segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Evo Morales é reeleito para terceiro mandato na Bolívia; governo terá maioria no Congresso


Bom desempenho econômico e melhorias sociais são fatores que possibilitaram a reeleição do 
presidente

O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi reeleito neste domingo (12/10) para o terceiro mandato de 
cinco anos. A contagem realizada pelo instituto Ipsos aponta que o mandatário obteve 59,7% dos 
votos, contra 25,1% do principal opositor, Samuel Doria Medina, que reconheceu a derrota. O MAS 
(Movimento ao Socialismo), partido de Evo, obteve, até o momento, 80 deputados de um total de 130
e 24 senadores de 36.
Diante de uma multidão de apoiadores, Evo dedicou a vitória ao ex-presidente cubano Fidel Castro, ao 
falecido líder venezuelano Hugo Chávez e a todos os governos e povos "anti-imperialistas" do mundo. 
“Pátria sim, colônia não”, gritavam as pessoas que se reuniram na Praça Murillo para comemorar a 
reeleição.
A votação expressiva que obteve no departamento (estado) de Santa Cruz, antigo reduto da oposição 
autonomista, é inédita. Evo onseguiu 49% dos votos, contra 38% do principal opositor. Na Bolívia 
"não há meia lua, mas lua cheia", disse em referência à região da “meia lua” que compreende os 
departamentos de Beni, Pando, Santa Cruz e Tarija. Evo venceu em oito dos nove departamentos do 
país. Apenas em Beni a oposição saiu vitoriosa.
Evo fez um discurso pedindo unidade ao país. "Pela Bolívia suportamos com muita paciência, não há 
porque comentar ou lembrar (...) Por isso os convocamos [os opositores] a somar, a trabalhar. Têm 
direito a discordar, mas acima disso está nossa querida Bolívia", acrescentou.
Oposição
Após o encerramento da jornada eleitoral e diante dos primeiros resultados, Doria Medina, que 
concorreu à presidência pela terceira vez, se pronunciou dizendo que aceita os resultados e que o voto 
de mais de um milhão de pessoas o consolidam como a principal força opositora.
“Nos asseguraremos que não haja mais reeleições, que haja saúde, educação, que melhore a economia 
do país”, disse durante discurso. Medina disse ainda que fiscalizará o governo para garantir que se 
“lute contra abusos” e indicou que já se prepara para as eleições regionais para governadores e 
prefeitos, previstas para março. “Trabalharemos para construir uma alternativa”, afirmou.
Jorge Tuto Quiroga, que ficou em terceiro colocado com aproximadamente 9% dos votos, disse que 
honrará os votos que recebeu fazendo oposição no Congresso para evitar que Evo “se perpetue no 
poder”.
Repercussão
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comemorou a vitória e fez referências a outros líderes 
latino-americanos. “Viva a Bolívia, viva Tupac Katari, viva Simón Bolívar, viva Sucre, viva Hugo 
Chávez, viva Fidel, viva Evo”, escreveu no Twitter.
O mandatário cubano, Raúl Castro, também parabenizou Evo e elogiou o que chamou de "processo de 
transformações na Bolívia". Já o líder uruguaio José "Pepe" Mujica, ligou para Evo para felicitá-lo e 
destacar o tempo vigente de “rebelião e revolução” na Bolívia e por extensão, na América Latina.
Cristina Kirchner, presidente argentina, também conversou com Evo por telefone para parabenizá-lo 
em nome próprio e do povo argentino.
Os presidentes de Nicarágua, Daniel Ortega e El Salvador, Sánchez Cerén, também enviaram 
mensagens de apoio e cumprimento pela vitória, assim como o ministro de Relações Exteriores do 
Equador, Ricardo Patiño, que classificou a reeleição como êxito do "processo de revolução a favor do 
povo".
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