terça-feira, 4 de julho de 2017

EXCLUSIVO: GLOBO DEVE R$ 761 MILHÕES DE ICMS AO RIO DE JANEIRO

Roberto Irineu Marinho inaugura o novo estúdio do Jornal Nacional e revolva servidor da 
Fazenda do Rio: Estado cobra 761 milhões de impostos atrasados.

Por Joaquim de Carvalho

Na semana em que a Rede Globo inaugurou o novo estúdio do Jornal Nacional, um servidor estadual 
do Rio de Janeiro tirou foto da tela do computador com o registro da Secretaria da Fazenda que 
mostra a empresa como uma das maiores devedoras de ICMS do Estado.
“A Globo deve mais de 750 milhões de reais de ICMS ao Estado do Rio de Janeiro e fica fazendo 
prédio bacana para o Jornal Nacional. Se pagasse a dívida, resolveria o problema dos salários dos 
servidores do Estado, que ainda estão em atraso”, informou ao DCM, com a condição de que seu 
nome não fosse revelado.
Segundo os registros da Secretaria, a dívida da Globo é de quase 340 milhões de UFIRs, a unidade 
de referência dos tributos do Estado. Como cada UFIR vale R$ 3,19, o total do débito em reais é de 
761 milhões.
O DCM entrou em contato com a assessoria de imprensa da Globo, que respondeu através CDN, 
empresa de comunicação terceirizada. Eis a resposta da Globo:
Não existe qualquer dívida de ICMS com o Estado do Rio de Janeiro. Aconteceram autuações, em 
razão do fisco estadual entender que haveria incidência do imposto sobre a inserção de publicidade 
na Internet e TV paga. A empresa não concorda com esse entendimento. Não há incidência de ICMS 
sobre tal atividade. Recentemente, foi editada legislação que determinou a incidência de ISS sobre a 
inserção de publicidade na Internet e na TV paga, o que, por si só exclui a incidência do ICMS. A 
empresa está discutindo a questão na via administrativa, como prevê a lei, o que provoca a 
automática suspensão da exigibilidade do débito.
Grupo GloboTela do computador ligado no sistema da Fazenda do Rio: em reais, dívida de 761 milhões.

Ou seja, a emissora confirma que está sendo cobrada pelo Estado, mas discorda da legitimidade da 
ação e, por isso, recorre.
Não é a primeira vez que a Globo tem entendimento diverso do Fisco quanto às obrigações 
tributárias. Em 2006, ela foi autuada pela Receita Federal por sonegação do imposto de renda 
incidente sobre a compra dos direitos da Copa do Mundo.
Na época, com multa e correção, o débito chegava a R$ 615 milhões. A emissora recorreu e alegou 
que havia comprado os direitos de uma empresa das Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.
Com o aprofundamento da investigação pela Receita, a Globo acabou admitindo que a empresa 
offshore era controlada por ela mesma.
Os acionistas Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho foram 
enquadrados por crime contra a ordem tributária e seriam denunciados ao Ministério Público Federal.
Mas, em janeiro de 2007, na véspera da denúncia ser encaminhada para a Procuradoria da República, 
o processo que documentava a sonegação desapareceu da delegacia da Receita Federal no Rio de 
Janeiro.
O DCM esteve em Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Britâncias, e comprovou que a empresa da 
qual a Globo comprou os direitos da Copa nunca existiu de verdade. Era só uma empresa de papel 
criada para burlar o Fisco.
Com a revelação de que havia sonegado impostos incidentes sobre os direitos da Copa do Mundo, a 
Globo informou que havia regularizado sua situação fiscal, mas nunca apresentou o DARF que 
comprovaria o pagamento.
Agora, a briga é com o quase falimentar Estado do Rio de Janeiro.
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