terça-feira, 30 de agosto de 2016

REPRESSÃO VIOLENTA EM SP ANTECIPA O BRASIL PÓS-DEMOCRÁTICO


Para evitar que os manifestantes fizessem vigília e mantivessem a Avenida Paulista fechada, 
policiais utilizaram bombas de efeito moral, gás de pimenta e caminhões de água para 
dispersar os manifestantes que protestavam ontem (29) em São Paulo contra o impeachment 
da presidenta afastada Dilma Roussef; os organizadores, no início do ato, falaram na presença 
de 2 mil pessoas

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

Para evitar que os manifestantes fizessem vigília e mantivessem a Avenida Paulista fechada, policiais 
utilizaram bombas de efeito moral, gás de pimenta e caminhões de água para dispersar os 
manifestantes que protestavam ontem (29) em São Paulo contra o impeachment da presidenta 
afastada Dilma Rousseff. Pelo menos uma pessoa foi detida durante o ato, mas a Polícia Militar não 
confirmou a informação oficialmente e também não divulgou o número de manifestantes. Os 
organizadores, no início do ato, falaram na presença de 2 mil pessoas.

Após os jatos de água e as bombas, os manifestantes, que estavam concentrados em frente ao Museu 
de Arte de São Paulo (Masp), se dispersaram pela região. Parte deles seguiu pela Rua da Consolação 
em direção à Praça Roosevelt, no centro da cidade, e foram seguidos pela Tropa de Choque com 
bombas. Os manifestantes, por sua vez, jogavam lixeiras pelas ruas e as incendiavam, enquanto 
seguiam pelo local.
Enquanto isso, um grande número de policiais e de caminhões da Tropa de Choque permaneciam 
pela Avenida Paulista, concentrados principalmente próximo à Praça do Ciclista, para evitar que os 
manifestantes voltassem para a região. A avenida só voltou a ser liberada por volta das 21h. Pouco 
depois disso, os caminhões da Tropa de Choque saíram da Paulista, mas por volta das 22h, ainda 
haviam policiais pela região.
O protesto
O ato teve início por volta das 17h, na Praça do Ciclista. Por volta das 18h20 os manifestantes, 
convocados pelos movimentos Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular iniciaram uma 
caminhada pela avenida, com destino à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). 
Antes que eles chegassem ao local, policiais já faziam um bloqueio em toda a extensão da Avenida 
Paulista, na esquina com a Alameda Casa Branca, próximo ao Masp, impedindo que eles 
prosseguissem em caminhada.
Por volta das 18h50, os manifestantes tentaram forçar a passagem pelos policiais, que contiveram o 
ato arremessando bombas de efeito moral em direção aos manifestantes. Após as bombas, os 
manifestantes colocaram fogo em lixos e passaram a ficar concentrados no Masp, onde 
permaneceram até por volta das 20h, quando foram retirados à força do local pelos policiais.
A jornalistas, o major Teles, da Polícia Militar, comandante da ação de segurança hoje na Avenida 
Paulista, disse que as bombas foram necessárias porque era “preciso saber o itinerário e onde vai 
terminar a manifestação”. Segundo ele, os movimentos não informaram sobre o trajeto do ato. O 
major também disse que o bloqueio pretendia afastar os grupos favoráveis à presidenta afastada 
Dilma Rousseff do grupo que está acampado ao lado da Fiesp desde março deste ano e que defende o 
impeachment.

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