"Soldado na rua é desgastante, perigoso e inócuo"
General Villas Bôas expõe a mentira do presidente ladrão e do Ministro (sic) da Defesa (sic)
A lição do general
As Forças Armadas, o Exército particularmente, parecem reativas ao uso dos quartéis para o costumeiro objetivo de botar a tropa nas ruas. Ao longo dos últimos 30 anos, essa saída, perigosa obediência militar à mentira política, tem conduzido os presidentes da República e os governadores, todos eles, para o caminho do fracasso. Botar as tropas na rua é uma expressão que, em passado não muito distante, amedrontava os civis. Mas a história agora é outra.
Apoiado na falência econômica do estado e no aumento da criminalidade, o governador Luiz Fernando Pezão seguiu a rotina. Buscou a ajuda do governo federal, que, mais uma vez, ofereceu o uso das tropas. Na sexta-feira 28, militares passaram a atuar no estado. Um contingente de 10 mil homens, sendo 8,5 mil das Forças Armadas, iniciou a patrulha na região metropolitana da cidade.
Em um primeiro momento, no entanto, não se falou do contingente a ser mobilizado nem quando o seria. Algo aconteceu. Para tapar o sol com a peneira foi preciso, então, usar a balela.
Recado dos quartéis
Os militares encarregaram como porta-voz o civil bom de papo Raul Jungmann, ministro da Defesa.
Ele inventou uma historinha. Tirou da manga a explicação de que as Forças Armadas agiriam a qualquer momento “de surpresa”.
Para sustentar a afirmação, Jungmann olhou pelo retrovisor. Segundo disse, as ações realizadas anteriormente “só baixavam a febre e não resolviam o problema”.
Os militares têm sido usados, ilegalmente, pelo princípio constitucional de que são responsáveis pela garantia da lei e da ordem. Não cabe, entretanto, às Forças Armadas enfrentar problemas policiais. Quando isso ocorre, tornam-se força auxiliar das polícias militares. Uma inversão grotesca do preceito constitucional previsto no artigo 144.
Jungmann, espetado, tentou construir saída para um problema extremamente complicado. Disse ele: “Estamos mudando a cultura. As operações serão feitas sobre três pilares: inteligência, integração e surpresa. Surpresa, surpresa”.Diante dessa surpresa, é possível contrapor a mentira.
Pouco se vaza do que ocorre nos quartéis. Juntando, porém, uma coisa à outra é possível construir um vazamento. Durante audiência pública no Senado, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que o uso de militares em atividades de segurança pública é “desgastante, perigoso, inócuo”.
A sagácia do general, cantada no Senado, favorece um episódio narrado por ele durante a ocupação da Favela da Maré, no Rio de Janeiro, em 2016: “Estamos aqui apontando arma para a população brasileira. Nós estamos numa sociedade doente”.
O general Villas Bôas travou a mentira, imaginada por Jungmann, ao se contrapor quanto ao uso das Forças Armadas como capitães-do-mato: “Nós não gostamos desse tipo de emprego. Não gostamos”.
Em sendo assim, viva o general!
A lição do general
As Forças Armadas, o Exército particularmente, parecem reativas ao uso dos quartéis para o costumeiro objetivo de botar a tropa nas ruas. Ao longo dos últimos 30 anos, essa saída, perigosa obediência militar à mentira política, tem conduzido os presidentes da República e os governadores, todos eles, para o caminho do fracasso. Botar as tropas na rua é uma expressão que, em passado não muito distante, amedrontava os civis. Mas a história agora é outra.
Apoiado na falência econômica do estado e no aumento da criminalidade, o governador Luiz Fernando Pezão seguiu a rotina. Buscou a ajuda do governo federal, que, mais uma vez, ofereceu o uso das tropas. Na sexta-feira 28, militares passaram a atuar no estado. Um contingente de 10 mil homens, sendo 8,5 mil das Forças Armadas, iniciou a patrulha na região metropolitana da cidade.
Em um primeiro momento, no entanto, não se falou do contingente a ser mobilizado nem quando o seria. Algo aconteceu. Para tapar o sol com a peneira foi preciso, então, usar a balela.
Recado dos quartéis
Os militares encarregaram como porta-voz o civil bom de papo Raul Jungmann, ministro da Defesa.
Ele inventou uma historinha. Tirou da manga a explicação de que as Forças Armadas agiriam a qualquer momento “de surpresa”.
Para sustentar a afirmação, Jungmann olhou pelo retrovisor. Segundo disse, as ações realizadas anteriormente “só baixavam a febre e não resolviam o problema”.
Os militares têm sido usados, ilegalmente, pelo princípio constitucional de que são responsáveis pela garantia da lei e da ordem. Não cabe, entretanto, às Forças Armadas enfrentar problemas policiais. Quando isso ocorre, tornam-se força auxiliar das polícias militares. Uma inversão grotesca do preceito constitucional previsto no artigo 144.
Jungmann, espetado, tentou construir saída para um problema extremamente complicado. Disse ele: “Estamos mudando a cultura. As operações serão feitas sobre três pilares: inteligência, integração e surpresa. Surpresa, surpresa”.Diante dessa surpresa, é possível contrapor a mentira.
Pouco se vaza do que ocorre nos quartéis. Juntando, porém, uma coisa à outra é possível construir um vazamento. Durante audiência pública no Senado, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que o uso de militares em atividades de segurança pública é “desgastante, perigoso, inócuo”.
A sagácia do general, cantada no Senado, favorece um episódio narrado por ele durante a ocupação da Favela da Maré, no Rio de Janeiro, em 2016: “Estamos aqui apontando arma para a população brasileira. Nós estamos numa sociedade doente”.
O general Villas Bôas travou a mentira, imaginada por Jungmann, ao se contrapor quanto ao uso das Forças Armadas como capitães-do-mato: “Nós não gostamos desse tipo de emprego. Não gostamos”.
Em sendo assim, viva o general!
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