Por Kiko Nogueira
Em sua coluna na Folha, Elio Gaspari lembrou que o golpe Luciano Huck já foi tentado em 1989
com Silvio Santos:
Em 2017, da mesma cartola de que quase saiu o homem do Baú da Felicidade tenta-se tirar o astro de
Como em 1989, o primeiro turno poderá ser embolado. Lula pode ser condenado na segunda
instância e Bolsonaro pode bater com a cabeça no teto da era paleolítica. Como em 1989, quando o
governo de José Sarney tinha uma impopularidade que se supunha inigualável (ninguém imaginava
que haveria um Michel Temer), há no ar o medo de Lula e, além dele, falta um nome.
Em 1989, era preciso botar um nome na rua e apareceu o do astro Silvio Santos. A busca por
Em 1989, era preciso botar um nome na rua e apareceu o do astro Silvio Santos. A busca por
candidatos de fora da política era tamanha que no tucanato pensou-se no ator Lima Duarte na chapa
de Mário Covas.
Silvio Santos teve até jingle, “agora o povo está contente, o povo já tem em quem votar”, mas,
Silvio Santos teve até jingle, “agora o povo está contente, o povo já tem em quem votar”, mas,
impugnado, deixou a bola murchar e o andar de cima descobriu que o candidato de seu sonhos era
Fernando Collor. Deu no que deu.
O iate de Luciano Huck, que deixou catarinenses de queixo caído
O iate de Luciano Huck, que deixou catarinenses de queixo caído
Em 2017, da mesma cartola de que quase saiu o homem do Baú da Felicidade tenta-se tirar o astro de
TV Luciano Huck. A ideia é simples: o povo está desencantado da política, não sabe votar, e pode ir
atrás de uma celebridade da telinha. Que tal Henrique Meirelles na vice?
Seria um bom tutor?
Huck parece dispor de uma superassessoria da banca e da marquetagem que, astutamente, não põe a
Seria um bom tutor?
Huck parece dispor de uma superassessoria da banca e da marquetagem que, astutamente, não põe a
cara na vitrine. Mencioná-los agora seria puro sensacionalismo. Querem que a televisão lhes sirva de
palanque. À diferença de Silvio Santos, que era o dono da emissora, Huck sabe os riscos
profissionais que corre lançando-se na corredeira de uma campanha política.
Silvio ia sair pelo PFL, mas Aureliano Chaves bateu pé. No PL, Afif Domingos também não
renunciou – queria Silvio como vice. O apresentador não aceitou a proposta e passou a ser cortejado
por vários partidos.
Ele se decidiu após uma reunião com Armando Corrêa, do “nanico” PMB (Partido Municipalista
Ele se decidiu após uma reunião com Armando Corrêa, do “nanico” PMB (Partido Municipalista
Brasileiro). Corrêa ofereceu a legenda e o lugar dele. Silvio aceitou a pouco mais de vinte dias para o
pleito.
Silvio Santos entrou com o pedido oficial de candidatura no TSE no dia 4 de novembro. Dois dias
Silvio Santos entrou com o pedido oficial de candidatura no TSE no dia 4 de novembro. Dois dias
depois, o PRN, de Collor, entrou com pedido para a extinção do partido do apresentador.
A alegação era de que o PMB não havia feito o número mínimo de convenções exigido pela
A alegação era de que o PMB não havia feito o número mínimo de convenções exigido pela
legislação eleitoral. A menos de dez dias da eleição, o Ibope divulgou uma pesquisa apontando Collor
na liderança, com 23%, seguido de Silvio, com 18%, e Brizola, com 14%. O TSE recebeu em
seguida mais 14 pedidos contra a candidatura de SS.
No dia 9 de novembro de 1989, o TSE caçou, por unanimidade, o registro do PMB, e anulou a
candidatura do apresentador. O PMB deveria comprovar as convenções em nove estados, mas fez
apenas em quatro. Silvio não recorreu da decisão.
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