sábado, 3 de setembro de 2016

MORREM AS POLITICAS SOCIAIS E VOLTA O PRIMEIRO DAMISMO


Desde a Constituição de 1988, que estabeleceu o Sistema de Seguridade Social, incluindo-se 
nesse conceito a assistência social como uma política PÚBLICA, como DEVER do Estado e um 
DIREITO do cidadão, para que tenha suas necessidades mínimas providas, os setores que 
constrõem a Assistência Social lutam para desconstruir o “primeiro-damismo” e o 
“assistencialismo” que desde a Era Vargas foi tão marcado no Brasil.

Jornal GGN - A Constituição Cidadã trouxe um novo olhar sobre a Seguridade Social. Saiu de 
cena o assistencialismo e entraram as políticas públicas, um dever do Estado e um direito do 
cidadão. Saem as organizações assistencialistas e entram ações efetivas que retiraram da 
pobreza extrema milhões de brasileiros. A função do Estado foi deturpada novamente. Entra 
em cena o assistencialismo na figura da primeira-dama do momento, com funções "sociais" 
que dilapidam o orgulho do cidadão e a função do Estado. Sai uma presidente eleita 
democraticamente com 54,5 milhões de votos, que representa a força de uma mulher no posto 
mais alto da Nação e entra uma representante da elite fazendo caridade em nome do Estado. 
Tristes tempos.

O primeiro-damismo voltou e junto com ele o assistencialismo

O Brasil acordou hoje, após 21 anos, sob um governo que não foi eleito direta e democraticamente. 
Como esse fato não vem isolado, mas repleto de planos e intencionalidades que jogam o Brasil no 
passado, os jornais noticiam que a Primeira Dama do País, Marcela Temer, assumirá um cargo em 
programa social, ainda a ser lançado, que atenderá crianças do Programa Bolsa Família.
E o que isso significa? Um verdadeiro retrocesso na Política de Assistência Social. Desde a 
Constituição de 1988, que estabeleceu o Sistema de Seguridade Social, incluindo-se nesse conceito a 
assistência social como uma política PÚBLICA, como DEVER do Estado e um DIREITO do 
cidadão, para que tenha suas necessidades mínimas providas, os setores que constrõem a Assistência 
Social lutam para desconstruir o “primeiro-damismo” e o “assistencialismo” que desde a Era Vargas 
foi tão marcado no Brasil.
A última década, em especial, assinalou a Assistência Social por uma mudança de paradigma, com a 
garantia de recursos públicos no Orçamento Federal, com o estabelecimento de critérios 
transparentes para benefícios e serviços, com a gestão compartilhada entre gestores federais, 
estaduais e municipais, com a construção de rede própria de equipamentos, com o fortalecimento do 
controle social e profissionalização de seus quadros, justamente para elevar essa política à condição 
de política de Estado, para que nenhum governante ou primeira-dama façam uso de qualquer 
natureza de seus programas. O Alerta Social ouviu Ieda Castro, que foi Secretária Nacional de 
Assistência Social no govermo Dilma Rousseff, até o dia 12 de maio de 2016, “Essa medida 
significa a ruptura com o processo de amadurecimento de um sistema público de proteção social, 
universal e acessível a todos os cidadãos brasileiros. Cuidar dos pobres volta a ser hobby de 
primeiras-damas.”
Um auxiliar presidencial disse que Marcela “É mãe e tem todos os predicados para ajudar nesta 
área”. Ouvimos atônitos a uma manifestação como essa, pensamos qual será a opinião dos milhares 
de profissinais que se formam em Serviço Social ou em tantas outras profissões que atuam na Política 
de Assistência Social. Essa política não precisa de ajuda, precisa de respeito.
Renato de Paula, professor de Ciência Política na Universidade Federal de Goiás, nos esclarece mais 
ainda com sua opinião: “Aclamada pela mídia golpista como ‘bela, recatada e do lar’, a primeira-
dama ao assumir uma função pública, não apenas consolida o nepotismo como passa a fazer parte da 
sórdida estratégia de tornar o direito público em favor e moeda de barganha política (e diziam que 
essa era a função do Bolsa Família!!!!). Sob a inspiração do antigo Comunidade Solidária, o 
assistencialismo de Estado volta com força total na ‘ponte para o passado’ com os resquícios da 
crueldade golpista: Marcela Temer conseguirá piorar o legado neoliberal de Ruth Cardoso. A nós 
resta resistir e esclarecer a população que mais perda de direitos virão, pois a intervenção do Estado 
nos nossos lares não será nada bela ou recatada, será brutal e corrosiva.”

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