Com a decisão desta madrugada, a presidente Dilma Rousseff vira ré no processo de
impeachemnt e será julgada pelo plenário; na última etapa, após o depoimento das
testemunhas, os senadores decidirão pela condenação ou a absolvição da presidente eleita; na
fase final, é preciso o voto de 54 dos 81 senadores para confirmar o impedimento; as sessões de
julgamento devem ser agendadas a partir do dia 25 de agosto; o interino Michel Temer havia
ameaçado senadores, deixando claro que só quem votasse pela pronúncia, nesta madrugada,
seria contemplado com benesses após a votação final; com a decisão, senadores ficam a um
passo de consumar o golpe que aniquila a democracia brasileira e derruba 54 milhões de votos
sem que tenha havido crime de responsabilidade
Depois destes episódios é preciso serenar. Serenar não é ceder, é não nos devorarmos diante da
Quando a gente vai ficando velho e a política já passou diante dos nossos olhos com todas as suas
ilusões e fantasias, a gente não se ilude, ou pelo menos não se ilude tanto, porque não perdemos o
desejo de que as coisas se deem corretamente e resultem no melhor para o Brasil.
Não é hora de analisar os erros e insuficiências do PT, de Lula e de Dilma.
Nenhum terá sido tão grave quanto o de aceitar a lógica do adversário e crer que a classe dominante
Não é hora de analisar os erros e insuficiências do PT, de Lula e de Dilma.
Nenhum terá sido tão grave quanto o de aceitar a lógica do adversário e crer que a classe dominante
brasileira poderia aceitar um modelo de desenvolvimento inclusivo por convencimento e não pela
pressão das massas trabalhadores, deixada à mercê do controle remoto e do discurso moralista.
Ontem, mesmo vendo de rabo do olho aquela monstruosa sessão de “julgamento” acabei me
Ontem, mesmo vendo de rabo do olho aquela monstruosa sessão de “julgamento” acabei me
deixando levar por um sentimento que dispensa muitas explicações, porque é visceral e nosso
estômago tem supremacia sobre o nosso cérebro que racionaliza e o coração que tenta perdoar.
Difícil convencer nossas entranhas a assistirem quietas que tantos que se serviram de ministérios, de
Difícil convencer nossas entranhas a assistirem quietas que tantos que se serviram de ministérios, de
poder e prestígio nos governos Dilma e Lula, possam apunhalá-los e à democracia pelos pratos de
lentilhas que Temer lhes dará.
O Coronel do Pará Jader Barbalho
Depois destes episódios é preciso serenar. Serenar não é ceder, é não nos devorarmos diante da
derrota que está clara e desenhada, embora o combate deva continuar.
Preciso, portanto, pedir aos amigos e amigas que tenham um pouco de paciência antes que eu volte a
Preciso, portanto, pedir aos amigos e amigas que tenham um pouco de paciência antes que eu volte a
falar de algo que não pode despertar senão repugnância: ver o parlamento transformado numa
sociedade de celerados que assalta, sob a cumplicidade das instituições, a soberania do voto popular.
Estamos entrando numa ditadura e não se enfrenta ditaduras com força cega.
A gente não é de ferro e tem hora em que o nojo, em todas as acepções que a palavra tem, não é bom
Estamos entrando numa ditadura e não se enfrenta ditaduras com força cega.
A gente não é de ferro e tem hora em que o nojo, em todas as acepções que a palavra tem, não é bom
conselheiro do olhar.
Daqui a pouco retomo o blog, assim que o corpo e a cabeça permitirem.
Daqui a pouco retomo o blog, assim que o corpo e a cabeça permitirem.
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