quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

MORO (E OS COXINHAS) TALVEZ NÂO SAIBA... MAS ELE JÁ ERA


Seu tempo passou

por : Paulo Nogueira

E Sergio Moro e sua Lava Jato vão sendo, aos poucos, descartados pelo grupo que os usou para tirar 
Dilma do poder.
O super-heroi da mídia vai sendo relegado aos rodapés. Notícias desagradáveis para Moro eram 
suprimidas nas redações. Agora, até as vaias que ele recebeu numa palestra que fez na Universidade 
Columbia, em Nova York, foram noticiadas.
O senador Romero Jucá, numa célebre conversa gravada, disse que era preciso colocar Temer no 
poder para “estancar a sangria”.
A sangria tinha nome e sobrenome: Sérgio Moro e Lava Jato. Tirada Dilma, tudo estaria sob controle 
da dupla PMDB-PSDB. Não só a presidência — mas o Supremo e, consequentemente, a Lava Jato.
A nomeação de Alexandre Moraes para o STF é apenas uma evidência a mais disso.
Sua filiação ao PSDB deveria desqualificá-lo instantaneamente para o Supremo.
Mas não.
Temer achou que era suficiente Moraes se desfiliar, num espetáculo assombroso de cinismo e 
descaro.
Não surpreende que no meio de tudo isso surja no palco — mais uma vez — Gilmar Mendes para se 
queixar das penas “alongadas” da Lava Jato. (No Mensalão, houve pena de 40 anos, sem que Gilmar 
usasse o adjetivo “alongada”.)
A Lava Jato, tal como a conhecemos sob Dilma, acabou — e, com ela, Moro. Seu objetivo era 
liquidar Dilma, Lula e o PT.
Não estava nos planos de seus mentores e incentivadores que as cobranças por corrupção 
alcançassem medalhões de outros partidos que não o PT. Aécio, Serra, Alckmin? Nem pensar.
Com Dilma, isso fatalmente ocorreria.
Dado o golpe, a história é outra.
Tudo muda. São grandes, por exemplo, as chances de Eduardo Cunha ser posto em liberdade — se 
não imediatamente, em breve. Cunha pleiteia isso, e o caso será julgado pelo STF que temos agora. 
(Moraes, que se incorporará ao Supremo depois de ser sabatinado por seus amigos senadores, foi 
advogado de Cunha.)
Em resumo: de peça-chave para a plutocracia, Moro passou a ser um obstáculo. Fez o que se queria 
dele — massacrar Dilma e Lula, e derrubar o PT do poder. E pronto.
Ele é um produto de outro tempo, como as mulheres e homens que batiam em panelas.
Moro talvez não saiba — mas ele já era.
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