos se orientar seus deputados a votarem
a favor da previdência'. Já mandei recado, dizendo que não conte com governador Camilo", afirmou
o chefe do Executivo cearense.
A "reciprocidade" pedida pelo ministro de Temer desagradou governadores. Segundo Camilo, os
líderes dos estados estão assinando uma carta ao presidente Michel Temer "dizendo que é
inadmissível essa forma de fazer política no Brasil".
Camilo lembrou ainda a pressão afeta especialmente governadores cujos estados passam por crise
financeira e dependem de ajuda, como o Rio Grande do Norte.
Leia, abaixo, a carta divulgada pelos governadores do Nordeste:
Os governadores do Nordeste vêm manifestar profunda estranheza com declarações atribuídas ao
Sr. Carlos Marun, ministro de articulação política. Segundo ele, a prática de atos jurídicos por parte
da União seria condicionada a posições políticas dos governadores. Protestamos publicamente
contra essa declaração e contra essa possibilidade, e não hesitaremos em promover a
responsabilidade política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a ameaça se confirme.
Vivemos em uma Federação, cláusula pétrea da Constituição, não se admitindo atos arbitrários
para extrair alinhamentos políticos, algo possível somente na vigência de ditaduras cruéis.
Esperamos que o presidente Michel Temer reoriente os seus auxiliares, a fim de coibir práticas
inconstitucionais e criminosas.
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