terça-feira, 3 de janeiro de 2017

JOAO VICTOR, 8 ANOS: A TRAGEDIA DE UM FILHO DO ÓDIO


João Victor

por : Paulo Nogueira


João Victor foi um filho do ódio.
Para o pai, Sidnei, mulher era vadia.
Ele confiava que ao matar a mulher com a qual casara e descasara inspiraria outros homens a 
fazerem o mesmo.
Matar as vadias.
As vadias proliferaram, de acordo com Sidnei, com a lei Vadia da Penha.
Odiava o Brasil, “paiseco cujas leis são feitas para bandidos e para bandidas”, como provou 
Lewandowski ao “limpar a bunda” com a Constituição no dia em que tirou “outra vadia” do poder. 
(Esta outra vadia era Dilma.)
João Victor viveu seus breves 8 anos sob a sombra devastadora do ódio paterno.
O poder contagiante do ódio não pode ser subestimado.
A uma funcionária da escola em que estudava ele confidenciou o que sonhava fazer quando 
crescesse.
Matar o pai.
Mas o pai atirou primeiro.


Ex-mulher de atirador de Campinas registrou cinco boletins de 
ocorrência

Assassinada na chacina que deixou 12 mortos na noite de Réveillon em Campinas, Isamara Filier,
41, registrou cinco boletins de ocorrência contra Sidnei Ramos de Araújo, 46, autor dos crimes e seu
ex-marido, desde 2005, de acordo com a Polícia Civil.
Apesar dos registros, ela não quis representar criminalmente (autorizar o início do processo penal).
Dois boletins são de ameaça e injúria (em 2005 e 2012), um de vias de fato (quando há agressão sem
lesão corporal, como empurrões, em 2013) e outro de violência doméstica e ameaça, em 2015,
quando recusou que fossem aplicadas medidas restritivas. Além desses, há outro boletim, não
criminal, por aproximação do pai em dia não marcado para visita, em 2014.
_______________________________________________



Nenhum comentário: