quinta-feira, 16 de novembro de 2017

COPAS DE 2026 E 2030: GLOBO CRIOU O MERCADO FUTURO DA PROPINA


Globo Overseas vai botar a culpa no coitado do Marcelo. Acostumada a açoitá-los, a Globo 
virou alvo dos petistas, que foram à forra com o envolvimento da emissora em propinas; a 
investigação nos Estados Unidos é destaque no site oficial do PT; como lembra o jornalista 
Esmael Morais, "há décadas, Lula, o PT, a democracia e os trabalhadores brasileiros são as 
maiores vítimas da Globo que age como uma organização criminosa"
Globo e grupo do México deram US$ 15 mi em propina por 
Copas, diz delator

Em mais um dia de depoimento,
Alejandro Burzaco disse que a TV
Globo, a mexicana Televisa e sua
empresa de marketing esportivo,
Torneos y Competencias, pagaram
juntas US$ 15 milhões em propina a
Julio Humberto Grondona, ex-chefe
do futebol argentino, pelos direitos
de transmissão da Copa do Mundo
de 2026 e 2030.
O valor, que garantia direitos de TV,
rádio e internet para os eventos
esportivos, teria sido depositado no
banco Julius Bär, sediado na Suíça.
Essa conta era controlada pela T&T, empresa criada pelo grupo de Burzaco para fazer
pagamentos com verbas ilícitas. De acordo com ele, os valores pagos eram abaixo do mercado para
que pudessem ser inflados com propinas.
Uma das principais testemunhas da acusação no julgamento de José Maria Marin, ex-presidente da
CBF que está sendo julgado em Nova York no escândalo de corrupção da Fifa, Burzaco deu detalhes
de um suposto encontro há quatro anos no hotel Waldorf Hilton, em Londres, onde teria fechado o
acordo.
Também na capital britânica, Burzaco disse ter se encontrado com Marin, Marco Polo Del Nero,
atual presidente da CBF, e executivos da americana Fox Sports que queriam "ampliar suas operações
no Brasil e ter laços mais estreitos com o futebol".
Na ocasião, Marin e Del Nero teriam reclamado do atraso em seus pagamentos de propina relativos à
Copa Libertadores da América e a Copa Sul-Americana daquele ano. Eles discutiram ainda
pagamentos pendentes de US$ 2 milhões e US$ 3 milhões, relacionados a outras negociações de
direitos de transmissão de campeonatos.
Numa série de e-mails mostrados pelos promotores americanos entre a testemunha e o chefe
administrativo de sua empresa, Eladio Rodríguez, Burzaco discute os detalhes do pagamento, que
teria que ser realizado às pressas dada a "irritação e insatisfação" dos cartolas brasileiros
identificados juntos como "brasilero" em alguns dos e-mails.
Marin e Del Nero, depois do encontro em Londres, estavam, segundo as mensagens, nos Estados
Unidos e exigiam receber o pagamento aqui, operação que o empresário considerava arriscada, mas
concordou em fazer. Burzaco, que está em prisão domiciliar há dois anos em Nova York e fechou um
acordo de delação premiada com a Justiça americana, ainda aguarda a sua sentença.
Na corte do Brooklyn, ele chorou no início do segundo dia de depoimentos, interrompendo o
julgamento. Isso foi menos de 24 horas depois do suicídio de um advogado argentino citado por ele
como um dos que receberam propina no esquema -Jorge Delhon se jogou na frente de um trem em
Buenos Aires.
Depois de sua crise de choro, Burzaco foi reconduzido ao tribunal. Ele então deu mais detalhes de
suas ligações com a TV Globo e a Fox.
Num café da manhã num restaurante do Copacabana Palace, no Rio, durante a Copa do Mundo de
2014, o empresário teria se encontrado com Marcelo Campos Pinto, então responsável na emissora
brasileira pela compra dos direitos de transmissões.
Segundo Burzaco, eles discutiram a intenção da Globo de estender o pagamento de propinas para a
Conmebol via T&T, empresa do argentino com sede na Holanda, em troca de direitos da
Libertadores e da Copa Sul-Americana.
"Não queríamos que essa estrutura mudasse", explicou a testemunha. Ele disse que o encontro com o
executivo da Globo tinha como objetivo garantir a continuidade dos pagamentos do canal, já que
estava sofrendo pressões de outros grupos, como a Fox.
Burzaco também detalhou os valores e as datas de pagamento de propina a cartolas da Conmebol,
prevendo gastar pelo menos US$ 66 milhões em propina sobre contratos das edições de 2015, 2019 e
2023 da Copa América, além da edição especial do torneio realizada em 2016.
Entre os destinatários desses pagamentos estavam José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Eles
haviam passado a receber a cota de dinheiro ilícito antes paga a Ricardo Teixeira, que deixou o
comando da CBF, há cinco anos, sob uma série de suspeitas.
Burzaco também detalhou como criou empresas e contratos falsos para realizar suas operações, entre
elas a Datisa, junção de sua firma Torneos y Competencias com a brasileira Traffic, de José Hawilla,
e a argentina Full Play.
Ele disse que negociou com Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, os donos da Full Play, para fazer com que
Hawilla assinasse contratos de US$ 20 milhões -acima dos valores antes acordados- para evitar que
uma eventual venda da Traffic revelasse o esquema.
Esses valores, no caso, também estariam ligados a pagamentos de propina pelos direitos de
transmissão da Copa América. Burzaco estava preocupado que o brasileiro saísse do negócio do
futebol e que futuros donos da Traffic barrassem os acordos. (...)
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