terça-feira, 26 de abril de 2016

MST marcha pelo Brasil em defesa da democracia


Na manhã de hoje, outros 1.500 sem-terra iniciaram uma marcha na cidade de União dos 
Palmares, em Alagoas, berço da resistência negra do Quilombo dos Palmares. Serão, 
aproximadamente, 80 quilômetros de caminhada até a capital Maceió, onde devem chegar na 
quinta-feira (28), realizando uma série de atividades culturais pelo caminho. Na passagem pelo 
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no município de Rio 
Largo, será lançado o Comitê Estadual da Campanha Permanente Contra o Uso dos 
Agrotóxicos e Pela Vida. 
São Paulo – A Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária e em Defesa da Democracia, 
organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), chega amanhã (26) a três 
capitais, após vários dias de marcha pelo interior dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e 
Paraíba. Hoje, trabalhadores rurais de Alagoas e do Rio Grande do Norte iniciaram suas caminhadas 
para marchar até as respectivas capitais, “passando por cada rincão deste país, num amplo processo 
de diálogo na base da sociedade por um projeto popular”, informou o MST em nota.
Cerca de 6 mil pessoas participam das mobilizações, segundo o movimento, que também reivindica a 
retomada da reforma agrária e rechaça a proposta de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. 
Um acampamento organizado em Salvador, na Bahia, também realiza uma série de atividades nesta 
semana. Ao final, as marchas vão compôr os atos em comemoração ao Dia do Trabalho, que serão 
realizados com tema de defesa da democracia brasileira.
As ações também cobram punição dos responsáveis pelo Massacre de Eldorado dos Carajás, 
ocorrido em 1996 na Curva do S, da rodovia PA-150, no município de mesmo nome. Após 20 anos 
do assassinato de 21 sem-terra pelas forças militares do estado do Pará, “a paralisia da reforma 
agrária continua sendo o grande gerador de conflitos no campo brasileiro”, defendeu o MST.
Em Minas Gerais, cerca de três mil trabalhadores de diversos movimentos populares estão em 
marcha desde o último dia 21. Eles participaram, em Ouro Preto, da entrega da Medalha Tiradentes, 
concedida ao do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. De lá saíram em caminhada por cerca de 
200 quilômetros e devem chegar amanhã a Belo Horizonte.
“A marcha é pedagógica para os trabalhadores e trabalhadoras que participam dela e também para os 
que assistem a passagem. Ao mesmo tempo que demonstramos força e resistência no processo de 
seis dias de luta, vamos deixando o recado para os brasileiros de que este atentado à democracia não 
passará tão facilmente”, afirmou Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG, referindo-se à tentativa 
de impeachment contra Dilma.
Saídos de Campina Grande, cerca de 400 sem-terra marcham em direção à capital João Pessoa, na 5ª 
Marcha Estadual do MST da Paraíba. Foram 135 quilômetros de caminhada, passando por sindicatos 
e universidades, reivindicando o respeito à democracia e a retomada da reforma agrária.
Da zona rural de Cuiabá, cobrando a retomada da Reforma Agrária e a punição dos envolvidos no 
Massacre de Eldorado dos Carajás, cerca de 300 camponeses se dirigem para a capital do Mato 
Grosso, percorrendo 40 quilômetros de estradas.
No Rio Grande do Norte, cerca de 500 saíram hoje da cidade de Ceará-Mirim em direção a Natal. 
Serão 42 quilômetros de caminhada, com objetivo de erguer um acampamento na capital, 
concentrando atividades da Frente Brasil Popular, sem data prevista para se encerrar. Os 
manifestantes também vão participar do ato “Zona Norte contra o Golpe”, que reunirá movimentos 
populares na periferia de Natal.
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