quinta-feira, 17 de novembro de 2016

LEWANDOWSKI E JOÂO PLENÁRIO .... BATI BOCA SUPREMO



por : Kiko Nogueira

No mundo ideal, a carraspana de Ricardo Lewandowski teria significado o encerramento da carreira
de Gilmar Mendes.
Aconteceu no plenário do STF, durante votação de recurso extraordinário sobre incidência de 
contribuição previdenciária sobre adicionais e gratificações temporárias.
Gilmar pediu vista do processo depois de proferir seu voto. O colega classificou a atitude de 
“heterodoxa”.
— Tem coisas mais heterodoxas aqui, rebateu Mendes.
— Eu, graças a Deus, não sigo o exemplo de vossa excelência em matéria de heterodoxia. E faço 
disso um ponto de honra, respondeu Lewandowski.
— Basta ver o que vossa excelência fez no Senado.
— Basta ver o que vossa excelência faz diariamente nos jornais, devolveu Lewandowski.
— Faço, inclusive, para reparar os absurdos que vossa excelência faz.
— Absurdos, não. Vossa excelência retire o que disse. Vossa excelência está faltando com decoro 
não é de hoje. Eu repilo. Vossa excelência, por favor, me esqueça.
— Não retiro, falou Gilmar, baixando a crista.
— Vossa excelência se mantenha como está. Eu afirmo que vossa excelência está faltando com o 
decoro que esta corte merece.
Gilmar Mendes é um embaraço nacional. Lewandowski externou algo que está na garganta de 
milhões de brasileiros há muito tempo: o ministro que não sai da mídia está faltando com o decoro 
há muito, muito tempo.
Lewandowski ecoou Joseph Welch, que em 1954 liquidou o senador Joseph McCarthy numa CPI 
que apurava infiltração comunista nas Forças Armadas (pois é).
Cansado da cantilena de McCarthy, que acusava um jovem assessor de Welch, o advogado disse uma 
frase que entraria para a história: “O senhor não tem nenhum senso de decência?”
O macarthismo morreu ali, junto com seu criador. Quem dera tivéssemos a mesma sorte.

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