Herdeiro do Estadão em evento do PSDB
por : Paulo Nogueira
A direita brasileira lembra cada vez mais a venezuelana.
Tumultua, dá golpes baixos, mente — se agarra loucamente, enfim, a privilégios que fizeram do Brasil um dos grandes campeões mundiais em desigualdade.
Veja esta questão da recontagem de votos pedida pelo PSDB.
O mesmíssimo expediente foi utilizado pela direita venezuelana depois que Maduro venceu Caprilles.
A mídia venezuelana – como a brasileira, a voz da direita enraivecida – tentou de todas as formas transformar a vitória nas urnas de Maduro e do chavismo numa fraude para justificar a tentativa de golpe branco.
Observadores estrangeiros isentos acompanharam as eleições venezuelanas. Jimmy Carter, pessoalmente, investigou o método eleitoral da Venezuela e o classificou como um dos mais seguros do mundo.
Mas nada disso deteve o tumulto promovido pela direita.
Lá, como todos sabiam que ia acontecer, a recontagem apenas confirmou a vitória de Maduro.
A mesma coisa ocorre agora no Brasil.
Não bastam todas as delinquências durante a campanha: o uso de pesquisa fajuta por Aécio, a complacência da mídia amiga em investigar coisas como o helicóptero dos Perrelas e o aeroporto de Cláudio – e sobretudo a capa criminosa da Veja em cima das eleições.
Não bastam também as monstruosidades pós-eleições, como a torrente de insultos aos nordestinos partida da direita, dos quais o mais simbólico foi o de Diogo Mainardi na Globonews.
Não basta nada, na verdade: agora, o ataque é dirigido contra os votos dos brasileiros.
É a plutocracia contra a democracia, como escreveu recentemente Paul Krugman, Nobel da Economia. Ele estava se referindo aos Estados Unidos, mas podia estar falando do Brasil, tamanhas as semelhanças.
O filósofo Paulo Eduardo Arantes, professor aposentado da USP, fez há poucos dias considerações interessantes sobre o que definiu como “nova direita” brasileira.
Para ele, ela surgiu depois das Jornadas de Junho. Seu objetivo, segundo Arantes, não é fazer política e conquistar votos: é apenas impedir qualquer mudança no status quo.
Ele nota o que classifica como “relação assimétrica” entre a “nova direita” e a esquerda. A esquerda – moderada, como ele corretamente assinala – se vale dos instrumentos clássicos de fazer política.
A direita atropela qualquer coisa. E, para reforçar a assimetria, é bancada pelas grandes corporações.
O novo governo Dilma está sendo forçado a realizar uma coisa que Luciana Genro na campanha disse ser vital quando você quer promover uma sociedade mais igualitária: contrariar interesses.
Lula, como o grande conciliador que sempre foi, evitou isso ao máximo em seus oito anos, e foi seguido por Dilma.
A maior demonstração disso está nas bilionárias verbas publicitárias federais que nestes anos todos abasteceram os cofres da voz da direita: as grandes companhias de mídia.
Sem enfrentar essa voz a assimetria de que fala o filósofo será cada vez maior.
O primeiro passo, aí, seria um simples choque de capitalismo.
Examinar, a partir da chamada base zero, o quanto se está colocando de dinheiro público na grande mídia para verificar quanto é justo que se coloque.
Isto está em todo manual de administração.
O SBT, para ficar apenas num caso, merece 150 milhões de reais por ano?
Isto se chama meritocracia.
A real meritocracia, não aquela cínica que Aécio usou demagogicamente em sua campanha.
A direita brasileira lembra cada vez mais a venezuelana.
Tumultua, dá golpes baixos, mente — se agarra loucamente, enfim, a privilégios que fizeram do Brasil um dos grandes campeões mundiais em desigualdade.
Veja esta questão da recontagem de votos pedida pelo PSDB.
O mesmíssimo expediente foi utilizado pela direita venezuelana depois que Maduro venceu Caprilles.
A mídia venezuelana – como a brasileira, a voz da direita enraivecida – tentou de todas as formas transformar a vitória nas urnas de Maduro e do chavismo numa fraude para justificar a tentativa de golpe branco.
Observadores estrangeiros isentos acompanharam as eleições venezuelanas. Jimmy Carter, pessoalmente, investigou o método eleitoral da Venezuela e o classificou como um dos mais seguros do mundo.
Mas nada disso deteve o tumulto promovido pela direita.
Lá, como todos sabiam que ia acontecer, a recontagem apenas confirmou a vitória de Maduro.
A mesma coisa ocorre agora no Brasil.
Não bastam todas as delinquências durante a campanha: o uso de pesquisa fajuta por Aécio, a complacência da mídia amiga em investigar coisas como o helicóptero dos Perrelas e o aeroporto de Cláudio – e sobretudo a capa criminosa da Veja em cima das eleições.
Não bastam também as monstruosidades pós-eleições, como a torrente de insultos aos nordestinos partida da direita, dos quais o mais simbólico foi o de Diogo Mainardi na Globonews.
Não basta nada, na verdade: agora, o ataque é dirigido contra os votos dos brasileiros.
É a plutocracia contra a democracia, como escreveu recentemente Paul Krugman, Nobel da Economia. Ele estava se referindo aos Estados Unidos, mas podia estar falando do Brasil, tamanhas as semelhanças.
O filósofo Paulo Eduardo Arantes, professor aposentado da USP, fez há poucos dias considerações interessantes sobre o que definiu como “nova direita” brasileira.
Para ele, ela surgiu depois das Jornadas de Junho. Seu objetivo, segundo Arantes, não é fazer política e conquistar votos: é apenas impedir qualquer mudança no status quo.
Ele nota o que classifica como “relação assimétrica” entre a “nova direita” e a esquerda. A esquerda – moderada, como ele corretamente assinala – se vale dos instrumentos clássicos de fazer política.
A direita atropela qualquer coisa. E, para reforçar a assimetria, é bancada pelas grandes corporações.
O novo governo Dilma está sendo forçado a realizar uma coisa que Luciana Genro na campanha disse ser vital quando você quer promover uma sociedade mais igualitária: contrariar interesses.
Lula, como o grande conciliador que sempre foi, evitou isso ao máximo em seus oito anos, e foi seguido por Dilma.
A maior demonstração disso está nas bilionárias verbas publicitárias federais que nestes anos todos abasteceram os cofres da voz da direita: as grandes companhias de mídia.
Sem enfrentar essa voz a assimetria de que fala o filósofo será cada vez maior.
O primeiro passo, aí, seria um simples choque de capitalismo.
Examinar, a partir da chamada base zero, o quanto se está colocando de dinheiro público na grande mídia para verificar quanto é justo que se coloque.
Isto está em todo manual de administração.
O SBT, para ficar apenas num caso, merece 150 milhões de reais por ano?
Isto se chama meritocracia.
A real meritocracia, não aquela cínica que Aécio usou demagogicamente em sua campanha.
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