terça-feira, 8 de novembro de 2016

Estudantes do Ocupa Ufopa Reafirmam que não provocam vandalismos e nem impedem acesso

O campus Boulevard, na Mendonça Furtado, está ocupado há 4 dias. Decisão foi tomada em assembleia geral

Ocupa Ufopa não provoca vandalismo e nem impede acesso, dizem estudantes, ocupaUfopa
Nota dos estudantes da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) que participam do movimento Ocupa Ufopa, em protesto contra a aprovação da PEC 241.
Abaixo, a íntegra da nota:
Os estudantes da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) vêm, por meio desta, esclarecer acerca da ocupação que ocorre no campus Boulevard [da Ufopa] desde o dia 3 de novembro do vigente ano.
Após deliberação em assembleia, os discentes da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) decidiram ocupar o Campus Boulervad da referida autarquia, na tarde do dia 03 de novembro de 2016.
A ocupação dar-se em protesto ao Projeto de Emenda à Constituição Federal (PEC) 241/55 de 2016 que limita os gastos públicos com saúde e educação, bem como ao projeto de reforma do ensino médio.
Deste modo, o movimento soma-se em intenção e solidariedade às ocupações de milhares de estudantes e trabalhadores de todo o País que até a presente data revelam-se em 1.197 entidades de ensino.
O movimento organizado é de iniciativa dos estudantes e tem como bandeira única a educação. Não impede a participação da comunidade, pois entende que os envolvidos partilham de uma mesma preocupação com a atual conjuntura do País. Nem restringe o acesso ao Campus, sendo assegurado o direito de ir e vir de qualquer pessoa.
Por assembleia, foi definido que será garantido o funcionamento de atividades tidas como imprescindíveis na instituição, tais como: limpeza, segurança e a realização de serviços administrativos, até o dia 10 de novembro no caso do último item.
A ocupação do espaço de estudo dá visibilidade a tal insatisfação e expande diálogo com a população, agregando pessoas para o movimento, de modo que pressiona os senadores no momento da votação, criando um sufrágio consciente por parte destes e da própria população que os elegeu.
Neste movimento, os estudantes reforçam seu descontentamento com a conjuntura política atual, que propõe medidas de austeridade que negligenciam a educação e precarizam os demais serviços públicos, banalizando setores cruciais para a manutenção da vida pública.
Repudiam a PEC 241 / 55, que visa o controle das despesas através de um teto de gastos públicos, uma vez que esta tem um impacto direto na vida de milhões de pessoas.
Ressalta-se ainda que o movimento sofre ataques de sujeitos despolitizados dentro do Campus, mediante atos segregacionistas, adotando comportamentos acríticos e incriminadores na tentativa de desfazer a ocupação.
Na contramão disto, esclarecemos que a ocupação é legítima e não conta com nenhum ato de vandalismo ou depredação por parte dos integrantes do movimento, contrariando rotulações que se têm buscado os impor, dentre estas, ofensas em canais de comunicações e redes sociais.
Enquanto muitos que são contrários ao movimento o massacram e o hostilizam em ambientes virtuais, os estudantes ocupantes têm zelado pelas dependências do campus, fazendo limpezas diárias e cuidando para que o patrimônio da Instituição não seja deteriorado.
Atividades na ocupação
Durante a ocupação ocorre uma diversidade de programações, como: mutirões de limpeza, refeições coletivas, contatos com grupos da comunidade externa e atividades culturais, bem como debates sobre política e temas de relevância para a sociedade.
No início da tarde são realizadas oficinas pedagógicas, exibição de documentários e filmes, sendo alguns para o público infantil. Livros didáticos também são colocados à disposição para empréstimos.
As assembleias são realizadas diariamente no horário de 18 horas, na qual a mobilização é discutida e é definida a continuidade da ocupação.
À noite, geralmente tem atividades culturais com apresentação de dança e músicas regionais.
As decisões e ações relevantes à comunidade externa são publicadas na página OCUPA UFOPA.
Entidades declaram apoio ao movimento.
Os estudantes já contam com um número expressivo de entidades que colaboram e apoiam o movimento, como:
SINDUFOPA (Sindicato dos Professores da UFOPA)
SINTPREVS (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Previdência, Saúde, Trabalho e Assistência Social no Pará)
SINCORT (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Pará)
SINTEPP REGIONAL OESTE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará – Região Oeste)
SINTEPP SANTARÉM (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará – Santarém)
TERRA DE DIREITOS – Organização de Direitos Humanos
ONG FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional)
CPT (Comissão Pastoral da Terra)
DCE UFOPA (Diretório Central dos Estudantes da UFOPA)
DAIN (Diretório dos acadêmicos indígenas da UFOPA)
UES (União dos Estudantes de Santarém)
SECUNDARISTAS DE SANTARÉM (vários estudantes das escolas de ensino médio de Santarém)
ORGANIZAÇÕES INDÍGENAS DE SANTARÉM
UNIVERSITÁRIOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES (Vários estudantes do IFPA e UEPA)
PASTORAL DA JUVENTUDE

Nenhum comentário: