sábado, 22 de novembro de 2014

HOMEM DE US$ 100 MI ROUBA DESDE O INÍCIO DA ERA FHC


Em sua delação premiada, o ex-gerente Pedro Barusco, que irá devolver R$ 252 milhões às 
autoridades, disse que começou a receber propinas em 1996, segundo ano do governo FHC, que 
se disse "envergonhado pelo que fizeram na Petrobras"; Barusco negou que recebesse propinas 
partidárias; "essa era a parte da casa", disse; confissão enfraquece estratégia tucana de associar 
escândalo ao PT; ele também disse que contratava sem licitação, o que foi permitido por uma lei 
do ex-presidente tucano; recentemente, tentou favorecer a Odebrecht.

247 – Depois de ter causado espanto ao declarar que devolveria uma fortuna de US$ 100 milhões 
(aproximadamente R$ 252 milhões), obtidos irregularmente, aos cofres públicos, o ex-gerente da 
diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco admitiu que recebe propina há 18 anos, desde o 
início da era FHC, por meio de contratos da estatal. Esse é o motivo, segundo ele, para ter conseguido 
acumular tamanha fortuna.
Na semana passada, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse sentir "vergonha" do que está 
acontecendo na Petrobras. "Tenho vergonha como brasileiro, tenho vergonha de dizer o que está 
acontecendo na Petrobrás", afirmou.
Barusco admitiu, em delação premiada, que desvia verbas por meio de contratos na estatal do petróleo 
desde 1996, segundo ano do governo do ex-presidente tucano. Ele também confirmou ter recebido 
US$ 22 milhões em propina apenas da holandesa SBM Offshore, que trabalha com afretamento de 
navios-plataforma.
O ex-gerente da Petrobras negou, durante depoimento, que parte do dinheiro desviado por ele era 
destinado a algum partido ou políticos. "Esta era a parte da casa", afirmou. Apontado como um dos 
supostos cúmplices do ex-diretor da estatal Renato Duque, preso na sexta-feira 14, ele conta também 
ter contratado empresas sem licitação, prática que foi permitida por meio de uma lei do governo FHC.
Barusco teve participação em todos os grandes projetos da Petrobras na última década, entre eles a 
refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Em 2006, logo após a compra pela Petrobras de 50% da 
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, ele tentou favorecer a Odebrecht, contratando a empresa 
para a ampliação da refinaria sem processo de licitação. Ele alegou que a companhia era a única 
brasileira com experiência para o trabalho e obteve o apoio dos diretores. A obra no valor de US$ 2,5 
bilhões, porém, foi rejeitada pelos sócios belgas.
O volume de dinheiro a ser devolvido pelo engenheiro aos cofres públicos é o maior já obtido por um 
criminoso na história do País. O acordo de delação premiada foi firmado por ele antes de a Operação 
Lava Jato, da Polícia Federal, vir à tona. Ele decidiu colaborar com a polícia assim que foi avisado que 
seria denunciado, conseguindo, dessa forma, se livrar da cadeia.
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