POR FERNANDO BRITO
O dileto amigo do juiz Sérgio Moro, o advogado Carlos Zucolotto, acusado por Rodrigo Tacla
Duran, réu na Lava Jato, de intermediar negociações paralelas de delação premiada com a força-
tarefa da operação, apagou as postagens de seu perfil no Facebook.
Dentre elas, fotos nas quais Moro, Zucolotto e esposas aparecem em restaurantes de luxo em Nova
Iorque. O problema é que pelos critérios adotados por Moro à frente da Lava Jato muitos já foram
acusados, condenados e presos por procedimentos semelhantes.
E agora, doutor Moro ? Será que a sociedade não tem o direito de saber o que teme seu padrinho de
E agora, doutor Moro ? Será que a sociedade não tem o direito de saber o que teme seu padrinho de
casamento ao limpar o perfil do Facebook? Podemos pensar que seja o medo da revelação de
evidências e fatos comprometedores. Embora saibamos todos que a seletividade e adoção sistemática
da prática dos “dois pesos e duas medidas” sejam marcas visíveis de sua atuação como juiz, o caso
em questão requer explicações.
Não custa lembrar que Moro foi pilhado em flagrante demonstração de deboche quando as denúncias
Não custa lembrar que Moro foi pilhado em flagrante demonstração de deboche quando as denúncias
de Duran vieram à tona, através de matéria do jornal Folha de S. Paulo assinada pela jornalista
Monica Bergamo.
Na ocasião, o juiz de 1ª instância, que vem dando fé pública e crédito ilimitado à palavra de acusados
Na ocasião, o juiz de 1ª instância, que vem dando fé pública e crédito ilimitado à palavra de acusados
e criminosos, para condenar sem provas desde o início da Lava Jato, teve a desfaçatez de sair-se com
essa : “É lamentável que a palavra de um foragido da Justiça brasileira seja utilizada para levantar
suspeitas infundadas sobre a atuação da Justiça”
Na mesma linha, ele negou o pedido dos advogados do ex-presidente Lula para que Duran fosse
Na mesma linha, ele negou o pedido dos advogados do ex-presidente Lula para que Duran fosse
ouvido na condição de testemunha de defesa. Está claro que Moro quer calar Duran a todo custo e
abafar o episódio. Mas a Lava Jato acusou a presidenta Dilma de obstruir a justiça ao nomear Lula
ministro e do mesmo crime por ter nomeado um ministro do STJ, segundo delação do ex-senador
Delcídio do Amaral.
Nos porões de Curitiba não faltam presos por obstrução da Justiça, com base nos parâmetros de
Nos porões de Curitiba não faltam presos por obstrução da Justiça, com base nos parâmetros de
Moro para tipificar esse delito. Agora, a pergunta que inquieta os defensores do estado democrático
de Direito é : por que diabos seu amigo e compadre está a salvo do entendimento padrão da Lava
Jato sobre obstrução de Justiça” ?
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