quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O QUE MAIS EDUARDO CUNHA TEM QUE FAZER PARA SER DETIDO?


O extraordinário caso de impunidade do presidente da Câmara

por : Paulo Nogueira

Intocável
O que mais Eduardo Cunha tem que fazer para que o detenham?
Assaltar um banco à luz do sol? Bater na sogra no Dia das Sogras?
Um, dois, três, quatro, cinco depoimentos coincidem em acusá-lo de coisas pesadíssimas no terreno
da corrupção.
Daqui a pouco não haverá mais dedos para fazer essa contagem macabra.
E o que se vê é Eduardo Cunha conspirando como se estivesse livre de qualquer suspeita.
Sabe-se que ele quer agora derrubar uma decisão, a um só tempo, do STF e de Dilma, a que vetou
dinheiro de empresas nas campanhas.
Cunha tenta achar uma gambiarra que permita a manutenção dessa que é a fonte primária de
corrupção no país.
Em qualquer situação, seria um acinte. Nas presentes circunstâncias, é um crime de lesa pátria.
Como sempre, ele legisla em causa própria. Cunha simplesmente não existiria sem os milhões que as
empresas investem nele para que, no Congresso, defenda os interesses delas.
Ele se elege com este dinheiro e, como sua capacidade arrecadadora é enorme, ajuda a eleger outros
políticos que comerão depois em sua mão.
Foi assim que virou presidente da Câmara.
Tantas evidências se acumulam contra ele e Cunha age como um Napoleão do Congresso, para
vergonha do país.
Por que essa impunidade não termina?
Cunha simplesmente desmoraliza a tese de que o Brasil trava um combate épico contra a corrupção.
Ao contrário, ele reforça a suspeita de muitos de que este combate épico é seletivo, cínico e
demagógico. É fácil engaiolar Dirceu, Genoíno, Vaccari. E virtualmente impossível dar o mesmo
destino ao outro lado, mesmo com a folha corrida de um Eduardo Cunha
Fiz a pergunta que abre este artigo no Facebook: o que Cunha tem que fazer para responder por suas
delinquências?
Uma resposta foi aplaudida por muitos internautas: filiar-se ao PT.
Parece que esta é uma condição na Lava Jato de Moro e da PF: ser do PT.
Rir ou chorar?
Os filósofos sempre recomendaram rir da miséria humana em vez de chorar.
Riamos, então, da miséria da Justiça brasileira.
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