quinta-feira, 6 de outubro de 2016

BOULOS: “CABE AOS MOVIMENTOS SOCIAIS RECONSTRUIR A ESQUERDA”


Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, 
Guilherme Boulos disse que a derrota dos partidos tradicionais de esquerda nas eleições 
municipais coloca os movimentos sociais na posição de assumir o protagonismo político contra 
o avanço de partidos de centro-direita, como PSDB e PMDB, e suas agendas conservadoras; 
"Em um momento de crise da esquerda como este, os movimentos sociais passam, sim, a ter 
este papel mais político de resistir a esta ofensiva política bruta conservadora", disse ao 247; 
segundo ele, "também compete aos movimentos sociais retomarem o trabalho de base, algo que 
a esquerda perdeu nos últimos anos"

Por Paulo Emílio, 247 - O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente 
Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, disse em entrevista ao 247 que a derrota dos partidos 
tradicionais de esquerda nas eleições municipais coloca os movimentos sociais na posição de 
assumir o protagonismo político contra o avanço representado por partidos de centro-direita como o 
PSDB e o PMDB e suas agendas conservadoras.
"Os movimentos sociais continuarão com suas pautas e demandas, que agregam o povo em torno das 
suas lutas. Mas em um momento de crise da esquerda como este, os movimentos sociais passam sim 
a ter este papel mais político de resistir a esta ofensiva política bruta conservadora", declarou.
Segundo ele, os movimentos sociais agora passam a ter a função de "unificar a parcela da população 
que ainda não conseguiu se organizar e reconstruir a esquerda". "A forma como isso se dará vem dos 
ataques do próprio governo Michel Temer neste sentido, como a PEC 241 [que limita os gastos do 
governo por 20 anos, com destaque para a área de saúde e educação], que significa rasgar a 
Constituição e desorganizar a rede de assistência e proteção social conquistada nos últimos anos", 
afirma.
Boulos também observa que, com o final das eleições e a gradativa implantação do programa de 
Michel Temer, que prevê medidas que implicarão na perda de uma série de conquistas sociais, 
previdenciárias e trabalhistas, a população deverá se unir contra o governo. "As pessoas que viram o 
golpe como algo meio distante, como uma briga entre político, agora devem se juntar. E os 
movimentos sociais deve exercer este papel", destaca.
Ele avalia também que os movimentos sociais já trabalham de forma unificada contra o que ele 
chama de "programas do golpe Michel Temer". "A Frente Povo Sem Medo e Brasil Popular já 
agregam a maior parte dos movimentos sociais que são contrários ao golpe a esta onda conservadora. 
Neste sentido, também compete aos movimentos sociais retomarem o trabalho de base, algo que a 
esquerda perdeu nos últimos anos", acredita.
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