terça-feira, 18 de julho de 2017

PARANÁ PROFUNDO: MARINGÁ: O PAI DO MORO E A FILHA DO BARROS: TRISTE SINA!


Misto de Baile da Ilha Fiscal com a Queda da Bastilha 
A sina de Maringá, de Sergio Moro ao clã da deputada Maria Victoria

Por Marcos Danhoni, professor titular da Universidade Estadual de Maringá e autor do livro 
“Do Infinito, do Mínimo e da Inquisição em Giordano Bruno”, no Diário do Centro do Mundo:

Moro em Maringá, cidade outrora famosa pela sua extrema arborização, qualidade de vida e 
tranquilidade. Infelizmente, Maringá também é conhecida pelo seu lado sombrio ao engendrar 
criaturas diretamente responsáveis pelo ocaso da democracia no país. Relatarei aqui as principais:
. Sergio Moro;
. Ricardo Barros;
. Cida Borghetti;
. Maria Victoria Barros.


Existem outros menos famosos, mas que ajudaram a criar uma sociedade extremamente 
conservadora, além de ávida em sonegar toda forma de imposto.
Sobre Sergio Moro, nem me deterei muito, pois já escrevi a respeito dele. Vale a pena repetir 
somente que era muito ligado ao pai já falecido e arquiteto da direita local.
Lecionava no Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Maringá: era histriônico, 
ultra-direitista e vivia sob o medo do domínio soviético no mundo.
Muitos dizem que Sergio Moro herdou todo o conservadorismo do pai e se programou a se tornar 
juiz. Teria prometido, em seu leito de morte, como muitos dizem por aqui, que liquidaria a esquerda 
no Brasil, realizando o desejo paterno.
Sobre os outros três personagens, pertencentes ao clã dos Barros (o Paraná é vítima de “famílias” 
que fatiaram o Estado em capitanias hereditárias: Barros, Richas, Carlis, Buenos, Belinattis, Lerners, 
Ratos, sênior e junior):
A triste aventura dos Barros começa com o patriarca, Silvio Barros, que foi prefeito de Maringá pela 
Arena, aliada do regime militar. Ricardo Barros herdou-lhe a veia política, assim como seu irmão 
Silvio Barros II (isso mesmo, a coisa é tão ridícula que o ultimo sobrenome é o algarismo “II” 
romano…).
Foi prefeito. Aliás, um desastrado prefeito. Seu último dia de governo terminou com a prefeitura de 
Maringá cercada por funcionários irados em greve. Ricardo Barros escapou do cerco com uma 
“tereza” (corda feita de lençóis como aquelas usadas por presidiários em fuga).
Após uma interrupção de dois mandatos, seu irmão, Silvio Barros II, tornou-se o terceiro do clã a 
eleger-se prefeito (sendo reeleito e fazendo seu sucessor). Assim, os Barros tomaram a cidade por 
longos 20 anos.
Sua esposa, Cida Borghetti, uma curitibana importada, fez toda sua plataforma política baseada em 
campanhas contra o câncer feminino, o que lhe angariou votos para toda a vida … O mesmo ocorreu 
com sua filha Maria Victoria Barros, formada em “banqueteria” (a “arte” de servir banquetes) na 
Suíça (believe it not).
Cida tornou-se vice-governadora ao lado do desastrado e multi-investigado governador Beto Richa. 
Ricardo Barros, que fez toda a campanha de Richa no norte e noroeste do Estado, foi brindado como 
Secretário de Indústria e Comércio do Paraná.
Ricardo sempre trabalhou no sentido de priorizar o privado sobre o público e notabilizou-se no setor 
de planos privados de saúde, o que o guindou à condição de escolha do usurpador Temer em nomeá-
lo como Ministro da Saúde, desconstruindo toda a estrutura pública de saúde, implantando o caos e a 
barbárie no SUS, na Fiocruz, na saúde indígena, na produção de medicamentos, etc.
O clã locupletou-se nessa trajetória política de conservadorismo, e nenhum senso público, o que 
transpareceu de forma dramática na festa nababesca de casamento da filha banqueteira Maria 
Victoria Barros.
Sempre com espírito arrogante, Ricardo Barros escolheu ele próprio os lugares do regabofe 
matrimonial: uma Igreja histórica, a do Rosário, construída pelos escravos e o Palácio Garibaldi, 
construído sob a égide dos ideais de Garibaldi.
Ricardo Barros quis para mostrar que ele pode submeter tudo e todos ao seu projeto megalomaníaco 
de dominar politicamente o Estado, que considera um feudo de sua família e que se sobreporá às
demais famílias das capitanias hereditárias. Uma espécie de Game of Thrones tupiniquim!


Foto de Lineu Filho

Bom, retornando ao dramático episódio do casamento e
da festa de Maria Victoria no sábado de 14 de julho (no
aniversário da Queda da Bastilha): esta data foi escolhida
a dedo para mostrar que Maria Victoria seria uma
reencarnação de Maria Antonieta, mas que, ao contrário,
venceria e manteria a Bastilha, aniquilando os “pretos”
construtores da Igrejas, e os anarquistas garibaldinos,
numa metáfora cruel de “venceria o povo.
Porém, os sonhos totalitários de Ricardo Barros e de
todo seu clã ruíram fragorosamente: cercados por mais
de mil manifestantes, Maria Victoria teve sua “noite
gloriosa” derrotada pela indignação popular. Seu vestido
ficou todo manchado de ovos, lixo de toda espécie e
outros líquidos malcheirosos.
Minha mãe telefonou hoje para uma amiga e recebeu a
informação que uma vizinha dessa amiga tinha estado na
malfadada festa. Ainda estava em estado de choque.
Disse que os manifestantes tiveram roupas, cabelos,
maquiagens arruinados. O clima dentro do salão de festa
no Palácio, segundo o relato da vizinha da amiga, era de
terror (semelhante ao que foi tomado por Maria
Antonieta e seus lacaios na distante corte francesa).
Além do medo, muitos estavam raivosos por causa da incompetência Barrista ao escolher local
inapropriado para desfilar sua “jacuzice” e soberba. Ela relatou que alguns jovens, filhos da
aristocracia decadente curitibana, brigavam com seus pais repreendendo-os em voz alta por terem
amigos envolvidos em corrupção que os convidavam para este festim diabólico.
Uma parcela deles lamentava ter que acompanhar os pais conservadores, quando queriam estar junto
com os manifestantes jogando ovos e porcariadas na burguesia podre que eles próprios
representavam.
Some-se a esse desalento todo o fedor de ovo, urina, lixo e outras cacas mais que tomou conta do
ambiente. De tempos em tempos era aspergido perfumes franceses para mitigar a pestilência do
cheiro.
Ricardo Barros, para não perder o tino, mandou arrumar os parentes mais próximos para a foto do
álbum e colocou um pseudo-jornalista velho a filmar e narrar uma mesa nababesca com quitutes
proibidos a 99% da população brasileira.
O festim diabólico, misto de Baile da Ilha Fiscal com a Queda da Bastilha, terminou de forma
melancólica, com a burguesia fedendo em seu mais profundo ser e lançando seus pruridos a todo o
país hoje dominado pela vergonha de um golpe torpe e quase surreal.


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