sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Obama evoca Bush


As palavras contundentes do presidente dos EUA, Barack Obama, sobre o terrorismo islâmico
representaram uma mudança marcante em seu discurso anual na Organização das Nações
Unidas. Ele passou da linguagem da acomodação para uma retórica que evoca a de seu
antecessor, George W. Bush. Obama, que seis anos atrás ganhou a eleição em parte por se opor
às guerras de Bush, disse ontem à Assembleia Geral da ONU que os extremistas que são alvo
dos ataques aéreos liderados pelos EUA só entendem “a linguagem da força” e culpou o conflito
sectário muçulmano por “tanta miséria humana” no mundo.


Qualquer pessoa de bom senso sabe que não é por falta de bomba que Afeganistão, Iraque, Líbia,
Síria, Líbano, Iêmem e uma série de nações árabes estão mergulhadas em conflitos sectários. Afinal, o
Ocidente está jogando bombas, foguetes, mísseis, drones e tudo o quanto mais se dispõe de tecnologia
há mais de uma década. Ninguém de boa-fé e juízo acredita que bombardear o Estado Islâmico (ISIS)
resolverá o problema da violência fundamentalista no Oriente Médio.
A “onda” que a imprensa brasileira, com sua notória imparcialidade, faz em cima do assunto se
desmancha com um simples parágrafo da entrevista da presidenta em Nova York:
“Dilma também defendeu que os conflitos sejam resolvidos dentro dos marcos legais internacionais.
“Quais são eles? É o Direito Internacional e o fato de qualquer ação ter de se submeter ao acordo do
Conselho de Segurança da ONU.”
A posição brasileira é mais do que clara e se expressa muito bem nas palavras do embaixador Paulo
Sergio Pinheiro, presidente da comissão da ONU que investiga as violações de direitos humanos na
Síria, em entrevista que deu à Istoé, no dia 23, antes, portanto, da manifestação de Dilma
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