Na manhã de hoje, outros 1.500 sem-terra iniciaram uma marcha na cidade de União dos
Palmares, em Alagoas, berço da resistência negra do Quilombo dos Palmares. Serão,
aproximadamente, 80 quilômetros de caminhada até a capital Maceió, onde devem chegar na
quinta-feira (28), realizando uma série de atividades culturais pelo caminho. Na passagem pelo
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no município de Rio
Largo, será lançado o Comitê Estadual da Campanha Permanente Contra o Uso dos
Agrotóxicos e Pela Vida.
São Paulo – A Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária e em Defesa da Democracia,
organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), chega amanhã (26) a três
capitais, após vários dias de marcha pelo interior dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e
Paraíba. Hoje, trabalhadores rurais de Alagoas e do Rio Grande do Norte iniciaram suas caminhadas
para marchar até as respectivas capitais, “passando por cada rincão deste país, num amplo processo
de diálogo na base da sociedade por um projeto popular”, informou o MST em nota.
Cerca de 6 mil pessoas participam das mobilizações, segundo o movimento, que também reivindica a
retomada da reforma agrária e rechaça a proposta de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Um acampamento organizado em Salvador, na Bahia, também realiza uma série de atividades nesta
semana. Ao final, as marchas vão compôr os atos em comemoração ao Dia do Trabalho, que serão
realizados com tema de defesa da democracia brasileira.
As ações também cobram punição dos responsáveis pelo Massacre de Eldorado dos Carajás,
ocorrido em 1996 na Curva do S, da rodovia PA-150, no município de mesmo nome. Após 20 anos
do assassinato de 21 sem-terra pelas forças militares do estado do Pará, “a paralisia da reforma
agrária continua sendo o grande gerador de conflitos no campo brasileiro”, defendeu o MST.
Em Minas Gerais, cerca de três mil trabalhadores de diversos movimentos populares estão em
marcha desde o último dia 21. Eles participaram, em Ouro Preto, da entrega da Medalha Tiradentes,
concedida ao do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. De lá saíram em caminhada por cerca de
200 quilômetros e devem chegar amanhã a Belo Horizonte.
“A marcha é pedagógica para os trabalhadores e trabalhadoras que participam dela e também para os
que assistem a passagem. Ao mesmo tempo que demonstramos força e resistência no processo de
seis dias de luta, vamos deixando o recado para os brasileiros de que este atentado à democracia não
passará tão facilmente”, afirmou Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG, referindo-se à tentativa
de impeachment contra Dilma.
Saídos de Campina Grande, cerca de 400 sem-terra marcham em direção à capital João Pessoa, na 5ª
Marcha Estadual do MST da Paraíba. Foram 135 quilômetros de caminhada, passando por sindicatos
e universidades, reivindicando o respeito à democracia e a retomada da reforma agrária.
Da zona rural de Cuiabá, cobrando a retomada da Reforma Agrária e a punição dos envolvidos no
Da zona rural de Cuiabá, cobrando a retomada da Reforma Agrária e a punição dos envolvidos no
Massacre de Eldorado dos Carajás, cerca de 300 camponeses se dirigem para a capital do Mato
Grosso, percorrendo 40 quilômetros de estradas.
No Rio Grande do Norte, cerca de 500 saíram hoje da cidade de Ceará-Mirim em direção a Natal.
No Rio Grande do Norte, cerca de 500 saíram hoje da cidade de Ceará-Mirim em direção a Natal.
Serão 42 quilômetros de caminhada, com objetivo de erguer um acampamento na capital,
concentrando atividades da Frente Brasil Popular, sem data prevista para se encerrar. Os
manifestantes também vão participar do ato “Zona Norte contra o Golpe”, que reunirá movimentos
populares na periferia de Natal.
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