Acabou a festa
por : Paulo Nogueira
Tecnicamente, Moro e sua Lava Jato acabaram ontem no Congresso tal como os conhecemos.
A fala tonitruante de Gilmar fez Moro parecer uma criança assustada. Ficou claro ali como são indefensáveis — criminosamente indefensáveis — os métodos que Moro pôs em execução na Lava Jato, a começar pelos vazamentos para a mídia.
Mas, fora das tecnicalidades, o fato é que a Lava Jato já estava morta, ou semimorta, fazia tempo, desde que seu objetivo de derrubar Dilma foi alcançado.
A Lava Jato foi criada pela mídia e foi destruída pela mídia. A Lava Jato real foi aquela, para ficar num exemplo, que sob um circo histérico da imprensa conduziu Lula ao infame depoimento coercitivo.
Tevês, rádios, jornais, revistas, sites — todas as mídias das companhias jornalísticas foram parte essencial da Lava Jato. Foi o apogeu de Moro. Manchetes seguidas, minutos intermináveis no Jornal Nacional, ação ininterrupta na Globonews: era isto a Lava Jato. Uma obra da mídia.
Para desfazê-la, bastou desarmar o circo. A Lava Jato agônica, para ficar também num caso simbólico, foi a prisão de Eduardo Cunha. O barulho infernal da mídia já desaparecera — e não por acaso. Aliás, nada acontece por acaso no terreno das organizações de jornalismo.
É provável que os barões da imprensa ainda desejassem um derradeiro serviço: a prisão de Lula. Mas não tardou que ficasse evidente que isso ninguém teria coragem de fazer, pelo alto grau de risco.
Com acerto, Joaquim Barbosa disse esta semana à jornalista Mônica Bergamo que prender Lula na marra sujaria ainda mais a imagem do Brasil pós-golpe no exterior. Isso para não falar do potencial explosivo das manifestações de protesto.
Na construção de Moro e da Lava Jato, as corporações de jornalismo deram-lhes cobertura e proteção maciças. Você não lia nada de negativo sobre Moro e a Lava Jato.
Repare agora.
As pancadas de Gilmar tiveram ampla repercussão. Em outras circunstâncias, você não veria nada sobre o episódio na mídia tradicional. Talvez até Gilmar, grande amigo dos barões, fosse dissuadido de questionar Moro.
Este tipo de coisa acontece nos bastidores muito mais do que as pessoas imaginam.
O Moro de ontem no Congresso marca seu retorno às origens: o juiz de primeira instância.
O Super-Moro acabou — e com ele a Lava Jato.
Tecnicamente, Moro e sua Lava Jato acabaram ontem no Congresso tal como os conhecemos.
A fala tonitruante de Gilmar fez Moro parecer uma criança assustada. Ficou claro ali como são indefensáveis — criminosamente indefensáveis — os métodos que Moro pôs em execução na Lava Jato, a começar pelos vazamentos para a mídia.
Mas, fora das tecnicalidades, o fato é que a Lava Jato já estava morta, ou semimorta, fazia tempo, desde que seu objetivo de derrubar Dilma foi alcançado.
A Lava Jato foi criada pela mídia e foi destruída pela mídia. A Lava Jato real foi aquela, para ficar num exemplo, que sob um circo histérico da imprensa conduziu Lula ao infame depoimento coercitivo.
Tevês, rádios, jornais, revistas, sites — todas as mídias das companhias jornalísticas foram parte essencial da Lava Jato. Foi o apogeu de Moro. Manchetes seguidas, minutos intermináveis no Jornal Nacional, ação ininterrupta na Globonews: era isto a Lava Jato. Uma obra da mídia.
Para desfazê-la, bastou desarmar o circo. A Lava Jato agônica, para ficar também num caso simbólico, foi a prisão de Eduardo Cunha. O barulho infernal da mídia já desaparecera — e não por acaso. Aliás, nada acontece por acaso no terreno das organizações de jornalismo.
É provável que os barões da imprensa ainda desejassem um derradeiro serviço: a prisão de Lula. Mas não tardou que ficasse evidente que isso ninguém teria coragem de fazer, pelo alto grau de risco.
Com acerto, Joaquim Barbosa disse esta semana à jornalista Mônica Bergamo que prender Lula na marra sujaria ainda mais a imagem do Brasil pós-golpe no exterior. Isso para não falar do potencial explosivo das manifestações de protesto.
Na construção de Moro e da Lava Jato, as corporações de jornalismo deram-lhes cobertura e proteção maciças. Você não lia nada de negativo sobre Moro e a Lava Jato.
Repare agora.
As pancadas de Gilmar tiveram ampla repercussão. Em outras circunstâncias, você não veria nada sobre o episódio na mídia tradicional. Talvez até Gilmar, grande amigo dos barões, fosse dissuadido de questionar Moro.
Este tipo de coisa acontece nos bastidores muito mais do que as pessoas imaginam.
O Moro de ontem no Congresso marca seu retorno às origens: o juiz de primeira instância.
O Super-Moro acabou — e com ele a Lava Jato.
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