quarta-feira, 30 de março de 2016

Na USP, alunos e intelectuais fazem ato contra impeachment



Jornal GGN - Alunos, intelectuais e representantes de movimentos sociais realizaram um ato contra 
o golpe e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff na noite desta terça-feira, na Cidade 
Universitária. Entre os participantes, estavam Marilena Chauí, Gilberto Maringoni, ator Sergio 
Mamberti e Eduardo Suplicy.
Chauí, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, criticou as 
manifestações pró-impeachment, dizendo que seriam compostas por "uma multidão ressentida e com 
ódio", que espera o surgimento de líder autoritário e reacionário "para pôr tudo em ordem".
Além dos intelectuais, também estiveram presentes representantes da UNE (União Nacional dos 
Estudantes), CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Sem Terra) e MTST 
(Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

Intelectuais e movimentos sociais fazem ato contra impeachment na USP


Intelectuais, alunos e representantes de movimentos sociais fizeram um ato contra o impeachment da 
presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (29) na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo.
Durante o evento, os convidados criticaram os partidos de oposição ao governo, as manifestações 
pró-impeachment, a Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da 
operação na Justiça Federal no Paraná.
"Por que Moro tem tanto poder? Porque serve a dois objetivos: entregar o pré-sal para companhias 
norte-americanas de petróleo e enfraquecer o Mercosul", discursou a filósofa Marilena Chauí, 
professora da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP, onde foi 
realizado o evento.
A maioria dos presentes, porém, concentrou-se em questionar a legalidade do pedido de 
impedimento.
"Não podemos cair nesse argumento cínico de que o impeachment não é golpe porque está previsto 
na Constituição. O crime de assassinato também está no Código Penal, mas eu preciso ter matado 
alguém para ser condenado", comparou o advogado Arthur Menten.
Na última semana, ministros do STF como Cármen Lúcia e Dias Toffolidisseram em entrevistas que 
um impeachment não pode ser considerado golpe porque é um mecanismo da legislação brasileira.
Chauí defendeu ainda que militantes pressionem os poderes Legislativo e Judiciário para barrar o 
processo.
"Não podemos ficar só na rua gritando 'Não vai ter golpe', temos que intervir nessas instituições", 
afirmou.
Ela também criticou as manifestações pró-impeachment, que seriam compostas por "uma multidão 
ressentida e com ódio, que espera [a ascensão de] um líder autoritário e reacionário para pôr tudo em 
ordem".
O professor da UFABC (Universidade Federal do ABC) Gilberto Maringoni, candidato a governador 
de SP pelo PSOL em 2014, comentou o desembarque do PMDB do governo, anunciado nesta terça, e 
disse esperar que o movimento gere uma virada à esquerda por parte do governo –que, segundo ele, 
não seguiu o programa que o elegeu.
O mais aplaudido da noite, porém, foi o ator Sergio Mamberti. Depois de advertir que a saída da 
presidente poderia pôr a perder "a democracia pela qual tantos lutaram e morreram", ele terminou 
sua fala juntando a palavra de ordem dos movimentos contra o impeachment ao bordão de seu 
personagem na série "Castelo Rá-tim-bum", produzida pela TV Cultura nos anos 1990.
"Como diria o tio Vitor: Não vai ter golpe! Vai ter luta! Raios e trovões!"
Entre outros nomes, estiveram também presentes o cientista politico e colunista da Folha André 
Singer, o secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy, além de 
representantes da UNE (União Nacional dos Estudantes), CUT (Central Única dos Trabalhadores), 
MST (Movimento dos Sem Terra) e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
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