sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

STF VAI SOLTAR CUNHA PARA BLINDAR O MT?


É o que se chama de uma patranha? 

A nova lista de perguntas de Eduardo Cunha a Michel Temer, na Justiça, é pura dinamite.
Michel Temer vai precisar como nunca da blindagem que lhe deu o juiz Sérgio Moro ao vetar parte
das perguntas feitas pela primeira vez, que acabaram levando à conexão Temer-Odebrecht, via Eliseu 
Padilha e José Yunes, que acabou demitido.
Agora, a tarefa cabe ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Criminal Federal de Brasília.
Agora, a porta dos fundos do ocupante do Palácio do Planalto é Moreira Franco, a quem blindou 
com a nomeação como ministro.
Das 19 perguntas, que listo abaixo, dez versam sobre o “Angorá”.

E uma é especialmente intrigante:

Tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou a Moreira 
Franco, seja posteriormente, para liberação de financiamento do FI/FGTS?
Érica? Quem poderia ser?
Bem, ao que se saiba só houve uma Érica na vida de Michel Temer, a jornalista Érica Ferraz, com 
quem tem um filho, hoje com 18 anos.
As respostas, mesmo se as perguntas forem indeferidas, logo começarão a surgir.
E o Planalto, finalmente, pôs-se em marcha para soltar Eduardo Cunha.
Talvez seja tarde demais.
As perguntas de Cunha.
1 – Em qual período o senhor foi presidente do PMDB?
2 – Quando da nomeação do senhor Moreira Franco como vice-presidente de
Fundos e Loteria da Caixa Econômica Federal, o senhor exercia a presidência do PMDB?
3 – O senhor foi o responsável pela nomeação dele para a Caixa? O pedido foi feito a quem?
4 – Em 2010, quando o senhor Moreira Franco deixou a CEF para ir para a coordenação da campanha presidencial como representante do PMDB, o senhor indicou Joaquim Lima como seu substituto?
5 – O senhor conhece a pessoa de André de Souza, representante no Conselho dos Trabalhadores no FI/FGTS à época dos trabalhadores?
6 – O senhor fez alguma reunião para tratar de pedidos para financiamento com o FI, junto com Moreira Franco e André de Souza?
7 – O senhor conhece Benedito Júnior e Léo Pinheiro?
8 – Participou de alguma reunião com eles, junto com Moreira Franco para doação de campanha?
9 – Se a resposta for positiva, estava vinculada a alguma liberação do FI?
10 – André da Souza participou dessas reuniões?
11 – O senhor conheceu Fábio Cleto?
12 – Se sim, o senhor teve alguma participação em sua nomeação?
13 – Houve algum pedido político de Eduardo Paes, visando à aceleração do projeto Porto Maravilha para as Olimpíadas?
14 – Tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou Moreira Franco, seja posteriormente para liberação de financiamento do FI/FGTS?
15 – A denúncia trata da suspeita do recebimento de vantagens providas do consórcio Porto Maravilha (Odebrecht, OAS e Carioca), Hazdec, Aquapolo e
Odebrecht Ambiental, Saneatins, Eldorado Participações, Lamsa, Brado, Moura Debeux, BR Vias. O senhor tem conhecimento como presidente do PMDB até 2016 se essas empresas fizeram doações a campanhas do PMDB. Se sim, de que forma?
16 – Sabe dizer se algum deles fez doação para a campanha de Gabriel Chalita em 2012?
17 – Se positiva a resposta, houve a participação do senhor? Estava vinculada à liberação desses recursos da Caixa no FI/FGTS?
18 – Como vice-presidente da República desde 2011, teve conhecimento da participação de Eduardo Cunha em algum fato vinculado a essa denúncia de cobrança de vantagens indevidas para liberação de financiamentos do FI/FGTS?
19 – Joaquim Lima continuou como vice-presidente da Caixa Econômica Federal em outra área a partir de 2011 e está até hoje, quem foi o responsável pela sua nomeação?_________________________________________________
Bem que o Conversa Afiada desconfiou daquela tese generosa: as prisões na Vara do Moro estavam
"alongadas"...
Não seria a prisão do Dirceu, provavelmente...
Ainda mais agora, que o Eduardo Cunha entregou ao Imparcial de Curitiba umas perguntinhas sobre 
o MT da suculenta lista da Odebrecht.
Talvez a Marina Dias, da Fel-lha, tenha a explicação:
Ministros do STF discutem libertação de Eduardo Cunha
Ministros do Supremo Tribunal Federal discutem, em caráter reservado, a possibilidade de soltar o 
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro pela Operação Lava Jato.
Segundo a Folha apurou, apesar de o plenário da corte ter negado na quarta (15) pedido da defesa 
para soltar Cunha, ministros avaliam que ele pode ser solto com a concessão de um habeas corpus 
pendente no Superior Tribunal de Justiça.
(...) No STF, as articulações a favor de Cunha tomaram corpo ainda no ano passado, quando Teori 
Zavascki era o relator das investigações. Segundo pelo menos três ministros do Supremo, Teori se 
incomodou ao receber alerta de que havia movimentações na Segunda Turma do STF, responsável 
por julgar os casos da Lava Jato, no sentido de relaxar a prisão do ex-deputado.
Em jantar com colegas em dezembro, Teori fez um desabafo e disse que fora alertado do risco de 
soltarem o peemedebista. Diante disso havia decidido tirar do colegiado a reclamação protocolada 
pela defesa com pedido para soltar o ex-deputado, e enviá-la para o plenário.
Participantes do encontro relatam que Teori disse ter ouvido que outros ministros da Segunda Turma 
já estavam convencidos de que, preso, Cunha optaria por delatar, o que poderia afetar ainda mais a 
estabilidade (sic) do país.
Uma delação de Cunha preocupa governo e PMDB pelo teor das conversas já divulgadas pela 
Polícia Federal. Mensagens no celular de Cunha reforçam a tese de que ele tem informações sobre 
negócios entre grandes empresários, congressistas e governo.
Para ministros da corte, o caso de Cunha poderia servir para colocar um freio nas prisões 
preventivas. 
Na semana passada, Gilmar Mendes disse que o tribunal tinha "encontro marcado com as alongadas 
prisões que se determinam em Curitiba".

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