sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Exército rebaixa general que falou o que não podia


Mourão basta um... Juiz fala nos autos. General não fala!

Comandante do Exército demite general que pediu 'despertar de luta patriótica'

O Comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, decidiu demitir o general Antonio 
Hamilton Martins Mourão, do comando Militar do Sul e transferí-lo para a Secretaria de Economia e 
Finanças do Exército, em Brasília. O general Mourão, assim, perde o poder de falar para tropa. A 
decisão foi em virtude das declarações dadas por ele em fala a oficiais da reserva fez duras críticas à 
classe política e convocou os presentes para "o despertar de uma luta patriótica".
A fala do general foi questionada nesta quinta-feira, 29, pelo senador Aloysio Nunes, presidente da 
Comissão de Relações Exteriores, que questionou o ministro da Defesa, Aldo Rebelo sobre a fala do 
general, que teria dito que "ainda tínhamos muitos inimigos internos, mas que eles se enganavam 
achando que os militares estavam desprevenidos" e que teria feito uma provocação, incitando os 
militares ao dizer: "eles que venham!'".
(...)
Qualquer organização séria funda-se, entre outras regras, na hierarquia e na disciplina.
Muito mais ainda quando se trata de organizações armadas e com altas responsabilidades sobre a 
defesa das instituições democráticas .
Aqui e em qualquer parte do mundo.
Ninguém imaginaria um comandante de uma grande unidade militar norte-americana dizendo que o 
afastamento de Barack Obama na Presidência significaria “o descarte da incompetência, má gestão e 
corrupção”. Ou que se passasse isso na França, ou na Alemanha ou em qualquer país democrático e 
moderno.
É lógico que os comandantes militares dos EUA, da França e da Alemanha têm opiniões políticas. É 
seu direito.
Expressá-las de público, envergando seus uniformes de combate, não.
Pior ainda quando o país assiste a uma horda de alucinados clamar pela ruptura da ordem 
institucional, portanto cartazes e até usando uniformes das forças armadas.
A demissão do General Hamilton Martins Mourão do Comando Sul, feita por seu superior, 
comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas ( na foto do post) não tem sua essência num 
ato político, mas disciplinar.
Como não é como política que se deve observar os atos do militar afastado, mas como quebra de 
hierarquia, usurpando a função reservada ao chefe da Arma de se pronunciar sobre as questões 
nacionais, o que Villas Bôas faz, com parcimônia e moderação.
Haverá quem queira politizá-la, à esquerda e à direita, sobretudo, transformando o oficial em vilão 
ou, sobretudo, em herói dos que desejam enfiar de volta o Exército brasileiro no mundo imundo da 
política e do controle indevido do Estado.
As instituições civis brasileiras, hoje sofrendo dos males do “cada um faz o que acha certo”, talvez 
funcionassem melhor se todos observassem esta pequena regra: cumprir o seu dever, sem 
espalhafato, sem politicagem, sem servir-se de sua função para dar vazão as suas – ainda que 
legítimas – simpatias ou antipatias políticas pessoais.
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