quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Quem é o amigo de Serra citado nas gravações de Delcídio


Remédio para a calvície funciona

por : Kiko Nogueira

O plano bolado por Delcídio Amaral e André Esteves para “salvar” Nestor Cerveró, além de uma 
aula prática sobre máfia, guarda vários detalhes importantes relativamente escondidos. 
Relativamente.
Abaixo, dois trechos da conversa entre Delcídio Amaral, o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor 
Cerveró, Bernardo Cerveró, o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, e o advogado Edson 
Ribeiro, que defendeu Cerveró na Lava Jato:

DELCÍDIO: E as conversas que nós ouvimos é que numa dessas reuniões que ocorreram, eu não sei 
com relação a qual desses projetos, houve uma reunião dessa na Espanha que os caras já rastrearam 
quem tava nessa reunião e existia um espanhol nessa reunião que eles não souberam identificar quem 
era. Bingo!

EDSON: Gregório.

DELCÍDIO: Ou seja, o Fernando tá na frente das coisas, mas atrás quem organiza é o Gregório 
Marin. O Serra me convidou para almoçar outro dia e ele rodeando no almoço, rodeando, rodeando, 
que ele é cunhado (sic) do Serra.

BERNARDO: José Serra.

DELCÍDIO: E uma das coisas que eles levantaram, houve uma reunião na Espanha, eu não sei se 
sobre sonda sobre, se sobre Pasadena, mas houve uma reunião na Espanha. Existia um espanhol na 
reunião que não foi identificado. É o Gregório… É o Gregório… Não sei se o Nestor conheceu o 
Gregório.
Outro:

EDSON: Todo dinheiro que tava lá na Suíça ficou pra Procuradoria da Suíça. Então ele foi 
processado e o assunto morreu aí.

DELCÍDIO: Pois é. E esse dinheiro era o dinheiro da Alstom? Ah, foi por isso que ele fez o acordo? 
Entendi. Ele nunca me falou isso.
O dinheiro a que eles se referem é o do chamado Trensalão, o esquema nos trens de São Paulo 
abastecido com dinheiro da Alstom. A existência de um acordo secreto na Suíça preservando os 
envolvidos reforça a suspeita de que setores do judiciário brasileiro e suíço jogaram a sujeira para 
debaixo do tapete.
Mas quem operava esse esquema, segundo essa turma? Entre outros, Gregorio Marin Preciado. 
Quem é Gregório?
De origem espanhola, ele é casado com uma prima de Serra (não cunhado do senador, como afirma 
Delcídio). Segundo a delação premiada de Baiano, Preciado teria obtido entre 500 mil e 700 mil 
dólares pela suposta cessão de uma empresa sob seu controle para o recebimento de propina de 15 
milhões de dólares. A empresa mencionada por Baiano é a Iberbrás Integración de Negocios y 
Tecnologia.
Outro extrato:

DELCÍDIO: E ce vê como é que ele é como é que ele é matreiro (Fernando Baiano). A delação, 
quando ele conta quando ele me conheceu quando eu era diretor e o Nestor era gerente que ele foi 
apresentado a mim por um amigo. Ele poupou o Gregorio Marin Preciado.

EDSON: Ahhhhhh

DELCÍDIO: E as conversas que nós ouvimos é que numa dessas reuniões que ocorreram, eu não sei 
com relação a qual desses projetos, houve uma reunião dessa na Espanha que os caras já rastrearam 
quem tava nessa reunião e existia um espanhol nessa reunião que eles não souberam identificar quem 
era. Bingo!
A relação entre Preciado e Serra é antiga. Ele foi membro do Conselho de Administração do Banespa 
entre 1983 e 1987, quando José Serra era secretário de Planejamento.
Preciado foi investigado na CPI do Banespa e também por causa de uma dívida com o Banco do 
Brasil que teria sido reduzida em 73 milhões de reais graças à interferência de Ricardo Sérgio de 
Oliveira, ex-diretor do banco e tesoureiro do PSDB. Doou para a campanha de Serra em 1994.
Agora falta JS esclarecer por que tanto rodeio ao falar dessas amizades.
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