Mourão basta um... Juiz fala nos autos. General não fala!
Comandante do Exército demite general que pediu 'despertar de luta patriótica'
O Comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, decidiu demitir o general Antonio
Hamilton Martins Mourão, do comando Militar do Sul e transferí-lo para a Secretaria de Economia e
Finanças do Exército, em Brasília. O general Mourão, assim, perde o poder de falar para tropa. A
decisão foi em virtude das declarações dadas por ele em fala a oficiais da reserva fez duras críticas à
classe política e convocou os presentes para "o despertar de uma luta patriótica".
A fala do general foi questionada nesta quinta-feira, 29, pelo senador Aloysio Nunes, presidente da
A fala do general foi questionada nesta quinta-feira, 29, pelo senador Aloysio Nunes, presidente da
Comissão de Relações Exteriores, que questionou o ministro da Defesa, Aldo Rebelo sobre a fala do
general, que teria dito que "ainda tínhamos muitos inimigos internos, mas que eles se enganavam
achando que os militares estavam desprevenidos" e que teria feito uma provocação, incitando os
militares ao dizer: "eles que venham!'".
(...)
Qualquer organização séria funda-se, entre outras regras, na hierarquia e na disciplina.Muito mais ainda quando se trata de organizações armadas e com altas responsabilidades sobre a
defesa das instituições democráticas .
Aqui e em qualquer parte do mundo.
Ninguém imaginaria um comandante de uma grande unidade militar norte-americana dizendo que o
Aqui e em qualquer parte do mundo.
Ninguém imaginaria um comandante de uma grande unidade militar norte-americana dizendo que o
afastamento de Barack Obama na Presidência significaria “o descarte da incompetência, má gestão e
corrupção”. Ou que se passasse isso na França, ou na Alemanha ou em qualquer país democrático e
moderno.
É lógico que os comandantes militares dos EUA, da França e da Alemanha têm opiniões políticas. É
É lógico que os comandantes militares dos EUA, da França e da Alemanha têm opiniões políticas. É
seu direito.
Expressá-las de público, envergando seus uniformes de combate, não.
Pior ainda quando o país assiste a uma horda de alucinados clamar pela ruptura da ordem
Expressá-las de público, envergando seus uniformes de combate, não.
Pior ainda quando o país assiste a uma horda de alucinados clamar pela ruptura da ordem
institucional, portanto cartazes e até usando uniformes das forças armadas.
A demissão do General Hamilton Martins Mourão do Comando Sul, feita por seu superior,
A demissão do General Hamilton Martins Mourão do Comando Sul, feita por seu superior,
comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas ( na foto do post) não tem sua essência num
ato político, mas disciplinar.
Como não é como política que se deve observar os atos do militar afastado, mas como quebra de
Como não é como política que se deve observar os atos do militar afastado, mas como quebra de
hierarquia, usurpando a função reservada ao chefe da Arma de se pronunciar sobre as questões
nacionais, o que Villas Bôas faz, com parcimônia e moderação.
Haverá quem queira politizá-la, à esquerda e à direita, sobretudo, transformando o oficial em vilão
Haverá quem queira politizá-la, à esquerda e à direita, sobretudo, transformando o oficial em vilão
ou, sobretudo, em herói dos que desejam enfiar de volta o Exército brasileiro no mundo imundo da
política e do controle indevido do Estado.
As instituições civis brasileiras, hoje sofrendo dos males do “cada um faz o que acha certo”, talvez
As instituições civis brasileiras, hoje sofrendo dos males do “cada um faz o que acha certo”, talvez
funcionassem melhor se todos observassem esta pequena regra: cumprir o seu dever, sem
espalhafato, sem politicagem, sem servir-se de sua função para dar vazão as suas – ainda que
legítimas – simpatias ou antipatias políticas pessoais.
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