Fiador do impeachment, Paulinho da Força recebeu ex-ministro na semana passada. Em
pauta, a manutenção de funcionários indicados pelo PCdoB, ainda não exonerados pelo
governo Michel Temer.
Com o impeachment, Temer prometeu o MDA ao partido de Paulinho, mas retirou o status de ministério, o que desagradou o deputado. O novo Ministério de Desenvolvimento Social, comandado pelo PMDB, passou a abrigar as competência do antigo MDA. Mas após pressão de Paulinho e protestos de militantes da FNL - que chegaram a invadir e destruir janelas do prédio da instituição - Temer transferiu as atribuições para a Casa Civil.
"O Solidariedade (...) não aceitava depender de um ministro de fora do Planalto para a liberação de recursos e nomeações. Paulinho chegou a ameaçar não integrar o governo caso a mudança [para a Casa Civil] não acontecesse", endossou a Folha.
Em off, o GGN apurou que a FNL, em troca de cargos no Incra, prometeu não encampar mais protestos contra o governo Temer.
Rainha, por outro lado, negou à reportagem que tenha discutido cargos com Paulinho da Força ou apoio ao governo interino. "A FNL e eu não vamos nos meter em assuntos que competem aos partidos políticos, não a movimento de trabalhadores", justificou. "Minha relação com Paulinho é de amizade e diplomacia. Só falamos que é importante ter bons técnicos nomeados para o Incra, para tratar da questão agrária, latifundiária, porque o país só vai avançar com democracia se houver reforma."
Cíntia Alves
Jornal GGN – Fiador do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Paulinho da Força (SD) recebeu, na semana passada, o ex-ministro Aldo Rebelo (PCdoB), com quem teria discutido a manutenção de indicados do PCdoB ainda não exonerados pelo governo Michel Temer (PMDB).
Antigo titular do Ministério da Defesa, Aldo Rebelo foi demitido do governo federal na mesma leva que os demais ministros de Dilma, após a adminissibilidade do impeachment no Senado. Apesar de ter declarado à imprensa que Temer não tem legitimidade para comandar o país, Rebelo teria falado sobre a permanência de funcionários ligados ao partido inclusive no antigo MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário), entregue à influência do Solidariedade após o impeachment.
As atribuições do MDA, principalmente aquelas relativas à reforma agrária, estão sob a responsabilidade da Casa Civil por pressão de Paulinho da Força e aliados. Antes, Temer havia fundido a pasta ao novo Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Osmar Terra (PMDB).
Segundo o GGN apurou, Paulinho teria intermediado uma conversa entre Aldo Rebelo e o dirigente da FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade), José Rainha, um dos movimentos sociais ligados a trabalhadores do campo e sem-terra recebidos por Temer, a pedido do deputado da Força Sindical.
Uma fonte próxima à cúpula da FNL relatou que Rainha negocia com Paulinho da Força o comando de superintências do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) nos estados. O instituto era subordinado ao MDA, responsável por ações que envolvem demarcações de terra, regulação fundiária e reforma agrária.
Em abril passado, o Painel da Folha publicou que Zé Rainha, com patrocínio de Paulinho, tentava emplacar um nome de seu interesse no comando do Incra - demonstrando a influência do parlamentar sobre o Instituto.
No final de maio, quando o impeachment já havia passado no Senado em primeira fase, Paulinho da Força "garantiu as indicações de José Ricardo Roseno (...) para a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, e do atual diretor de Programas do Incra, Leonardo Góes Silva, para a presidência do instituto", publicou a Folha.
Ao GGN, Rainha admitiu o diálogo com Aldo Rebelo na semana passada. "Eu tive uma conversa com ele a respeito de reforma agrária. Eu sou amigo do Aldo, nossas conversas são sobre pautas sociais, não sobre cargos nem questões políticas. Minha mulher é filiada ao PCdoB. Nossa relação com eles [comunistas] não é de hoje, mas a pauta é sempre social", disse. Ele ressaltou a proximidade com caciques do PCdoB para alegar que não precisa de "intermediários".
Em nota à redação, Aldo Rebelo afirmou que "desconhece a existência de cargos do PCdoB. Não tratou nem trataria sobre este tema com Zé Rainha nem com quem quer que seja. E não foi demandado pelo PCdoB para essa tarefa."
Jornal GGN – Fiador do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Paulinho da Força (SD) recebeu, na semana passada, o ex-ministro Aldo Rebelo (PCdoB), com quem teria discutido a manutenção de indicados do PCdoB ainda não exonerados pelo governo Michel Temer (PMDB).
Antigo titular do Ministério da Defesa, Aldo Rebelo foi demitido do governo federal na mesma leva que os demais ministros de Dilma, após a adminissibilidade do impeachment no Senado. Apesar de ter declarado à imprensa que Temer não tem legitimidade para comandar o país, Rebelo teria falado sobre a permanência de funcionários ligados ao partido inclusive no antigo MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário), entregue à influência do Solidariedade após o impeachment.
As atribuições do MDA, principalmente aquelas relativas à reforma agrária, estão sob a responsabilidade da Casa Civil por pressão de Paulinho da Força e aliados. Antes, Temer havia fundido a pasta ao novo Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Osmar Terra (PMDB).
Segundo o GGN apurou, Paulinho teria intermediado uma conversa entre Aldo Rebelo e o dirigente da FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade), José Rainha, um dos movimentos sociais ligados a trabalhadores do campo e sem-terra recebidos por Temer, a pedido do deputado da Força Sindical.
Uma fonte próxima à cúpula da FNL relatou que Rainha negocia com Paulinho da Força o comando de superintências do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) nos estados. O instituto era subordinado ao MDA, responsável por ações que envolvem demarcações de terra, regulação fundiária e reforma agrária.
No final de maio, quando o impeachment já havia passado no Senado em primeira fase, Paulinho da Força "garantiu as indicações de José Ricardo Roseno (...) para a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, e do atual diretor de Programas do Incra, Leonardo Góes Silva, para a presidência do instituto", publicou a Folha.
Ao GGN, Rainha admitiu o diálogo com Aldo Rebelo na semana passada. "Eu tive uma conversa com ele a respeito de reforma agrária. Eu sou amigo do Aldo, nossas conversas são sobre pautas sociais, não sobre cargos nem questões políticas. Minha mulher é filiada ao PCdoB. Nossa relação com eles [comunistas] não é de hoje, mas a pauta é sempre social", disse. Ele ressaltou a proximidade com caciques do PCdoB para alegar que não precisa de "intermediários".
Em nota à redação, Aldo Rebelo afirmou que "desconhece a existência de cargos do PCdoB. Não tratou nem trataria sobre este tema com Zé Rainha nem com quem quer que seja. E não foi demandado pelo PCdoB para essa tarefa."
O PCdoB no governo Temer
A deputada federal e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, reafirmou ao GGN que o partido considera o governo Temer "ilegal e ilegítimo, resultado de um golpe" e, por isso, "os quadros que exerciam funções no governo pediram exoneração, salvo as exceções de funcionários de carreira, quadros que possuem mandatos em agências reguladoras."
A dirigente admitiu que há indicados do PCdoB - "um número restrito" - em "breve período de transição nos Ministério da Defesa, e em atividades relacionadas às Olimpíadas." Ela também negou a existência de nomes do partido no Incra.
A FNL no governo Temer
No início de junho, Zé Rainha e Paulinho da Força foram recebidos por Temer numa agenda que foi noticiada como uma cobrança da FNL pela volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário. A pasta era capitaneada por Patrus Ananias, do PT, e contava com muitos indicados do PCdoB.A dirigente admitiu que há indicados do PCdoB - "um número restrito" - em "breve período de transição nos Ministério da Defesa, e em atividades relacionadas às Olimpíadas." Ela também negou a existência de nomes do partido no Incra.
A FNL no governo Temer
Com o impeachment, Temer prometeu o MDA ao partido de Paulinho, mas retirou o status de ministério, o que desagradou o deputado. O novo Ministério de Desenvolvimento Social, comandado pelo PMDB, passou a abrigar as competência do antigo MDA. Mas após pressão de Paulinho e protestos de militantes da FNL - que chegaram a invadir e destruir janelas do prédio da instituição - Temer transferiu as atribuições para a Casa Civil.
Em off, o GGN apurou que a FNL, em troca de cargos no Incra, prometeu não encampar mais protestos contra o governo Temer.
Rainha, por outro lado, negou à reportagem que tenha discutido cargos com Paulinho da Força ou apoio ao governo interino. "A FNL e eu não vamos nos meter em assuntos que competem aos partidos políticos, não a movimento de trabalhadores", justificou. "Minha relação com Paulinho é de amizade e diplomacia. Só falamos que é importante ter bons técnicos nomeados para o Incra, para tratar da questão agrária, latifundiária, porque o país só vai avançar com democracia se houver reforma."
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