Por Fernando Britto
A repórter Vera Rosa diz hoje, no Estadão, que “o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a estratégia de comunicação do governo Dilma sobre o ajuste fiscal”, durante jantar, ontem, com a bancada do PT no Senado.
Permito-me discordar de Lula: não há estratégia de comunicação a criticar, pelo simples fato que não há estratégia alguma.
E não apenas em relação ao ajuste fiscal, mas a coisa alguma.
O problema é mais sério e foi diagnosticado pelo próprio Lula, anteontem, no ato em defesa da Petrobras, na ABI.
“Parece que temos vergonha de ganhar a eleição”
Uma vergonha que, de alguma forma, se expressa no silêncio.
Claro que era preciso desarmar algumas situações que a crise econômica mundial – porque há uma crise, esqueceram? – ajudou a tornar graves aqui.
Alguns gastos crescendo além do que deviam, falta de resposta das empresas e da economia aos estímulos oficiais (notadamente a redução de impostos, pelas desonerações fiscais) e até mesmo a seca, que trouxe ameaças e problemas para o abastecimento de água e energia.
Hora de chamar a família, falar dos problemas, das atitudes diante deles e dos objetivos que se tem.
E de não deixar que só os urubus façam o som da “verdade única”.
Agora mesmo, o cogumelo Globo dá duas mostras inequívocas disso:
“Vendas nos supermercados caem 20,48% em janeiro”, mancheteiam, mesmo sabendo que é uma tosca manipulação, porque comparado ao mês de festas de dezembro, e não a janeiro passado, em relação ao qual cresceram 10,81% em valores nominais e 3,42% em valores reais, descontada a inflação.
Desemprego sobe para 5,3% em janeiro, a maior taxa em 16 meses é, neste momento, a manchete de O Globo e, com variações, a dos demais “jornalões”. Nas letras miúdas você lerá que “a maior em 16 meses” e a segunda menor em todos os 16 meses de janeiro medidos pelo IBGE desde 2002, com a atual metodologia.
O governo precisa entender – e se não entendeu isso, francamente, não sei o que é capaz de entender – que não temos uma imprensa, mas uma máquina de propaganda.
E que, diante dela, só se pode criticar a “estratégia de comunicação do Governo Dilma” como sendo a de apanhar calado.
Permito-me discordar de Lula: não há estratégia de comunicação a criticar, pelo simples fato que não há estratégia alguma.
E não apenas em relação ao ajuste fiscal, mas a coisa alguma.
O problema é mais sério e foi diagnosticado pelo próprio Lula, anteontem, no ato em defesa da Petrobras, na ABI.
“Parece que temos vergonha de ganhar a eleição”
Uma vergonha que, de alguma forma, se expressa no silêncio.
Claro que era preciso desarmar algumas situações que a crise econômica mundial – porque há uma crise, esqueceram? – ajudou a tornar graves aqui.
Alguns gastos crescendo além do que deviam, falta de resposta das empresas e da economia aos estímulos oficiais (notadamente a redução de impostos, pelas desonerações fiscais) e até mesmo a seca, que trouxe ameaças e problemas para o abastecimento de água e energia.
Hora de chamar a família, falar dos problemas, das atitudes diante deles e dos objetivos que se tem.
E de não deixar que só os urubus façam o som da “verdade única”.
Agora mesmo, o cogumelo Globo dá duas mostras inequívocas disso:
“Vendas nos supermercados caem 20,48% em janeiro”, mancheteiam, mesmo sabendo que é uma tosca manipulação, porque comparado ao mês de festas de dezembro, e não a janeiro passado, em relação ao qual cresceram 10,81% em valores nominais e 3,42% em valores reais, descontada a inflação.
Desemprego sobe para 5,3% em janeiro, a maior taxa em 16 meses é, neste momento, a manchete de O Globo e, com variações, a dos demais “jornalões”. Nas letras miúdas você lerá que “a maior em 16 meses” e a segunda menor em todos os 16 meses de janeiro medidos pelo IBGE desde 2002, com a atual metodologia.
O governo precisa entender – e se não entendeu isso, francamente, não sei o que é capaz de entender – que não temos uma imprensa, mas uma máquina de propaganda.
E que, diante dela, só se pode criticar a “estratégia de comunicação do Governo Dilma” como sendo a de apanhar calado.
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