sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O auto-flagelo de Dilma e a dor causada nos que a defendem


Desnorteada: Dilma 

por Carlos Fernandes  

Quem segura Dilma no cargo que a democracia lhe deu não é a lei, essa não passa de uma pequena 
refém nas mãos de juízes descompromissados com a própria justiça. Não é a ausência completa de 
qualquer denúncia que sequer arranhe a sua honestidade, para os justiceiros da mídia e sua horda de 
alienados, isso pouco importa. Também não é, muito menos, a “base governista”, de que tão 
mercenária se confunde rotineiramente com a oposição mais irresponsável.
Quem mantém Dilma até hoje na presidência não é ninguém mais do que a militância de esquerda e 
os movimentos progressistas desse país. Não fossem a maciça e constante luta e apoio dessas forças 
a favor de seu mandato democraticamente eleito, ela já teria sido deposta. Deposta pelo poder 
econômico, pela mídia plutocrática brasileira, pelos partidos mais conservadores e fascistas desse 
país e por uma parcela significante da sociedade incapaz de entender os valores do pleno respeito à 
decisão soberana das urnas. 
A despeito de tudo isso, Dilma não cansa de afrontar justamente aqueles que a defendem. Seja na 
inconcebível manutenção de uma política econômica digna da direita, seja no escabroso acordo 
realizado com a oposição para a entrega de um patrimônio público de trilhões de reais ao capital 
internacional. Dilma não só decepciona os seus mais fiéis escudeiros como fornece aos seus inimigos 
as mais eficientes armas para o seu próprio fuzilamento. É realmente um exercício de auto-flagelo.
Dilma, com a sua ineficiência política, com o seu ostracismo econômico e com a sua insuficiente 
atuação social, não merece todos os sacrifícios que a militância de seu partido voluntariamente se 
propõe a fazer.
Independente disso, desistir não é uma opção. O que se está em jogo é algo muito maior do que ela e 
do que o próprio PT e os demais partidos de esquerda. O bem estar social, a soberania da nação e o 
desenvolvimento do país são questões inegociáveis.
Só agradeceria a Dilma se ela não resolvesse participar das manifestações contra o seu próprio 
mandato. Dado o que vimos no Senado, já não me espantaria.
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