quarta-feira, 6 de julho de 2016

REQUIÂO AO DCM NA TVT: “DILMA TEM CONDIÇÔES DE VOLTAR, MAS NÂO DE GOVERNAR. DAÍ O PLEBISCITO



por : Kiko Nogueira

O senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, foi entrevistado no programa do DCM na TVT, 
apresentado por Marcelo Godoy e dirigido por Max Alvim.
Requião recebeu a equipe em seu apartamento funcional em Brasília, na Superquadra Sul. 
Conversou sobre o momento político com a contundência que lhe é peculiar.
Requião está empenhado na ideia das novas eleições. Em sua opinião, é a única maneira de barrar o 
golpe. Segundo ele, Dilma “vacila” ao não encampar a iniciativa com força. Pode estar “mal 
assessorada”.
No início do mês passado, ele contou que se reuniu com trinta senadores contrários ao impedimento 
num jantar. São necessários 27 para barrar o processo. O ponto de convergência seria o plebiscito.
Uma lista obtida pelo DCM, preparada por um grupo que monitora a votação, assinalava que alguns 
desses nomes estavam, como era de se esperar, negociando no Jaburu e no Alvorada com a mesma 
moeda de sempre: cargos e influência.
Requião não vê contradição. Define isso como “fisiologismo esclarecido, uma contrapartida ao 
despotismo esclarecido”.
Se ele está otimista?
“Vou responder como Gramsci: pessimista na análise e otimista na ação. Estamos procurando uma 
saída para o Brasil. Não estou nessa de ‘Fora Temer’ e ‘Volta Dilma’. A Dilma tem de ser um 
instrumento da recuperação da verdadeira política e dos interesses nacionais”, afirma.
Requião é uma voz solitária dentro de seu partido, um balaio de caciques regionais cuja facção 
dominante, hoje, é a de Temer, Cunha et caterva. “A base do PMDB é boa, assim como a do PSDB e 
a do PT, mas a cúpula se corrompeu neste processo de complacência e auto complacência. Os 
deputados consideram Eduardo Cunha um companheiro que faz a mesma coisa que eles fazem”, fala. 
“Não vou fugir do PMDB”.
Michel Temer foi “cooptado pelo pecado preferido do diabo, que é a vaidade, instrumentalizado por 
interesses geopolíticos claros de interesse do capital financeiro e de toda mídia, representados na 
figura de José Serra”.
Em março, Roberto Requião foi um dos parlamentares que protocolaram uma ação para que o 
Conselho Nacional de Justiça abrisse um processo disciplinar contra Sérgio Moro pela divulgação 
dos grampos de Dilma e Lula.
Ele se declara, no entanto, “dividido” com relação ao juiz, que conhece desde que ele esteve à frente 
do caso Banestado no tempo em que Requião era governador do Paraná.
“Ele é aplaudido pela Globo”, afirma. “A Lava Jato é altamente seletiva. São juízes formados com o 
medo do comunismo, eles veem em todo progressista um perigo. Em função disso, acaba 
proporcionando o que a Operação Mani Pulite fez na Itália”.
“Moro começou essa operação para alegria de todos nós. De repente, vai receber um prêmio das 
mãos maiores sonegadores do Brasil na Rede Globo ou vai fazer uma palestra com Doria em São 
Paulo. É um disparate. Um antagonismo entre o comportamento esperado e a companhia desejada”. 
O juiz lhe teria dito que não prenderia Lula.
“Dilma está sendo submetida a uma farsa revogatória”, define. “Ela tem condição de voltar se ela se 
sentar com estes senadores que têm uma base de consciência ética e nacionalista e se propuser a 
fazer uma mudança suprapartidária, que atenda os objetivos permanentes da nação, descritos na 
Constituição. Não teria condição de governo com a oposição de 35 partidos. Daí o plebiscito”.
Eis alguns trechos da entrevista com Requião. Ela vai ao ar, na íntegra, no domingo às 20h30 na 
TVT.





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