segunda-feira, 4 de julho de 2016

MORO NEGA ACESSO A INDÍCIOS DE CARTEL EM SP


Do Valor:

O juiz titular da Lava-Jato na Justiça federal em Curitiba, Sergio Moro, negou pedido feito pelo
promotor de Justiça de São Paulo Marcelo Milani, para compartilhar informações sobre documento 
com anotações manuscritas encontrado durante a 23ª fase da investigação, a “Acarajé”. O papel foi 
apreendido com o executivo ligado à Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior e faz menção a 
suposto pagamento de propina em obra da rodovia Pedro Eroles (SP-88), conhecida como Mogi-
Dutra, que liga os municípios de Arujá e Mogi das Cruzes.
O manuscrito menciona “acomodação de mercado” para favorecer construtoras em licitação para 
obras da rodovia de 2002, primeiro governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
O documento também indica pagamento de 5% do valor da obra para pessoa identificada como 
“santo” e lista valores à sigla DER, que os investigadores acreditam se tratar de Departamento de 
Estradas de Rodagem.
Na inscrição em uma folha de caderno há citação a “valor da obra” de R$ 68,7 milhões e a anotação 
“custos c/ santo= 3.436.500”. A palavra “apóstolo” está rasurada e foi trocada por “santo”.
Na avaliação de Moro, o compartilhamento da prova obtida pela Lava-Jato atende ao interesse 
público. No entanto, o magistrado observa que as investigações locais do Ministério Público Federal 
(MPF) e da Polícia Federal (PF) sobre o material apreendido na Odebrecht está em curso.
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