quarta-feira, 10 de agosto de 2016

POR 59 A 21, SENADO APROVA DENÚNCIA CONTRA DILMA


Com a decisão desta madrugada, a presidente Dilma Rousseff vira ré no processo de 
impeachemnt e será julgada pelo plenário; na última etapa, após o depoimento das 
testemunhas, os senadores decidirão pela condenação ou a absolvição da presidente eleita; na 
fase final, é preciso o voto de 54 dos 81 senadores para confirmar o impedimento; as sessões de 
julgamento devem ser agendadas a partir do dia 25 de agosto; o interino Michel Temer havia 
ameaçado senadores, deixando claro que só quem votasse pela pronúncia, nesta madrugada, 
seria contemplado com benesses após a votação final; com a decisão, senadores ficam a um 
passo de consumar o golpe que aniquila a democracia brasileira e derruba 54 milhões de votos 
sem que tenha havido crime de responsabilidade

Quando a gente vai ficando velho e a política já passou diante dos nossos olhos com todas as suas 
ilusões e fantasias, a gente não se ilude, ou pelo menos não se ilude tanto, porque não perdemos o 
desejo de que as coisas se deem corretamente e resultem no melhor para o Brasil.
Não é hora de analisar os erros e insuficiências do PT, de Lula e de Dilma.
Nenhum terá sido tão grave quanto o de aceitar a lógica do adversário e crer que a classe dominante 
brasileira poderia aceitar um modelo de desenvolvimento inclusivo por convencimento e não pela 
pressão das massas trabalhadores, deixada à mercê do controle remoto e do discurso moralista.
Ontem, mesmo vendo de rabo do olho aquela monstruosa sessão de “julgamento” acabei me 
deixando levar por um sentimento que dispensa muitas explicações, porque é visceral e nosso 
estômago tem supremacia sobre o nosso cérebro que racionaliza e o coração que tenta perdoar.
Difícil convencer nossas entranhas a assistirem quietas que tantos que se serviram de ministérios, de 
poder e prestígio nos governos Dilma e Lula, possam apunhalá-los e à democracia pelos pratos de 
lentilhas que Temer lhes dará.


O Coronel do Pará Jader Barbalho

Depois destes episódios é preciso serenar. Serenar não é ceder, é não nos devorarmos diante da 
derrota que está clara e desenhada, embora o combate deva continuar.
Preciso, portanto, pedir aos amigos e amigas que tenham um pouco de paciência antes que eu volte a 
falar de algo que não pode despertar senão repugnância: ver o parlamento transformado numa 
sociedade de celerados que assalta, sob a cumplicidade das instituições, a soberania do voto popular.
Estamos entrando numa ditadura e não se enfrenta ditaduras com força cega.
A gente não é de ferro e tem hora em que o nojo, em todas as acepções que a palavra tem, não é bom 
conselheiro do olhar.
Daqui a pouco retomo o blog, assim que o corpo e a cabeça permitirem.
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