terça-feira, 20 de junho de 2017

Fux vira casaca e tira operador, irmã e primo de Aécio Neves da cadeia; adiada decisão sobre senador tucano


Quer que eu seja sincero, leitor? Só acredito em Aécio Neves preso quando ele estiver vendo o 
sol nascer quadrado. E assim mesmo vou suspeitar de que seja um sósia.

No que pode ser uma mudança significativa para a votação seguinte — sobre a prisão inédita de um 
tucano — , o ministro Luiz Fux “virou casaca” e votou com Alexandre de Moraes e Marco Aurélio 
Mello pela liberdade de Mendherson Lima, suspeito de operar propinas para Aécio Neves.
Os ministros Luís Roberto Barroso e Rosa Weber queriam manter Mendherson na cadeia. Ele ficará 
em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), Mendherson foi preso depois de transportar de 
São Paulo a Belo Horizonte parte da propina de R$ 2 milhões pedida por Aécio Neves ao empresário 
Joesley Batista, da JBS.
O dinheiro foi parar na conta de uma empresa de Perrella.
Por 3 a 2, a primeira turma do STF também tirou da cadeia a irmã de Aécio, Andrea, e o primo do 
senador, Frederico Pacheco de Medeiros.
Na semana passada, votando ao lado de Barroso e Rosa, Luiz Fux manteve na prisão Andrea Neves, 
a irmã do senador e ex-presidente do PSDB.
Ainda hoje, na sessão da primeira turma do STF, seria votado o pedido de prisão de Aécio feito pela 
Procuradoria Geral da República (PGR), mas a primeira turma adiou a análise do caso e também do 
recurso de Aécio contra o seu afastamento do Senado.
Assessores de Aécio anteciparam que o voto de Fux será o decisivo para o futuro do tucano.
Se o pedido da PGR for rejeitado, o governo ganha fôlego: a prisão de Aécio pode aprofundar a crise 
interna do PSDB e forçar o partido a rever o apoio a Temer.
O acordo entre PMDB e PSDB prevê que o mandato de Aécio será preservado em troca dos votos 
tucanos no Congresso para barrar o avanço de qualquer ação da PGR contra Temer.
A surpreendente derrota do projeto de reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do 
Senado, por 10 a 9, embora não encerre o assunto — o relatório segue para a Comissão de 
Constituição e Justiça — abala o argumento dos tucanos de que é preciso manter Temer no Planalto 
para garantir as reformas.
Porém, com a soltura dos parentes de Aécio ganha fôlego o casamento PMDB-PSDB. Temer tem 
motivos para comemorar com Leonid Brejnev.
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