terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O MUNDO FERVE E NO BRASIL O MIDIOTISMO CONTINUA CAÇANDO LULA


Foto: Reuters

 Luis Edmundo 

Uma variação da foto acima, do assassinato do embaixador russo na Turquia, está hoje nas primeiras páginas do Estado e da Folha de São Paulo, do Globo e também do Valor, mas não é manchete em nenhuma delas. 
Se o jornal de economia se dedica à crise nacional, ao revelar na notícia principal que "consumo e investimento tornam recuperação lenta", os outros três diários dão destaque maior nas suas capas ao caminhão que deixou "ao menos 12 mortos e 48 feridos em Berlim", como informa a manchete da Folha. O Estadão afirma que "ataque em Berlim mata 12 em feira natalina" e o Globo conta que "Alemanha investiga mortes em mercado como atentado". 
O mundo ferve, as tensões internacionais chegam a níveis quase de guerra mundial e nas entrelinhas, no entorno das manchetes, da foto impactante, o golpe segue seu curso no Brasil, o que inclui a perseguição implacável ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. 
E no Tijolaço, Fernando Brito pergunta, justamente, se "perseguição a Lula vai gerar efeito bumerangue", enquanto na capa do Estadão, sem qualquer citação a Lula hoje, o cientista político Luiz Werneck Vianna diz, em entrevista, que "tenentes de toga comandam essa balbúrdia jurídica".

Imperdível. Advogado de Lula na ONU diz que Moro está 
descontrolado. Assista



Defesa de Lula repudia despacho de Moro que o tornou réu

Leia a íntegra:
O despacho proferido hoje (19) pelo juiz Sergio Moro, recebendo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal no dia 14 contra o ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva, sua esposa Marisa Letícia Lula da Silva e o advogado de ambos, Roberto Teixeira, não muda a realidade dos fatos. Lula e sua esposa jamais foram beneficiados por qualquer dos dois imóveis indicados na denúncia e muito menos receberam qualquer vantagem indevida proveniente de contratos firmados pela Petrobras. E o advogado Roberto Teixeira agiu sempre dentro do estrito dever profissional e com a observância de todos os deveres éticos inerentes à profissão.

O imóvel em questão, situado na Rua Haberbeck Brandão (SP), foi oferecido ao Instituto Cidadania, que antecedeu o Instituto Lula e não houve interesse na sua aquisição. A denúncia afirma que o imóvel “foi recebido pelo ex-presidente da República LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA em 29/09/2010” sem indicar em que circunstâncias isso teria ocorrido. O Instituto Lula funciona no endereço que foi comprado em 1990 pelo Instituto de Pesquisa e Estudos do Trabalhador (IPET) e o ex-Presidente jamais teve a posse ou a propriedade do imóvel situado na Rua Haberbeck Brandão.

Em relação ao apartamento vizinho àquele de propriedade de Lula e de sua esposa, o casal aluga o imóvel e paga aluguel, com o recolhimento dos impostos, negócio de âmbito estritamente privado e sem qualquer relação com a Operação Lava Jato. A presente decisão do juiz Moro é mais um ato a reforçar a realidade de que agentes do Estado, sem qualquer isenção, usam processos judiciais para perseguir Lula, seus familiares e advogados, em um fenômeno identificado por “lawfare” e denunciado por especialistas e profissionais do Direito em vários outros países.

O que se observa é a ânsia desmesurada e crescente de prover acusações a Lula em tempo recorde. A denúncia hoje recebida é proveniente de um inquérito policial no qual o ex-Presidente e seu advogado tiveram apenas dois dias para se manifestar e em menos de um dia útil já estavam indiciados. A denúncia foi oferecida três dias úteis depois e o recebimento da peça acusatória se deu 4 dias úteis depois.

Não houve qualquer investigação isenta, mas uma sequencia de fatos produzidos para sustentar a abertura de inúmeros procedimentos frívolos e sem materialidade contra Lula, com o único intuito de impedir o sucesso de suas atividades políticas. A retaliação e a vingança também orientaram essa nova ação, como se verifica na nota do MPF que acompanhou a denúncia e o pronunciamento recente do Procurador Geral da República. Para tornar o processo mais verossímil e simultaneamente fragilizar a defesa, agora inserem também um de seus advogados.

Na audiência da última sexta-feira (16), em Curitiba, Moro permitiu a uma testemunha que insultasse Lula e a mim, como seu advogado, chamando-nos de “lixo”. O magistrado ainda prosseguiu com provocações e ataques à minha honra profissional, deixando evidente o espírito de perseguição e falta de imparcialidade que norteia suas ações. 

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